capítulo 10 - a mudança repentina do papai

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Pov Otto:

Chego em casa e percebo que dessa vez papai não bebeu,ele estava sentado no sofá olhando pro "nada", me pergunto o que ele estava pensando,chego de fininho e tento passar por ele sem ser visto, mas não funcionou muito.

— onde vc estava César? — papai olha para mim e eu congelo.

— desculpa papai,eu estava com medo de dormir hoje aqui e..— ele me interrompe.

— me deixou preocupado... — "preocupado" pelo que eu me lembre essa é a primeira vez que ele fala essa palavra. — venha aqui. — fala olhando para o seu lado que não tinha ninguém indicando que eu sentasse ali.

Faço o que ele pediu e quando me sento papai me olha de cima a baixo e seus olhos começam a ficar marejados, isso é realmente impressionante, nunca tinha visto meu pai chorar, na verdade só quando era bem pequeno e perguntava sobre minha mãe, ele si segurava para não chorar na minha presença, mas mesmo muito pequeno eu pude ver a tristeza e a saudade estampados em sua face, eu chorava junto com o mesmo e ficávamos um tempinho juntos, logo papai falava para eu ir brincar e ele ia trabalhar.

— eu sou um péssimo pai.. — ele começa a chorar e não me seguro e começo a chorar junto com ele. — me desculpa César, por tudo. — fala com a voz um pouco fraca por causa do choro.

— eu nunca fiz nada de bom pra você, sempre de deixando de lado nos momentos mais difíceis, é ainda descontando toda a minha raiva em você. Me desculpa César, de verdade. — o olhar dele era de quem realmente estava si sentindo culpado, mas..eu não posso me esquecer de todos os anos da minha vida em que papai descontou sua raiva em mim, ou as vezes em que gritou comigo sem nenhum motivo só pelo simples fato de que tinha acontecido algo no trabalho que o deixou com raiva.

Fico um tempo calado pensando nisso, pensando si ele realmente merecia ser desculpado. Mas...não tinha jeito, ele é meu pai, e sempre vai ser, eu amo ele mesmo depois de tudo e não vou conseguir não perdoar ele.

— eu te perdou pai....por tudo. — quando falo isso ele me abraça e eu o abraço de volta.

— eu prometo que serei um ótimo pai a partir de agora. — fala saindo do abraço e me olhando. — sem bebidas,sem bater,sem gritar e sem ofender,apenas conversando contigo.

— que bom papai,fico muito feliz em ouvir isso do senhor.

— ah,é sobre você ser a decepção da família..— fala si lembrando do que tinha falado ontem. — você nunca foi, e nunca vai ser uma decepção, César, você é um garoto muito bom, eu tenho orgulho em ter um filho como você. — eu começo a chorar mais ainda, nunca tinha nem sonhado em ver meu pai falar essas coisas para mim, ainda mais dizer que sente orgulho de mim. — eu te amo meu filho, muito.

— eu também te amo papai. — eu o abraço e ele faz o mesmo.

Passa um tempinho e papai si afasta, eh parece que ele ainda não gosta muito de abraços,mas isso é o de menos.

— então..eu queria saber como andar a sua vida, pois não sei a muito tempo. — fala sorrindo olhando para mim.

— o que quer saber?

— hmm...e o Pedro?como ele está?ainda são amigos?

— ah sim,o Pedro está muito bem,e sim ainda somos amigos, afinal... — eu penso um pouco si vou perguntar isso mesmo, pois não sabia como papai iria reagir desta fez, aparentemente ele mudou, mas não sei o quanto ele mudou..

— pode falar — ele fala curioso.

— será que posso ir numa festa do pijama que vai ter lá na casa do Pedro? — falo um pouco rápido por conta do nervosismo.

Um Amor Duas Bocas | ♡luotto♡Onde histórias criam vida. Descubra agora