Eu te perdoo

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Junto todas as forças que meu corpo está sendo capaz de produzir para falar, na primeira tentativa a minha voz falha, sento em sua cama, bebo um copo de água que está na mesinha de canto e me esforço ao máximo para me comunicar.

- Jeon... - minha voz sai baixa e fraca como um sussurro. - por que fez isso comigo?

A cena é revivida em minha mente, Ella o abraçando, seus corpos colados e... droga, eles estavam realmente aproveitando. Tudo o que eu quero dizer está preso em minha garganta, minha vontade é de chorar mas não quero parecer fraca e vulnerável.

- Eu não fiz nada com você, eu... - o interrompo antes que pudesse continuar.

- Você não fez? Confessou seus sentimentos, eu fiz o mesmo, me abri até demais e você faz aquilo? As mensagens também eram falsas assim como o plano?

- Me deixa explicar! Ela veio até mim e me agarrou, eu não a vi chegar.

- Então por que não tirou aquela loira oxigenada de cima de você? Por quê? - digo com toda a raiva acumulada. - Eu vi que aproveitaram bastante... e outra coisa, não precisava me trazer pra sua casa.

- Primeiro, eu não aproveitei. - ele diz de forma diferente, como se estivesse com raiva mas não quisesse demonstrar. - Eu não poderia tirá-la a força porque, com certeza, ela não estava sozinha. Esqueceu quem o pai dela é?

- Não, eu não esqueci.

- E não te trazer pra minha casa? A sua casa está em pedacinhos, não vou deixar você dormir sozinha com aquela janela quebrada, qualquer um pode entrar lá.

- Ele fez isso comigo. - digo apontando para meus machucados. Jeon se assusta.

- O quê? Ele tocou em você? - o moreno segura meus braços mas não aperta. - Me conta o que aconteceu, AGORA!

- Antoine me sequestrou, me levou até uma casa abandonada próxima de onde me acharam. - digo fechando meus olhos e deixando as lágrimas caírem. Eu não consigo ser forte. - Ele disse que queria queimar arquivos, no caso, eu.

- Mas por que você? O que você tem a ver com ele? - o mais velho pergunta limpando meu rosto com sua mão.

- Meus pais trabalharam para ele até seus últimos dias, querendo ou não, a família Carpenter também me criou. - olho para Jungkook que está intrigado. - Tudo o que eu sei é graças a eles, principalmente a luta.

- E ele disse o porquê disso tudo? No caso, te matar.

- Não, ele desconversou como se quisesse ganhar tempo ou algo do tipo. Ele... - minha voz falha. - ele perguntou sobre você e a raiva me consumiu, aproveitei um momento de distração e ataquei. Lutamos, ele acertou alguns golpes e eu fui mais ágil, conheço um de seus pontos fracos.

- E qual seria?

- Miastenia Gravis. - Jungkook me olha confuso. - É uma doença neuromuscular que causa fraqueza muscular e fadiga. Em momentos de grande esforço os músculos ficam fracos, ele fica com dificuldades em diversas partes do corpo. Meus pais me explicaram sobre a condição dele semanas antes de partirem para outro plano.

- Gatinha, você foi muito forte. - ele cola nossas testas, sua respiração é pesada. - Nós vamos descobrir o que Antoine quer com você, mas antes, vamos nos resolver, por favor!

Em um ato rápido seguro seu rosto com minhas duas mãos e o beijo. Não sei de onde tirei forças, mas é um beijo intenso cheio de desejo e angústia. É como se descontássemos toda a raiva, preocupação e tristeza de forma "carinhosa".

Minha mão desce até seu peitoral, Jeon me pega em seu colo como se eu tivesse o peso de uma pena e senta em sua cama. Minha outra mão está em sua nuca, fazemos pequenas pausas para recuperar o fôlego e continuamos. Nossos corpos respondem aos toques um do outro, deslizo minhas mãos em seus braços, ele afasta o beijo e me encara com um sorriso no rosto.

O irmão da minha amiga | JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora