Prólogo

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" Lar Doce Lar "

MELANIE CARPENTER estava no navio, dentro da cabine. Deitada sobre a cama, ela se enrolava no lençol, soluçando baixinho de medo. Lá fora, uma tempestade furiosa açoitada os mares, e os trovões rugiam como feras indomáveis no céu. Melanie tinha pavor de trovões, e a cada estrondo, seu corpo tremia involuntariamente. Ela tampava os ouvidos com as mãos, mas o som ainda penetrava, vibrando em seus ossos, trazendo memórias dolorosas que ela lutava para esquecer.

- Por favor, não... - ela sussurrava para si mesma, as lágrimas escorrendo pelo rosto. - Não de novo... -

O passado que ela rezava todos os dias para esquecer voltava com força total. Na escuridão da cabine, as lembranças surgiam como sombras ameaçadoras. Ela se beliscava, tentando focar a mente em outra coisa, qualquer coisa que não fosse o som dos trovões e as lembranças que eles evocavam. Seus dedos cravavam na pele, mas a dor física era um pequeno alívio comparado ao turbilhão emocional que a consumia.

Os lábios de Melanie já estavam machucados, rachados, com pequenas manchas de sangue seco. Ela os mordia com força, tentando encontrar um foco diferente, uma distração. Mas nada parecia ser suficiente. O navio balançava violentamente, arremessando-a de um lado para o outro na cama, aumentando a sensação de tontura. O estômago de Melanie se revirava, ameaçando despejar o pouco que continha.

- Eu vou vomitar... - ela pensou, sentindo a náusea crescente. A combinação do medo, da ansiedade e da labirintite transformava cada segundo em um tormento. Cada onda que batia no casco do navio parecia um golpe direto em sua sanidade.

- Eu não aguento mais... - murmurou para o vazio da cabine. - Eu só quero que isso acabe... -

Os trovões continuavam a rugir lá fora, enquanto Melanie sentia seu corpo ceder à exaustão. Ela mal conseguia manter os olhos abertos, a mente oscilando entre a consciência e o desespero.

- Quanto tempo falta para eu chegar...? - sussurrou, a voz falhando, antes de finalmente sucumbir à inconsciência.

Na cabine, envolta em escuridão e silêncio, Melanie Carpenter foi tomada pelo sono, suas últimas palavras ecoando como um sussurro desesperado no ar frio da tempestade.

Na cabine, envolta em escuridão e silêncio, Melanie Carpenter foi tomada pelo sono, suas últimas palavras ecoando como um sussurro desesperado no ar frio da tempestade

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Dear Diary... / Gilbert Blythe + Melanie CarpenterOnde histórias criam vida. Descubra agora