"Isso é tudo?"

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— Ótimo, Minamoto, o samurai que a trouxe aqui, será seu novo tutor, ele a guiará até seu aposento, fique à vontade Hiroshi aqui é sua nova casa. — A Rainha sorri, deleitando-se com seu próprio poder.

—  Me resta uma dúvida.
Em silêncio, a Rainha balança a cabeça para Hiroshi prosseguir.

— Eu gostaria de saber por qual motivo realmente estou aqui?Você há de ter milhares de samurais superiores, com mais experiência em duelos. Para que precisa de mim para servir-lá com milhares de outros? — A garota questiona, um misto de confusão em seus pensamentos, que transparece em seu rosto.

— Além do fato de ter chamado atenção pelas habilidades extremamente incomuns. Eu sempre preciso de mais. — Ela me lança uma piscada, quase como um código secreto.

— Isso é tudo? — A Rainha pergunta, cessando a discussão.
Hiroshi assente, se retirando do aposento real, mal havia tido tempo de processar os seus arredores. O castelo era enorme, por dentro e fora.

Havia tantas portas, tantos corredores, tantos caminhos para prosseguir. Estava definitivamente perdida.

Hiroshi é interrompida de seus pensamentos, quando o samurai de trajes pretos reaparece em seu campo de visão. — Acho que já está ciente que serei seu novo tutor e te guiarei. Meu nome é Yoritomo Minamoto,  junto de nossa Rainha fundei o local de treinamento dos samurais.

— Tenho mesmo sorte..Por fim, eu sou Hiroshi, isso é tudo. — A garota suspira, cansada demais para dar detalhes sobre si mesma.

— Não tem um clã Hiroshi?Você não me disse seu sobrenome. — Minamoto insiste.

— Não tive a chance de conhecer, afinal não fui acolhida por quem devia ter me acolhido.
— Deixe-me adivinhar.. E então foi adotada pelo grande shinda Espadachim Miyamoto?. — Questiona ele.
Hiroshi confirma com a cabeça, encerrando por fim o assunto.
— Peço que me siga, vou te levar ao seu aposento, no caminho falarei como as coisas por aqui funcionam."

Hiroshi assente, acompanhando os passos de Minamoto, se mantendo ao seu lado.

A garota escuta atentamente cada palavra dita pelo seu novo tutor.
— Por ser uma nova integrante, terá o treinamento todos os dias por uma semana até se acostumar. Os treinamentos começam pela manhã, e prosseguem até o horário da refeição, após a refeição, retornará para seus aposentos para descansar, por enquanto você não tem a permissão para sair desta vila desacompanhada, poderá somente caminhar pelas redondezas do castelo, aonde será vista. Após ter passado a primeira semana de seu treinamento, você treinará apenas 3 vezes na semana, intercalando entre treinamentos mentais e físicos.
Por fora você é uma samurai A, mas por aqui é uma D, iniciante, começará realizar missões especiais quando chegar ao final do cargo C, mas só irá ter certeza quando duelar em um confronto contra outros samurais, apenas um vencedor, e portanto o seu cargo subirá. Caso precise de ajuda, verá criados reais por toda á parte. Por hoje isso é tudo. — Minamoto explica, gesticulando calmamente.
— Este é seu aposento, guarde seu número de quarto, por que haverá vários outros iguais, para não se confundir. — O tutor finaliza, se retirando. Sumindo do campo de visão da Espadachim.

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               "PEQUENA SAMURAI"

Hiroshi adentra o seu aposento, reparando em cada detalhe do quarto luxuoso, como a cama visualmente enorme, o design curvilíneo da cabeceira enferrujada, lençóis claros, almofadas macias espalhadas, dois pequenos móveis posicionados ao lado esque...

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Hiroshi adentra o seu aposento, reparando em cada detalhe do quarto luxuoso, como a cama visualmente enorme, o design curvilíneo da cabeceira enferrujada, lençóis claros, almofadas macias espalhadas, dois pequenos móveis posicionados ao lado esquerdo e direito da cama, com luminárias acima. Ao dirigir seu olhar para outro móvel no aposento, ela repara que há uma pequena janela entre aberta, ao lado de um grande guarda-roupa. "Que tanto luxo desnecessário" Ela pensa, resmungando com si mesma.

A garota se posiciona sobre a cama, deixando-se relaxar com a maciez do colchão.

— Nunca havia experimentado uma cama tão macia. Meu corpo agradece. — disse ela, suspirando exausta para manter seus olhos abertos por mais tempo.
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Um som estrondoso e audível reverba pelo local. As janelas se movem agressivamentes contra a ventania.

Ao sentir pingos firmes em sua testa, Hiroshi desperta de seu incansável sono. "-Hm, nem o clima está de bom humor." Hiroshi resmunga, pondo-se de pé, movendo seus passos até a pequena janela.

— O céu está incrivelmente escuro, uma tempestade vem aí. — Ela sorri discretamente, tempestades seriam sempre importantes para a Espadachim, enquanto alguns temiam, ela amava.
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O clima estava assim, quando ela conheceu o motivo de ter sido salva. Ela nunca se esqueceria daquela noite. Miyamoto a acolheu, sem nem pensar duas vezes, ao ver aquela garotinha cheia de arranhões,  com os olhos vermelhos e inchados, de tanto choramingar.
— Entre, está frio aí fora para você. —
Ele não questionou-a.

— Gosta de espadas? Estive afiando elas. — ele pergunta amigável, percebendo que a menina olhava demais para o objeto afiado.

Sua boca não se movia, as palavras perdiam o sentido. Seu corpo em estado de choque seguindo seus instintos naturais.

— Irei buscar um pano para se aquecer. — Ele saiu, e ela desabou em silêncio sob o chão, desmoronou-se em lágrimas.
Miyamoto retornou com um pano branco em suas mãos, seus olhos diante a garotinha que desmoronava, parecia tão frágil naquele momento. Ele sentiu seu peito arder, uma vontade repentina de protege-la, de machucar quem quer que tenha feito essa pequena garotinha sofrer. Ele se aproximou, ajoelhando ao lado da garota, esperando o momento que ela fosse sentir alívio. A garotinha cessou suas lágrimas, finalmente enxergando o que havia acontecido, a feição assustada, os olhos azuis em lágrimas, em um movimento rápido, ela se levanta.

— Calma, não farei nada, deixe-me ajudar-te, criança .— Miyamoto fala, assustado com a repentina agilidade da pequena. — Acalme-se. — ele sussurra calmamente, os olhos negros compreensivos.

— Queira sentar-se, apenas escute-me, tudo bem?
A garotinha acalma-se, sentando á frente do samurai, movimentando sua cabeça de cima para baixo.

— Você consegue se comunicar? — ele sussurra novamente, sua voz tranquila, a feição pacífica.
A garota balança a cabeça novamente.
— Certo, eu sou Miyamoto, sou um samurai, e como pode ver este é meu humilde aposento. — Ele sorri pequeno.

— Eu nunca...hm..a..conheci um samurai. — A garotinha finalmente fala, a voz doce, olhando para baixo.

— Você gosta de samurais? — O homem questiona, contendo-se para não se derreter diante a fofura vista.
— An..e-eu queria ser uma, mas papai não gostava disso. — Seu semblante  murchou de repente.

— Você ainda pode se tornar uma, sabia?. — Ele diz, tentando anima-lá.

— Mas papai me machucaria se soubesse.
— Seu papai não gosta de samurais? —  Miyamoto pergunta, suas sobrancelhas se franzem, e ele se questiona mentalmente. "Por que ele levaria tão a sério uma brincadeira de crianças?"

— Ele nunca gostou de samurais, não sei por que, samurais são tão legais, toda vez que ele me pegava brincando escondido..Ele...— A garotinha funga, os olhos voltando a se encher de lágrimas.

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