atraso no tempo

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Pessoal desculpa por não ter postado nada ontem, estive muito ocupada e estou escrevendo os capítulos de acordo com minha imaginação, significa que eu não tenho um rascunho pra postar porém mesmo assim não poderia deixar de atualizar vcs

Não era bem um vazio, era um eco. Sabe aquela sensação de falta de algo que você não sabe oque é? Pois bem. Esse sentimento sem "denominação" é sem sentido também era como ficou o interior de Eduarda logo após ver Júlia adentrar sobre as portas giratórias do hotel. Tinha perdido sua namorada, mas ao mesmo tempo não tinha. Elas se veriam novamente, sim claro, só que mais que nunca ela queria estar junta a Júlia para o resto dos próximos dias, meses, anos. Queria completar esse ciclo. Pense bem, é chato começar a namorar uma jogadora e ter que se despedir dela sabendo que só a poderia ver daqui a 4 dias. Solução? Oque sempre fez em todos os últimos 8 anos de vida. Descontar tudo, toda sua raiva, por mais que pequena, sua falta do corpo de Júlia por perto e principalmente, sua frustração por ter perdido um jogo que estava praticamente em suas mãos. A ponteira fez incríveis 27 pontos, mas errou muitas rodagens de saque, dando o jogo de "presente" Para o time mineiro de sua namorada.

Treino, saques, ataques, pancadas, mãos inchadas, treino tático. Essas foram as últimas horas do dia de Eduarda, queria descontar tudo, tudo, tudo. E deu certo, mas uma vez um ótimo treino só garantindo a titularidade no time principal e talvez uma primeira convocação também no time principal do Brasil, seria seu sonho realizado.

Agora na parte da noite após receber uma mensagem de sua amada lhe dizendo que o voo havia sido tranquilo se estabilizou e seguiu para o banho. Estava se preparando psicologicamente para o encontro em 4 dias e pensando também no icônico pedido que tiveram. As duas se pediram em namoro, algo um tanto quanto engraçado, se levando pelo lado de as duas então, compartilhavam do mesmo sentimento.

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Lembra quando Duda fez uma nota mental de que Júlia gostava de cores claras e neutras? Pois bem, ela não foi esquecida. Eduarda estava no aeroporto de BH somente aguardando o carro preto, aquele lindo carro preto, com a motorista dos cabelos pretos, eram castanhos, mas não importava, queria ser poética. O time tinha seguido no ônibus até o hotel que não ficará muito longe. Foi fácil enganar a comissão, como sempre, até porque já era adulta, não precisavam ficar pegando no pé da atleta. Com a lembrança das cores de Júlia, se direcionou a uma loja de flores e pagou por um lindo  buque de  lírios e orquídeas já que Júlia ainda demorara mais uns 10 minutos para cair de encontro com a carioca. Inclusive, 10 minutos demorados e a menina de olhos claros lhe enviou: cheguei no estacionamento de fora, "mas tá muito engarrafado, consegue me encontrar aqui?"
"Claro meu bem, tô indo"
Novamente aquele eco, "meu bem" "meu bem" "meu bem". Meu bem.

"Toc toc toc" enquanto ficou admirando a mensagem com os olhos nas montanhas pensando no que diria quando sua agora, namorada, chegasse de encontro, a questão era, essa batida no vidro do carro era dela. E agora? Agora ela abrirá a porta logo após tomar um susto e continuar com o mesmo sorriso, se não até maior, do que teve quando leu a mensagem de óculos minutos atrás. Abriu a porta e..."um buque? Cacete eu amo essa mulher" abriu a boca admirada com tamanha paixão que aquilo trasmitia. As duas por mais banais que sejam suas conversas, nunca haviam comentado sobre suas flores favoritas mas, Eduarda acertou!
Orquídeas! Eram as favoritas da central, oque a fez delilar de amor mais ainda.

"Obrigada, eu te amo" foi oque quase falou, mas aquele insegurança, aquela mesma insegurança, que teve momentos antes de pedir a mão de Duda, no quarto com rebeka veio a tona. Será que era cedo demais? Será que ela sentia o mesmo? Será que era mesmo amor ou estava muito emocionada? Será que era a saudade? Eram tantos "seras" que Júlia mal conseguiu responder a pergunta de Duda

-você tá bem Ju?

"A gente tem que ser sincera uma com a outra né? É uma característica do nosso relacionemento" e foi nessa linha que ela chegou no conclusivo "fodase".

-eu acho que eu te amo!
Falou devagar mas com a voz coberta de insegurança.

-e porque isso é uma coisa ruim?
Indagou pelo semblante da jovem a sua frente que dava a entender que estava... desconfortavel(?)

-eu não sei
Um longo silêncio, mas não aquele habitual que sempre havia entre as duas, ele era simplesmente um silêncio.

-eu nao acho, tenho certeza!

Ali. Ali Júlia teve certeza de que seu funeral seria ao lado da mulher que AMA. QUE AMA ELA, e que ELA AMAVA.
O buque que agora era dividido pelas duas mãos, uma de cada jogadora, agora se encontrava nas mãos somente de Júlia, que fez uma viagem até o pescoço da mulher um pouco mais baixa e onde seus lábios pousaram sobre si.
Sem mais de longas, mas com muita de longa, elas se separaram, Júlia ajudou sua rival a colocar as malas no carro, e deram partidas para o apartamento já conhecido pela tatuada. Detalhe importante é que, em cada sinal que paravam, em cada momento que tinham uma brecha ou quando entravam em um engarrafamento, elas se olhavam, com carinho e, quando a pausa era perceptivelmente mais prolongada, elas se permitiam um selinho. Um beijo de agora duas jovens que namoravam, e o mais importante, se amavam.

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