🥇1º lugar em ROMANCE no concurso Synergy
Até onde uma pessoa é capaz de ir por uma vingança? Até onde uma alma pode ser corrompida ao ponto de não lhe sobrar nada além de estilhaços? Até onde pode ir a maldade de um homem?
Heather Eveline nunca pre...
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O clima estava tenso na sala de reuniões, com o ar parecendo pesar uma tonelada. Talvez fossem os meus próprios sentidos, tentando me pregar uma peça, sondando a pontada de insegurança que sempre me atingia quando estávamos prestes a fazer algo grande.
O jeito como o rosto de Caveira estava impassível, demonstrava seu esforço em se manter confiante, mesmo que a agitação de seus pés deixasse claro seu nervosismo. Roger se limitava a fumar um cigarro, recostado em uma das paredes no final da sala, como um fantasma; é uma característica que descreve ele, simplesmente observar e nunca dizer nada em relação aos planos, ele só aceita, em uma lealdade fodida.
De um lado, isso me incomoda para caralho, não saber o que se passa na cabeça desse filho da puta, não saber do que ele é capaz — ou até onde está disposto a ir por um objetivo que, no final, é somente meu —, mas talvez essa seja a graça da coisa. Não conhecer os limites de alguém, na real, te limita a não o pressionar, a não se arriscar.
Mesmo que eu reconheça isso como uma qualidade no nosso mundo, uma que até se apossou de mim e que considero um motivo de orgulho, não é muito conveniente quando se procura uma resposta sincera... e é por isso que existe o Maxwell, a pessoa mais transparente que conheço. O único que diz o que pensa, olhando em meus olhos, sem medo do que eu vou pensar ou como vou reagir.
Por esse motivo, meus olhos subitamente se encaminharam para sua figura, parado a poucos centímetros da televisão. Suas roupas pareciam embebidas de suor em pontos estratégicos, e de onde eu estava, podia ouvir sua respiração pesada reverberar no ambiente.
Como se pressentisse o meu olhar, Max se virou para mim, os olhos escuros e apreensivos. Respirou fundo antes de dizer:
— Não vou mentir, esse plano é instável pra caralho — jogou o tablet, que transmitia as imagens na TV, em cima da mesa coberta de papéis — vamos ficar vulneráveis em muitos aspectos e lugares, sem opção de cobertura caso dê merda, e os pontos de fuga não são nada estratégicos, para dizer o mínimo.
Pressionei os olhos, apertando o início do meu nariz entre os dedos... Maxwell não disse nada além do óbvio, que todos nós já sabemos. Sim, estamos fodidos para caralho! O evento será amanhã e, mesmo já estando tudo "certo", ainda parecia que estaríamos andando em uma corda bamba. Tudo pode ruir em poucos segundos, de várias formas.