𝐶𝑎𝑝 18

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Quase perto das meia-noite pro seu grande dia para comemorar seus décimos e sete anos de vida, o garoto pega uma moldura de sua falecida mãe e coloca de frente a janela.

O garoto observava a moldura com um misto de saudade e reverência. A foto capturava o sorriso sereno de sua mãe, que parecia brilhar ainda mais sob a luz suave da lua cheia. Ele colocou a moldura de frente para a janela, como se quisesse que ela também pudesse ver a noite estrelada.

Queria que você estivesse aqui, mãe. ⸻ ele sussurrou, a voz quebrando um pouco. ⸻ Amanhã faço dezessete anos.

O vento frio da noite entrou pela janela, acariciando seu rosto, como se fosse um toque de sua mãe. Ele se sentou na cadeira ao lado da janela e começou a relembrar os momentos que tinham passado juntos. Cada risada, cada conselho, cada abraço.

Com a moldura ainda em mãos, ele fechou os olhos e prometeu que faria de tudo para honrar a memória dela, mantendo a bondade e a força que ela lhe ensinou. Ao abrir os olhos novamente, o garoto sentiu uma paz interna. Ele sabia que, de alguma forma, sua mãe sempre estaria com ele, guiando-o e protegendo-o.

Enquanto o relógio marcava meia-noite, ele sorriu e sussurrou para a foto:
Feliz aniversário para nós dois, mãe.

Dostoyvesky odiava se sentir uma pessoa sensível quando olhava para essa foto da mulher, seus sentimentos se embrulharam em mistos de saudade e angústia. Por que o passado machucava tanto? Deveria ser algo feliz, não algo que afete as pessoas com sua melancolia.

É legal pensar que hoje eu completo dezessete anos, e a senhora estaria completando quarenta anos. Tão nova...

A lua continuava a brilhar intensamente, iluminando a moldura como se quisesse dar vida à imagem. Dostoyvesky sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto, mas não tentou escondê-la. Ele permitiu-se sentir a dor e a saudade.

Eu sinto a sua falta, mãe. ⸻ ele continuou, com a voz mais firme. ⸻ Mas eu prometo que vou continuar em frente, que vou fazer você se orgulhar de mim. Eu vou viver a vida da melhor maneira que eu puder, por mim e por você.

O vento suave entrou novamente pela janela, balançando levemente as cortinas. Dostoyvesky olhou para o céu estrelado, sentindo uma conexão profunda com o universo, como se, de alguma forma, sua mãe estivesse ali, ao seu lado.

Eu te amo, mãe. Feliz aniversário para nós dois ⸻ disse, sentindo-se finalmente em paz. Ao fechar a janela, ele sabia que, onde quer que estivesse, ela estaria sempre com ele, em cada passo do caminho.

Como estava sem sono, resolveu fuçar algumas coisas que tinha na galeria, como os álbuns de fotos antigos e os vídeos que ele e sua mãe haviam feito juntos. Cada imagem e cada gravação era um tesouro, um pedaço precioso do passado que ele guardava com carinho.

Ele encontrou um vídeo de um aniversário antigo, talvez o seu oitavo aniversário. No vídeo, ele estava rindo enquanto sua mãe cantava "Parabéns" e trazia um bolo decorado com seus personagens favoritos. O som da risada dela era como uma música para seus ouvidos, um som que ele temia esquecer.

Passou para outra foto, uma em que ele estava no colo dela, ambos sorrindo para a câmera. A lembrança daquela tarde no parque veio vívida em sua mente. Eles tinham passado o dia inteiro brincando e comendo sorvete. Sua mãe sempre soube como fazer cada momento especial.

Esses momentos, mãe... ⸻ ele murmurou, com um sorriso melancólico no rosto. ⸻ Eles me dão forças

Dostoyvesky continuou a vasculhar a galeria, encontrando cartas e pequenos desenhos que ele tinha feito para ela. Lembrou-se de como ela sempre guardava tudo, valorizando cada gesto dele. Havia também cartas que ela havia escrito para ele, palavras de encorajamento e amor que ele guardava como um amuleto.

6 months to conquer you - FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora