CAPÍTULO 4

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Eva acordou do lado oposto da cama. Só se lembrava de ter-se atirado na cama depois de levar um sermão do padrasto. E lembrou-se que também estava de castigo. Não podia sair. Num domingo com um dia lindo. E não podia sair daquela bendita casa.

Tentou ler um livro mas não conseguia prestar atenção na história. Ligou a televisão mas não estava a dar nada de interessante. Então decidiu ir à casa do Martim. Era logo ao lado. Espreitou o seu padrasto. Ele estava no quarto.
Ela se esgueirou até a porta. Quando abriu a porta ouviu o seu padrasto a gritar do seu quarto.

- Onde pensas que vais Eva?

Porra, maldita porta. E maldito seja o seu padrasto.
Ele apareceu no corredor da entrada.

- Pensei que fui claro ontem quando disse que estás de castigo. E isso significa que não podes sair.

- Só vou até a casa do Martim.

- Não vais a lado nenhum.

- É aqui ao lado Anton. Basicamente, nem estou a sair de casa se não saio do prédio.

- Não adianta argumentar Eva. Volta para o teu quarto.

- Posso ao menos andar pela casa?

- Faz o que bem entenderes, desde que não saias dessa casa.

Eva revirou os olhos irritada.

Pegou no telemóvel e virou as costas para Anton. Foi até a sala e abriu a televisão, mas não prestou atenção no mesmo. Mandou algumas mensagens de textos no grupo que eles três tinham. E ligou em vídeo chamada para os amigos. Que atenderam logo.

- Estou de castigo.

- O que aprontaste? - perguntou Martim

- Nada. Apenas cheguei em casa ontem quase uma da madrugada. E foi o suficiente para ouvir um sermão do Anton. E ficar de castigo.

- É lixado. - disse Gatlyn. - Os meus pais nem deram pela minha falta ontem.

- Tens sorte. - disse Eva - já os meus me sufocam.

- Queres que vá te fazer companhia no teu castigo? - Perguntou Martim.

- Qualquer coisa para me tirar do tédio é bem-vindo. - disse Eva enquanto suspirou baixinho. - E vais entrar como?

- Pela porta da frente.

- E se o Anton não te deixar entrar?

- Arranja se outra forma de eu entrar.

- Está bem então. Venha.

- Desejo-vos um bom dia de castigo - brincou Gatlyn

- Não brinca Gatlyn. Estou realmente a morrer de tédio aqui.

- Infelizmente não posso ir lá te fazer companhia junto com o Martim. - continuou a ruiva - Os meus pais inventaram o dia em família.

- E como é esse dito dia em família? - Perguntou Eva

- Basicamente sair todos juntos. Almoçar e jantar fora. O meu pai quer ir ao parque aquático.

- Já está aberto? - perguntou Martim - pensei que só abriam no verão.

- Eles abrem no início da primavera. E como tem feito um sol lindo nesses dias, o meu pai inventou de irmos lá.

- Quem me dera ter os teus pais, Gatlyn. - afirmou Eva enquanto fazia um ar triste.

- Cada um carrega o seu fardo Eva. Veja o lado positivo.

- Lado positivo? - Eva suspirou

- Sim. Tens pais que realmente se importam e se preocupam contigo. É por isso que são tão rígidos.

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