Graças a Você

Alcateia Reunida

Becky on

Sabe quando você sente que mesmo em dias de guerra você pode ter paz? Então, é o que eu sinto nesse exato momento.

Freen, apenas com uma camisa larga e sua calcinha, me abraçando por trás sendo a conchinha maior me trás uma sensação de segurança, algo que eu não sentia a muito tempo.

Você deve estar se perguntando "como você está viva?" E eu te respondo: não faço a mínima ideia.

Tudo aconteceu tão rápido que parece que foi um sonho. Primeiro a "morte", segundo meu encontro com o sogro, depois a queda livre e o afogamento. Depois disso tudo passou como um borrão e só me lembro de poucas coisas.

Flashback on

Sinto o ar voltar ao meus pulmões com tudo, sentindo uma vontade de por tudo que tem dentro do meu estômago pra fora e assim o faço. Abro os olhos e me viro de lado vendo meu corpo soltar uma grande quantidade de água. Após isso, sinto que minha respiração melhorou. Como pode?

- Você deve ser Rebecca - diz uma mulher muito parecida comigo.

- Quem... quem é você?

- Ah, verdade, perdão - riu - Meu nome é Mon Poolsak, sou mãe de Nam e Neung.

Pronto mais um morto. Eu só falo com gente morta meu Deus?

- Nam fala muito de você - disse me sentando na grama verde.

- Imagino, ela era muito apegada a mim - sorriu.

- Por que você está aqui? - perguntei. Não queria ser indelicada, mas eu estava muito curiosa.

- Vim te salvar - quando ela diz isso só agora percebo suas roupas e cabelos molhados.

- Mas... porque? Não me leve a mal, mas eu estou muito curiosa.

- Tudo bem - riu - Eu fui atraída até aqui.

- Atraída? - ela concordou com a cabeça.

- Não sei explicar, mas foi como se alguém muito importante estivesse morrendo - diz - Essa sensação me lembrou o dia da minha morte.

- Eu sinto muito por você - disse e vi ela negando com a cabeça.

- Tudo bem, eu já iria morrer mesmo - levanto uma sobrancelha e ela logo trata de se explicar - Uma Banshee previu minha morte um mês antes - deu de ombros.

- Entendi, mas como você morreu? Não é querendo ser indelicada nem nada.

- Tudo bem - riu - Até porque não tem como eu ficar incomodada com algo que eu já sabia que ia acontecer - assenti - Bom, eu fui morta pela tia da Freen. Para ser mais exata, ela quebrou meu pescoço e depois arrancou minha cabeça.

- O QUE!? - arregalei os olhos - Perdão, falei alto demais - falei colocando a mão na boca - A tia da Freen? - perguntei sem acreditar.

- Sim - assentiu - Ela era algum tipo de sobrenatural - Disse com desdém.

- Nossa - foi a única coisa que eu falei - Nam não me contou isso. Na verdade ela nem falou como a senhora morreu - recebi um tapa leve em meu braço.

- Senhora tua avó - disse fingindo estar brava - Nem sou tão velha assim - cruzou os braços.

- Me desculpe, não foi o que eu quis dizer - sorrir sem graça.

-Tudo bem. Agora vamos, tenho que te ajudar a te levar de volta - levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Rapidamente peguei em sua mão e depois começamos a andar.