JIMIN P.O.V.
Ontem no momento em que estava me despedindo de Jun Hyung, senti uma vontade que até um tempo atrás era totalmente desconhecida por mim.
Uma vontade imensa de beijá-lo e naquele momento parecia que ele compartilhava dos mesmos sentimentos que eu, parecia que havíamos entrado em um mundo que existia apenas nós dois, era como se nada a nossa volta importasse mais.
No entanto, fomos puxados desse lugar “perfeito” com a voz de Minho Hyung me chamando para dizer que nosso uber estava próximo e que eu deveria ser mais rápido para que o motorista não cancelasse a corrida.
Eu terminei de me despedir de Jungkook e Minho já havia me avisado que alguns de seus amigos também iriam juntos.
Eu apenas disse que estava tudo bem, pelo que percebi, Felix, Hyunjin e Jeongin irão em outro carro.
Após um tempo chegamos ao shopping, foi muito legal quando fomos à loja onde eu comprei o moletom para o Seon Jae. Eu me lembrei que tinha um parecido, a única diferença era que o Hyunjin tinha desenhado algumas rosas nele para mim, na hora eu até pensei em pedir para que ele fizesse isso no moletom que daria para o Jae também.
Momentos depois I.N disse que iria à livraria e perguntou se alguém queria acompanhar ele, então fomos eu, ele e o Han.
Quando chegamos lá o Hannie me parou de forma inesperada e perguntou sobre o que eu sentia pelo Jeon.
Eu não ocultei nenhuma parte, afinal, detesto mentir para eles. No final apenas falei sobre a vontade que eu tive de beijar ele, mesmo que eu estivesse morrendo de medo da sua reação. Querendo ou não ele poderia ter uma reação negativa.
Ele apenas disse que eu deveria ser sempre honesto com as minhas próprias vontades ou desejos e nunca fazer as coisas apenas para agradar os outros.
Eu apenas escutei seus conselhos e tentei manter isso em mente. Pois é, minha sexta-feira foi cheia de passeios, conselhos e muitas risadas diante da companhia dos meus amigos.
Hoje, às 8 horas da manhã, Hyunjin e Felix passaram aqui para deixar o moletom que irei usar e o que darei de presente ao Jae.
Às 9 horas eu fui com minha mãe e o Sr. Lee à uma floricultura e compramos um buquê de rosas com alguns girassóis, lírios orientais e alguns raminhos de lavanda. Por mais que eu tenha achado que ficou estranho todas aquelas cores juntas e um pouco misturadas, até que o cheiro que emanava delas estava muito bom, então apenas relevei.
Às 10 horas já estávamos em casa e eu já separei a minha roupa para que às 12 horas em ponto eu começasse a me arrumar e até às 12:45 já estivesse pronto.
Às onze eu iria almoçar e como não tem como haver erros nessa tabela de horários simples, até às 12:50 eu já estaria ajudando a minha mãe a arrumar o prato que ela disse que iria fazer para que eu levasse.
E enfim, às 13:00 Jungkook estaria aqui e minha mãe já estava avisada que ela tinha até 30 minutos para conversar com o Jungkook hyung.
A casa dele fica a 25 minutos da minha, mais cinco de atraso que podem ocorrer durante o caminho, isso daria 14:00 horas, que foi o tempo informado aos pais dele que chegaríamos lá.
JUNGKOOK P.O.V.
Hoje é finalmente o dia em que Jimin virá aqui em casa e já está tudo arrumado e preparado para receber ele.
Sério, eu sei que a minha mãe, como neurologista saberia melhor que ninguém como receber ele de uma boa forma, mas foi muito bom ver ela obrigando meu pai a tirar as cortinas dele de cores vibrantes por uma mais sólida, assim como os forros das almofadas, entre outras coisas. Foi bem engraçado ver meu pai tentando negociar com a minha mãe e dando a desculpa de que “almofadas coloridas deixam o ambiente mais alto astral”, claro que no fim ele tirou porque também queria que Jimin se sentisse bem assim que chegasse.
Agora são 11:00 horas, meus pais foram buscar um presente que o Jae ganhou e incrivelmente o garotinho está quieto, eu deveria me preocupar? Provavelmente sim! Porém não quero sair do meu quarto e nem da minha cama até dar a hora de me arrumar para buscar o Jimin.
E já que falei dos meus pais antes, eles acabaram de chegar e estão chamando nós dois.
Fui descendo as escadas devagar e vi que eles estavam com uma caixa na mão, Jae passou correndo na minha frente e abriu a caixa.
E lá dentro tinha um hamster, Jae ficou impressionado e amou muito o novo membro da família.
— Qual o nome que vai dar para ele, filho? — meu pai perguntou feliz ao ver que o Jae havia gostado do hamster.
E ele gostou tanto que estava quase esmagando o pobre animal.
— Bolacha! — ele respondeu simples e me deu vontade de rir.
— Por que Bolacha, Monstrinho? Tem nenhum nome melhor, não? — indaguei me aproximando para pegar a pequena bolinha peluda do colo dele.
— Não, é que eu estou com fome e a primeira coisa que eu pensei foi nisso, então o nome dele vai ser Bolacha.
Eu e meus pais não aguentamos e demos risada, fiquei na sala até meio dia e fui me arrumar para buscar Jimin. Saí de casa às 12:30.
Cheguei lá com cinco minutos de adiantamento e respirei fundo contando até 10 várias vezes antes de bater na porta às treze horas em ponto. Me atrasar estava fora de questão.
Jimin abriu a porta e ele estava muito lindo, vestia uma calça jeans clara, um moletom vermelho com rosas desenhadas e nos pés, um tênis branco.
Ele estava lindo.
Jimin me abraçou e me chamou pra entrar. Percebi que ele fez isso de forma muito espontânea e longe de mim reclamar. Eu gostei muito de saber que ele se sente à vontade comigo cada vez mais.
Assim que entrei, fomos para a sala e me sentei no sofá, sua mãe saiu da cozinha e sentou a minha frente bem ao lado de seu marido e padrasto de Jimin.
Se eu estava nervoso? Não, claro que não. Imagina.
— Então você é o amigo do Ji, aquele que está fazendo ele querer sair mais de casa? — Senhora Lee foi a primeira a quebrar o silêncio no cômodo.
Minhas mãos começaram a tremer e a soar, droga de nervosismo.
Eles me olhavam atentamente esperando uma resposta.
— S-sim, senhora Lee. — falei baixo demais e acho que gaguejei, eu estou gritando internamente.
— Pode me chamar de Hwasa, garoto, eu só quero saber se eu posso confiar em você. Quero ter certeza de que não irá maltratar meu filho na frente de outras pessoas para se sair como o “engraçado”.
— Eu jamais faria isso. Pode parecer que não, mas eu já estive na posição de sofrer por piadinhas desse tipo e sei o quão ruim é sofrer com elas apenas no silêncio da sua mente, mesmo tendo apoio fora dela também.
Começo a falar a verdade sobre tudo isso de brincadeiras e não julgo a mãe dele por pensar que eu poderia fazer qualquer coisa que machucasse Jimin.
Já que eu sou um repetente, todo tatuado e com 5 piercings, acho ela está certa de ter medo que eu possa fazer algo com ele para me sair como fodão na frente de outras pessoas.
— Então fique tranquila, fazer isso com Jimin está fora de cogitação, Sra Lee, vocês podem confiar em mim. Eu sempre tentarei de tudo para fazer bem à Jimin e poder o ajudar no que ele precisar.
Falei calmamente e olhei de novo pra ela vendo-a pensativa, parece contente com a minha resposta. Na verdade ambos parecem aliviados com o que ouviram. Aproveito para respirar fundo, por fim vendo a mãe dele assentir em concordância.
Passamos mais alguns minutos conversando com a mãe do mais novo e ela falou sobre algumas coisas que poderiam acontecer caso algo saísse do “controle” de Jimin. Esse que olhava o relógio da sala a cada 5 minutos. Parecia animado e ansioso.
Quando faltavam 5 minutos para 13:30 ele avisou a mãe dele e subiu ao seu quarto para pegar sua mochila e uma sacola de presente, logo desceu novamente e veio em nossa direção, sentando ao meu lado no sofá.
— Sr. Lee poderia pegar as flores lá na cozinha, por favor? — perguntou ele olhando para seu padrasto que o direcionou a atenção e sorriu ternamente.
— Claro, Mochi. — responde ele se levantando e indo à cozinha e pegando o que foi pedido logo voltando com as flores em mãos e entregando à Jimin.
Os próximos minutos passaram rápido, quando deu 13:29 Jimin se levantou e se despediu de sua mãe, padrasto e irmão, que eu nem sabia que estava em casa. Me levanto e faço o mesmo que ele seguindo em direção a porta, eu peguei a sacola de sua mão e a mochila de suas costas, colocando nas minhas e saindo em sua frente para esperar na rua no tempo em que ele terminava de falar com o senhor e a senhora Lee.
Depois de um tempo ele se aproxima e começamos a andar em silêncio já que ele pôs os abafadores.
Depois de alguns minutos andando lado a lado, de repente sinto ele pegando em minha mão. Surpreso eu olho para o lado vendo que o mais novo apenas sorria e olhava para frente tranquilamente, como se não estivesse fazendo nada demais.
Eu apenas imitei sua ação e encaixei nossas mãos melhor. Logo estávamos andando de mãos dadas não ligando para qualquer outra coisa.
— Minha mãe e o Sr, Lee gostaram de você. — após um tempo em um silêncio confortável ele fala de maneira calma como sempre.
Vejo que ele apenas abaixou um pouco um lado do abafador para podermos conversar e sorri para ele.
— Isso é bom, né? — perguntei nervoso, porém feliz de saber que não tinham nada contra a nossa aproximação.
Ele riu assentindo e colocando novamente os abafadores. Era sempre assim, um silêncio calmo e reconfortante sempre pairava sobre nós dois em algum momento. Eu nunca gostei muito de silêncio, até porque é meio difícil ter isso com amigos tagarelas iguais aos meus, mas com Jimin é diferente. Eu me acostumei e me contento em aproveitar esses momentos para observar ele.
Quando finalmente chegamos em minha casa andei um pouco mais a frente para abrir a porta e entrei primeiro para ver como estaria o barulho lá dentro.
Meus pais estavam vendo TV e o Jae deveria estar em seu quarto.
— Filho, cadê seu amigo? — meu pai perguntou assim que me viu, apenas murmurei um “ele está lá fora, já vai entrar” e logo voltei para fora, chamei o Jimin e dessa vez entrei um pouco atrás do mesmo.
Ele andou em minha frente e mesmo que seus atos deixassem claro que ele estava incerto de tirar os abafadores, ele os retira devagar deixando apoiado em seu pescoço e olha em volta, logo vendo meus pais.
Percebi seu olhar voltando para mim como se perguntasse “eles são seus pais?”.
Apenas assenti para ele em positivo e ele novamente direcionou a atenção aos mais velhos, se aproximou um pouco de onde eles estavam, mesmo que de modo incerto e receoso.
— Boa tarde, senhores Jeon, obrigado por me receberem em sua casa, me chamo Park Jimin. — diz ele se curvando levemente em respeito ao meus pais e levantando as costas ficando com ela ereta novamente enquanto esperava uma resposta.
— Olá, Jimin, eu me chamo Jeon Seoyon, sou a mãe do Jungkook e o prazer é meu por poder te conhecer. — minha mãe sorriu acenando para ele, já que eu disse que ele não gostava muito de contato físico.
Ele apenas sorriu de volta para ela e devolveu o aceno.
— Como vai, Jimin? Eu me chamo Jeon Seth e como minha esposa já disse é um prazer conhecer um rapaz de sua idade que é tão educado.
Assim como minha mãe, Seth sorriu para o Jimin que apenas retribuiu o gesto.
— Acho que se conheceram bem... mas cadê o monstrinho? — perguntei olhando em volta procurando um mini ser humano pulando por aí.
— Que nada, Jungkook. — minha mãe riu e voltou a sua atenção ao mais novo — Bom, Jimin, por que não se senta? — o garoto apenas assentiu e sentou no sofá, esse que está um pouco longe dos dois mais velhos.
— O prazer é meu em conhecer os senhores, vocês criaram muito bem o Hyung, ele é bastante educado também! — Ele deu uma pequena pausa e voltou a falar — Ele foi o meu primeiro amigo em anos, sabe?
— Entendi... ele não nos disse isso. Não vou mentir, mas eu achei estranho quando ele disse que tinha feito um amigo novo já que, bom… o seu último amigo não era bem o que pensávamos.
— É, ele me falou disso também, o Hyung me trata bem e não liga muito para a minha neuro divergência, o que é bem respeitoso da parte dele.
Ele deu um meio sorriso que o deixou extremamente fofo, porém terei que deixar ele sozinho aqui e ir atrás do Jae.
Eu ainda mato esse espertinho por me atrapalhar em admirar o Jimin, ah se eu mato.
AUTORA P.O.V.
Jungkook sobe as escadas após ver que Jimin estava confortável conversando com seus pais.
Enquanto ele ia atrás do irmão mais novo, na sala a conversa continuava…
— Sim, Jungkook já teve contato com algumas crianças e até adultos autistas já que quando ele era mais novo eu levava ele ao meu serviço de vez em quando, ele gostava bastante de ter esse contato. — Seoyon dizia sorrindo alegre e com uma pitada de nostalgia.
— Ele até dizia que ia ser um neurologista melhor que eu, mas aí ele ganhou um teclado e o sonho de ser médico foi por água abaixo. — ela riu ao se lembrar.
— Nossa… a senhora é neurologista, o Jung só me disse que a senhora era médica, mas não disse a especialização.
Jimin ficou um pouco mais interessado na conversa.
— Falam que essa especialização é um pouco mais difícil que as outras... a senhora trabalha em que área, digo, pacientes alvos, crianças ou adultos?
— Quando iniciei a faculdade eu ia me especializar em adultos, mas no quinto período tive contato com crianças e me apaixonei por elas, principalmente por ter tido o contato pouco tempo depois da gravidez do Kook ter sido confirmada! — respondeu Seoyon com um pouco de saudades daquele tempo.
— Hum entendi, isso é demais! — respondeu Jimin e olhou para baixo lembrando-se de estar com o buquê em mãos ainda e estendeu ele em direção aos pais do Jungkook — trouxe para vocês, espero que gostem de flores — disse enquanto tentava dar um sorriso ao fim da frase.
O que foi extremamente fofo na visão dos senhores Jeon.
— Obrigada, Jimin, nós ficamos muito felizes pela sua consideração em nos presentear. — exclamou o pai de Jungkook pegando o buquê e levando até a cozinha para pôr em um vaso.
— Jimin seu nome não me é estranho, ele me lembr… — A frase da senhora Jeon foi interrompida quando percebeu que Jae estava descendo as escadas correndo junto com Jungkook.
Todos ficaram de olho em Seonjae que terminou de descer as escadas correndo de maneira rápida para uma criança e logo indo em direção à Jimin que ainda estava sentado no sofá.
Para os 3 neurotípicos presentes na sala tudo aconteceu como se estivesse em câmera lenta.
Para o único atípico da situação foi tudo muito rápido
Seonjae desceu as escadas correndo e foi em direção a Jimin, chegando perto dele e o abraçando sem esperar muito.
Jungkook e seus pais naquele momento criaram tantas teorias de como Jimin poderia reagir naquele momento e nenhuma delas era boa. Só pensavam que Jimin poderia não ter gostado e vamos as opções:
1- Jimin afastaria Jae e começaria a se encolher e abraçar o seu próprio corpo repetindo uma frase “mantra” dele.
2- Jimin ficaria perdido dentro de pensamentos e não iria reagir por um bom tempo e tendo como sua primeira reação, começar a chorar ou gritar.
3- Jimin afastaria Jae e correria da casa dos Jeon indo embora e provavelmente sem rumo.
4- Começaria a gritar e se auto agredir, sentindo-se incomodado pelo toque sem permissão.
E por último, mas não menos impossível:
5- Jimin iria retribuir o abraço de Jae e não se incomodaria tanto com o ato inesperado.
Todos esperavam uma reação negativa, mas esperavam que não fosse tão ruim, já que nem ao menos tiveram tempo de reagirem e impedirem Jae de abraçar o Park.
Jungkook já se preparava mentalmente para aguentar um sermão do Minho pela sua irresponsabilidade para com o pequeno Park e para ser chamado de idiota por Taehyung por 3 horas seguidas por ter submetido Jimin a isso.
Para Jimin foi tudo muito repentino. Ele escutou barulhos de passos baixos e rápidos sendo acompanhados por uma risada divertida de uma criança.
Também podia ouvir Jungkook falando alguma coisa que ficou difícil de entender pela distância e o volume que ele falou.
E quando Jimin menos esperava havia dois pequenos braços rodeando seu tronco.
De primeiro ele esperou que tivesse alguma reação negativa, mas após 5 segundos sem nenhuma reação ele movimentou seu braço de forma lenta e envolveu o pequeno corpo em um abraço apertado e reconfortante, por fim deu um pequeno beijo na bochecha da criança e sorriu se afastando um pouco dela.
— Ele é fofo que nem um pequeno ursinho de pelúcia, Hyung! — disse Jae apontando para Jimin e dando um sorriso fofo — Gostei dele!
Jae estava feliz, mas não percebia que seus pais estavam confusos com a reação de Jimin e aliviados também.
Jimin estava meio desnorteado ainda, mas sorria para o pequeno que ainda estava perto de si e se preparava para lhe dar um segundo abraço.
E Jungkook no canto da sala olhava tudo abismado e fascinado. No final das contas, Park o surpreendia cada vez mais.
JUNGKOOK P.O.V.
Estou surpreso com o que aconteceu, mas é de uma boa forma. Com certeza isso foi inesperado.
Jae estava sorrindo todo feliz, o que é bom, além disso Jimin também tinha um sorriso lindo, leve e cheio de alegria estampado no rosto. Isso me deu a certeza de que não irei levar bronca dos hyungs.
Após algum tempo tendo que aguentar ver o SeonJae pelos próximos 35 minutos 20 segundos e 5 milésimos abraçando, beijando e elogiando o meu mochi, eu estou calmo. Claro que estou.
Aí você me pergunta:
“Ah, mas JK você ficou com ciúmes do seu irmão de 5 anos abraçando e elogiando o Jimin? Isso não é muito infantil, não?“
Primeiramente, ele não é besta e sabe que eu gosto do Ji, ele é muito inteligente e eu não estou assim só pelos abraços e elogios não, é também por que em algum momento ele falou para mim:
“Kook hyung, quando eu crescer irei roubar o Jimin hyung para mim!”
Então não eram apenas abraços inocentes. Aquele pestinha planejava algo maligno e eu tinha certeza disso.
Depois de ter que aguentar ver os dois baixinhos abraçados, subi com Jimin para o segundo andar.
Chegando em meu quarto e começamos a assistir um filme qualquer que eu mal prestava atenção. Eu até tentei conversar com o Jimin durante o filme, mas ele mandou eu ficar quieto e assistir.
Eu apenas me calei até o final do filme com medo de apanhar do mais novo.
— Ji, você realmente entendeu o que esse filme fala? — perguntei assim que o filme chegou ao fim.
— Sim, o filme fala sobre um homem que foi preso injustamente e acaba tendo pena de morte por isso, a história dele é contada pelo capitão da delegacia onde esse homem foi preso.
Ele começa a me contar o filme por cima de forma empolgada, mas eu apenas finjo que entendi.
— Bom, vejo que você prestou atenção, Sr. Park, mas agora iremos fazer o que? — ele me olhou com um biquinho fofo e me respondeu.
— Não sei, hyung, eu sou convidado então você deveria ter programado algo para fazer algo comigo, não?
— Planejar eu planejei, mas queria saber se queria fazer algo, mas como você não quer... podemos jogar Fifa?
— Eu nunca joguei por achar videogames chatos, mas posso tentar te acompanhar.
Apenas assinto e vou até a teve ligando o videogame, enquanto isso Jimin admirava e explorava o meu quarto.
Terminei de ligar e me sentei na cama novamente com ele em posição de indiozinho.
— Temos duas opções, eu te explico como se joga ou você assiste esse vídeo que sempre aparece no início.
Ele parece pensar…
— Mas lembre-se de que eu sou o pior jogador de todos nossos amigos, até o Yoongi é melhor que eu.
— Então irei querer assistir o vídeo, não faz sentido pegar a matéria com uma pessoa que não sabe né? — ele me olhou e deu um sorriso tão fofo que me fez até esquecer que ele literalmente me chamou de burro.
— Que linda a sua comparação, belo jeito para me chamar de burro. — falei rindo e entregando-lhe o controle.
— E-eu não quis… me desculpe, hyung por te chamar assim. — ele exclamou nervosamente com a voz baixa.
— Não tem problema, Ji, eu estava brincando. A sua reação foi fofa e engraçada também. — logo após isso o vídeo começou, ele apenas assistiu e depois começamos a jogar.
ALGUNS MINUTOS DEPOIS
— Hyung… assim não vale, você está ganhando todas. — disse ele fazendo um biquinho.
Estávamos jogando futebol e eu estava ganhando de 5×1.
— Vale sim já que eu estou me esforçando para fazer gols, não tenho culpa se sou bom demais! — dei um sorriso olhando-o.
— Se esforçando nada. — ele resmungou ainda fazendo bico — você está usando hacker. Não é justo, você sabe jogar, já eu sou iniciante então não vale.
O jogo fez um barulho anunciando o fim do jogo e eu saí como o ganhador.
— Não usei nada, Ji, sério. Eu nem sei usar isso, quem sabe é o Nam hyung, mas eu já posso me exibir falando que sou melhor que Park Jimin, o aluno nota 10, em algo.
— Algo que você claramente roubou né?
Ficamos mais um tempo nessa discussão até meu pai chamar a gente para um café da tarde que atendia a todos os tipos de seletividade alimentar de Jimin.
Ao terminar de comermos ele quis ajudar a limpar tudo. Até tentamos nos opor a isso, mas ele insistiu tanto que acabamos aceitando.
Quando terminamos estava próximo da hora dele ir embora então ficamos na sala até dar a hora.
— Bom, Jimin, boa noite e nos desculpe por qualquer coisa. Também pelo Jae ter te abraçado sem pedir. — meu pai começa a falar — minha esposa já lhe pediu, mas estou me desculpando novamente por ela ter tido que sair para o trabalho antes do previsto. — ele finaliza sorrindo calmo para o mais novo.
— Tudo bem, Sr. Jeon! Eu terei mais oportunidades de me encontrar com ela. — ele disse caminhando até a porta e fomos os quatro até a entrada.
Jimin se despediu de Jae com mais um abraço (a iniciativa com certeza partiu do Jae, mas Jimin aceitou de bom grado) e logo acenou para o meu pai também.
Logo os dois entraram novamente e acompanhei o mais novo até em casa.
Quebra de tempo
AUTORA P.O.V.
Os dois jovens chegaram ao quintal da casa dos Park's alguns minutos depois e ficaram conversando por mais um tempo. Lee Minho, que estava “bisbilhotando” da janela, havia saído com a desculpa de que “o irmão poderia estar com frio e deveria colocar um casaco”, dando de fato uma jaqueta para o Park e voltando para dentro de casa se colocando a ficar ao lado da janela novamente para ficar de olho nos dois, coisa que estava arrancando sinceras risadas de Han que estava no outro sofá vendo o Lee ajoelhado em cima do sofá que dava uma boa visão do quintal.
— Caralho, os meninos vão adorar ver isso! — o jovem Han se divertia tirando fotos e rindo do namorado — Minho, para que tudo isso, você sabe que uma hora ou outra ele vai beijar, né?
— Hannie, por que você está rindo? Estamos em um momento sério aqui — falou com a cara enfiada na janela — sei que vai, porém quando isso acontecer eu vou estar longe para impedir, mas como eu estou aqui agora… isso não vai acontecer. Mas não vai mesmo. — o Lee disse decidido e mantendo sua atenção nos dois mais novos que estavam lá fora conversando animados.
Han apenas riu do seu namorado e das mensagens que seus amigos estavam mandando no grupo, todos rindo e zoando Minho pela cena.
DE VOLTA AO QUINTAL
Jimin e Jungkook ainda estavam conversando baixo entre eles, até o ponto em que decidiram sentar no meio fio da calçada e para que o Jimin não sujasse sua roupa, Jungkook tirou sua jaqueta de couro e colocou no chão para o mesmo sentar em cima.
O que Park fez imediatamente esperando Jungkook sentar também para apoiar a cabeça em seu ombro.
— Kook hyung, você já sentiu vontade de fazer algo que queria muito, mas não fez ainda por que tem medo do que poderia acontecer depois? — perguntou Park, baixo demais e quase como um sussurro, mas pelo fato de estarem bem próximos foi suficiente para ser ouvido por Jungkook.
— Já senti várias vezes, Minnie! E só posso dizer que às vezes a dúvida de como seria fazer, acaba doendo mais do que a possível consequência daquele ato.
Jungkook virou a cabeça lentamente para Jimin a fim de olhá-lo e sorriu. Jimin devolveu o olhar na mesma hora e não ligou muito para a proximidade de ambos.
— Mas se der algo errado, o que eu faço?
— Dê uma de ator, finja que está em uma peça de teatro e improvise, simples assim. — O Jeon continuou a olhar para Park na intenção de guardar todos os detalhes de seu rosto, desde os mais notáveis como a cor de seus olhos, aos menos perceptíveis e que só podiam ser vistos se prestar muita atenção, como as sardinhas que pareciam quase apagadas de tão claras e fraquinhas que eram sua coloração.
— Não sabia que você tinha sardas, Ji. — Jungkook disse baixo olhando ainda mais profundamente nos olhos do Park.
— Elas estão bem fracas agora, só é possível serem vistas assim de perto, mas quando eu era mais novo elas eram mais visíveis, Kook. — após a resposta de Jimin o silêncio voltou a reinar entre eles. Apenas olhares eram trocados, mas eles diziam mais do que palavras poderiam descrever.
Os dois foram se aproximando cada vez mais e por estarem com os rostos frente a frente um do outro, muito provavelmente acabariam trocando um selar caso se aproximasse mais alguns milímetros. E eles se aproximaram mais, ambos concentrados e hipnotizados demais um no outro para perceberem que a distância entre eles era quase inexistente.
Mas quem disse que eles estavam ligando para a aproximação perigosa?
DE VOLTA À SALA
Minho, que ainda assistia tudo da janela, se desesperou quando entendeu o que iria acontecer lá fora e tentou abrir a janela rapidamente, mas aí lembrou:
A janela estava emperrada. Droga!
Ele logo tratou de levantar do sofá e ir correndo até a porta de frente, ato esse que despertou curiosidade em Han que levantou também e foi até a janela ver o que o namorado estava aprontando.
Os dois se aproximaram mais um pouco e sentiram suas respirações próximas, estavam quase se beijando, faltava pouco para finalmente selar os lábios e realizarem o que tinham vontade.
Eles estavam tão alheios a tudo que nem perceberam um Lee Minho correndo desesperado quase tropeçando e chegando pronto para separá-los.
Quando suas bocas finalmente iam se unir…
— Jimin 22:30, está na hora de você entrar — disse o Lee parando e respirando fundo tentando recuperar o ar.
Jimin, que foi tirado de sua bolha, olhou para ele confuso, mas logo concordou percebendo que realmente estava na hora de entrar.
— Jura, hyung? Nossa o dia passou muito rápido, obrigada por avisar! — levantou-se para se despedir de Jeon, fora um longo dia, porém muito divertido — Obrigada por hoje, Kook Hyung! — olhou para Jungkook e se curvou lentamente dando um beijo mais longo na bochecha dele — Boa noite... me avise quando chegar em casa. — sorriu para ele.
— Boa noite, Minnie. — se levantou após receber o selar em sua bochecha — Durma bem, irei lhe mandar mensagem assim que chegar! — colocou as mãos nos bolsos — Até segunda, Jimin!
— Até, hyung!
Jungkook pegou sua jaqueta no chão, abraçou Jimin e se despediu de Lee Minho com um acenar de cabeça, indo embora logo depois enquanto Jimin ficou na rua o observando por um tempo. Depois de perder o Jeon de vista, Jimin entrou em casa indo direto para o quarto, mas antes desejou boa noite ao irmão e cunhado.
Tempo depois Jungkook chegou em casa e avisou Jimin, logo indo tomar um banho e se deitar pensando sobre o seu dia ao lado do Park.
Ele e Jimin iriam de fato se beijar se o irmão do mesmo não tivesse atrapalhado?
Como estão baby's?
Estão bem ?
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Love between neurodivergences
Fanfic[Em andamento] Onde Park Jimin se vê mudando de escola pela 5° vez em menos de 2 anos, isso tudo por sempre ser vítima de piadas e comentários maldosos sobre seus costumes um pouco diferentes, mas que para ele são totalmente normais como uma pessoa...