"Mulher misteriosa."

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Os segundos se estenderam enquanto Yohan segurava Hiroshi pela cintura, a proximidade entre eles eletrizando o ar ao redor. 
O coração da garota disparou, e ela tentou desviar o olhar.
— Obrigada.— murmurou ela, tentando se desvencilhar das mãos firmes do garoto.
Yohan, um tanto atordoado pela intensidade do momento, recupera a compostura, soltando lentamente a cintura da menina. — Vamos seguir em frente. — disse ele, tentando manter a voz neutra, mas a sua mente estava confusa com a imagem de Hiroshi abaixo de si.
Após o tenso ocorrido, seguiram, encontrando grandes árvores, com folhas rosadas no topo.
O corpo da menina paralisa entrando em combustão.
Yohan percebendo a brusca movimentação de Hiroshi.
— Ei!— Chama o garoto, Hiroshi não olha, concentrada nas árvores rosadas a sua frente.
— Hiroshi! — Yohan aumenta seu tom de voz, até os olhos da garota seguirem sua voz. O olhar perdido se encontrando com o seu.
— Vamos nos concentrar, lembre-se dos seus objetivos, não se distraia.
O Espadachim tenta, mas Hiroshi apenas assente com a cabeça.
A entrada da vila logo a frente, com uma grande placa de madeira escrito "Bem vindos, aqui é um doce."
— Tsk.— A menina resmunga baixo, mas Yohan escuta.
— O que foi?— Ele questiona.
— De doce só o nome. — Ela diz, revirando os olhos.
Yohan segura a vontade de brincar com a situação.

Ele segura a risada, percebendo que ela estava tentando se manter focada, mas a frustração da garota, era nítida.
Ele decidiu mudar de assunto. — Bem, o nome é criativo! Quem sabe a gente não ache algo doce?— disse ele, piscando para a Espadachim.
Hiroshi respirou fundo. —Não acho que seja possível. — Ela finaliza, entrando na vila.
Yohan segue os passos da garota, olhando aos redores. A vila era bonita, não havia vestígios de sujeiras, crianças corriam para todo canto brincando, haviam as moças vendendo frutas, verduras nas feiras, algumas até vendiam utensílios para combate.
— Parece que vinhemos num dia de festança. — Disse Yohan, acostumando-se com a movimentação agitada do lugar.
— Jura!?— pergunta Hiroshi, debochada. Seu mau humor era tão claro quanto o céu.
Ele riu sem graça. —Vamos perguntar naquela feira. Ele parece conhecido. — disse ele, apontando para a direção de um homem aparentemente velho, vendendo cervejas.
— Escolheu conhecer com o pior comerciante, olha o tamanho da fila. — disse Hiroshi, incrédula. Mal chegaram, e já sentia o cheiro de confusão no ar.
— São só algumas perguntas, ele deve ser famoso aqui.
A menina suspira derrotada. — Vamos.
A dupla passa entre as pessoas na fila, ouvindo alguns resmungos e reclamações, Yohan ignorando completamente, enquanto Hiroshi mostrava o seu melhor olhar ameaçador.
— Ei, vim a mando da Rainha, preciso te fazer algumas perguntas. — Yohan cutuca o homem que distribuía cervejas sem parar.
— Tem que aguardar na fila, não importa quem tenha te mandado aqui.-
O homem sinaliza, mostrando o final da fila.
Yohan tenta novamente. — É de urgência do reino, há recompensas pra quem ajuda. — Yohan diz, tentando convencer o homem.
— Eu estou tentando trabalhar, e você. — O homem se vira, levando a mão até o peito de Yohan. — Você e esse seu cãozinho parado aí, estão me atrapalhando.‐
Hiroshi sente sua garganta pegando fogo, pronta para avançar em cima do rapaz, este que tinha voltado a atender seus clientes.
— Se não responder, terei que mandar seus clientes embora. E não há nenhum cão aqui, além de você que se comporta como um. — Yohan diz.
— Então vamos, não vê que eu não tenho o tempo todo!?!?— O homem exclama, escandaloso.
— Você reparou em algumas pessoas desconhecidas aqui na vila? — Yohan questiona, a expressão tranquila, mas o tom de voz era ameaçador.
Hiroshi observou o homem estreitar os olhos, levando uma de suas mãos até o queixo, pensativo.
— Eu vi alguns homens estranhos, mas não ficaram por muito tempo.
Yohan pergunta esperançoso. — Vinheram comprar suas cervejas ou algo na feira?
— Bom! muitas pessoas vêm comprar aqui, se é que já não percebeu, mas compraram bastante, até me sujeitei a pensar que eram ricos disfarçados, mas o linguajar deles não era adequado.
— Sabe se estavam carregando algo?— Yohan pergunta novamente. O homem pronto pra responder, é interrompido por alguém no fundo da fila.
— Eu quero a min..minha cerveja, se demorar mais, vão ter que nos pagar várias!!!— O homem misterioso grita.
— Cala a boca, seu bêbado!!— Hiroshi que estava quieta, se pronúncia, sua paciência esgotando rapidamente.
— Sua vadia, quem você pensa que é pra falar assim comigo?— O homem misterioso, finalmente sai da fila, cambaleando, na direção de Hiroshi.
— Seu bêbado! não aguenta esperar um segundo?— Hiroshi questiona, avançando de encontro com o homem bêbado.
" — Que merda!"  — Pensa Yohan, tentando alcançar a menina.

Hiroshi se aproxima do homem bêbado, seu olhar mortal. — Você não tem o direito de me desrespeitar! — ela fala, a voz alta o suficiente para todos na fila começarem a gritar.
O homem tropeça, mas não recua. — Você não me assusta. — ele responde, com um sorriso torto, como se a situação fosse uma grande piada.
Yohan, percebendo que a situação estava prestes a sair do controle, tenta intervir. — Hiroshi, se acalma!— ele dá um passo à frente, colocando-se entre os dois.
— Escuta seu dono mesmo, quieti..quietinha. — o homem bêbado diz, lutando para ficar em pé.
Hiroshi empurra Yohan levemente para o lado, agarrando o traje em volta do pescoço do homem.
— Acha que pode fazer tudo, só por que está bêbado? E se eu cortar as suas bolas fora, o que acha disso, me diz?— A garota diz ameaçadoramente baixo. Apenas para o homem bêbado ouvir.
O homem arregala os olhos com a ameaça, empurrando o corpo da garota.
Nesse momento, uma mulher que estava na fila decide intervir. Com uma expressão firme, ela se aproxima do bêbado e diz. — Hironaka! Se continuar com essa atitude, vou te estapear até voltar ao normal. — A mulher grita, sua voz ecoando por todo o local.
— Hironaka?— A menina sibila baixo. "Hironaka!?!?—" Pensa ela, assustada. Seus olhos fitam de cima a baixo o homem bêbado. Ela percebe que ele tem olhos azuis. Iguais aos seus. "Não podem ser, qualquer um pode ter os mesmos olhos que os meus." Pensou ela.
Yohan, puxa o braço da garota, fazendo com que ela solte o homem bêbado.
— A gente precisa entrevistar o comerciante, não se deixe levar, Hiroshi.– Yohan diz, frio.
Hiroshi respira fundo, tentando recuperar a postura. Ela olha para Yohan e depois para o homem bêbado. Decidida a fazer uma única pergunta a ele.
— Você teve uma filha?
A garota pergunta.
O homem se assusta com a pergunta. — Morta, está morta.- disse ele, a voz amargurada. — Você não sabe nada sobre mim e a minha vida, deixe eu e minha mulher em paz.— O homem grita, nervoso.
— Desculpe pelo chilique dele, ele teve uma filha, mas desapareceu. Ele se alivia como consegue.— A mulher que intervir na discussão, fala. Observando profundamente Hiroshi.
— Vamos Hironaka.— Ela diz, puxando o corpo mole do homem bêbado. Ela caminha enquanto olha uma última vez nos olhos de Hiroshi.
— Eu sei que é você. ‐ sumindo completamente da vista da Espadachim.
Hiroshi ficou estagnada por um momento, as palavras da mulher borbulhando em sua mente. A menção de uma filha desaparecida, a fez sentir raiva. Ela correu até a mulher que estava se afastando.
— Espera! Eu.. eu não.. — Ela agacha, colocando as mãos sob o joelho, buscando ar. — O que você quis dizer com aquilo?.
—  Você tem os olhos dele, e os cabelos dela.- a mulher diz, enquanto segurava Hironaka em seus ombros.
— Ela quem?você conheceu ela?Está falando da minha mãe!?— Hiroshi pergunta, as palavras saindo embaralhadas, e os olhos arregalados.
— Por que onde você andou?Garota. — A mulher questiona.
— Eu achei.. ah! Eu achei que ele estivesse morto, eu.. eu nunca poderia saber o que houve com a minha...‐ ela finaliza, colocando a mão sob o peito, para acalmar a ansiedade.  Em vão.
— Isso é algo que só ele deve te dizer. — E então a mulher misteriosa, caminha para longe da Espadachim.
— Hiroshi!! Merda!!— Yohan exclama, batendo nos ombros da garota.
— O que deu em você? A  gente tem uma missão, por que correu atrás dessa mulher?— Ele diz, sua expressão congelada como sempre, apesar do tom de voz parecer acelerado. Ele parecia com raiva.
— Me desculpa, vamos voltar. - Hiroshi simplesmente se vira, ignorando as perguntas do Espadachim.
Ao chegarem perto do comerciante. Yohan se pronúncia. — Desculpe pela interrupção. Voltando, sobre os homens, eles carregavam algo?Disseram para onde iriam?
O homem surpreso com toda a cena, balança a cabeça para focar nas perguntas do Espadachim.
— Éhh! Havia um que estava com uma mochila, ele estava mais afastado que os outros dois, também não conversava muito. Só ficava observando, parecia que estavam perdidos, não iriam muito longe. ‐ O comerciante fala.
— Tem alguma ideia de onde eles teriam ido?– Yohan pergunta, vez ou outra seu olhar corre para a expressão vazia da garota que permanecia em silêncio ao seu lado.
— Não faz muito tempo desde a última vez, não devem estar longe da vila, pareciam sem ter rumo pra prosseguir.
Yohan acena. — Pode me informar características físicas?
— Deixe-me lembrar... Os três eram altos, não tinham um físico forte, todos tinham cabelos escuros, mas o mais quieto dentre eles, tinha uma enorme cicatriz no seu pescoço, ela era tão vivida. - O comerciante finaliza.
— Agradeço pelas informações. — Yohan se reverência, puxando Hiroshi para longe dali.
— Eii!! Qual a minha recompensa?— O velho grita.
— A sua recompensa é eu não ter deixado ela te matar. — Yohan grita de volta, sorrindo amigavelmente, enquanto dava tchauzinho com a mão.

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