26 - Tem certeza?

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Maraisa:

— Vai ficar tudo bem, eu te prometo. — Escuto a voz baixinha da Marília.

Vou abrindo os olhos devagar, minha cabeça estava doendo.

— O que aconteceu? — Pergunto quase em sussurro tentando me levantar.

— Você desmaiou, meu amor...

De repente tudo vem como uma metralhadora de informações na minha mente, eu me aperto nos braços da Marília. Ela fazia um carinho no meu cabelo ainda úmido.

Eu estava envergonhada.

— Minha cabeça parece que tá oca de tanta dor.

— Vou buscar algo pra você comer e você toma um medicamento pra essa dor aí — Marília se levanta da cama e logo eu sinto falta do calor do corpo dela.

Ela se aproxima deixa um beijo na minha testa e diz:

— Já volto.

Em poucos minutos Marília aparece com uma bandeja com comida, eu sabia que já era noite pois vi pela janela.

Eu não sentia muita fome, porém sabia que se não comesse Marília iria falar até pra mim, então iria comer um pouco.

Assim que finalizo Marília me dá um comprimido pra dor de cabeça, pego o engolindo com o suco de laranja que estava na bandeja.

Eu ainda estava envergonhada, eu sabia que Marília iria só me alimentar e depois iria conversar comigo sobre tudo que aconteceu, eu sabia que ela estava sendo paciente comigo ultimamente por causa de tudo né?! Relevava muita coisa, em vez de ficar perguntando ou questionando.

— Vou descer com isso e já volto — Marília pega as coisas e sai do quarto.

Eu me levanto vendo que eu vestia apenas uma camiseta. Vou no banheiro e escovo os dentes, depois pego uma calcinha vestindo. E então volto pra cama.

Marília volta e se senta na cama encostando na cabeceira com as pernas pra cima. Eu coloco minha cabeça sobre seu colo, ela leva a mão para meu cabelo.

— Você sabe que eu estou aqui pra tudo, pra te ajudar em todos os teus traumas em tudo. Só que você sabe que você também precisa de ajuda profissional né? — Marília diz me olhando e fazendo carinho no meu cabelo e rosto.

Eu odiava só pensar em ter que fazer terapia, sempre achei que essas coisas não funcionam, uma pessoa que a gente nem conhece querer invadir a nossa privacidade.

Eu não respondo, não tinha certeza que faria.

Marília alisa meu braço onde eu tinha praticamente me machucado.

— Mandei comprar uma pomada, passei tem pouco tempo atrás, daqui a pouco tem que passar de novo pra não ficar manchado.

— Obrigada. Me desculpa Lila. — Eu fecho os olhos sentindo o carinho da mão da Marília no meu rosto.

— Só me diz que você vai aceitar ajuda profissional por favor.

Depois de pensar um pouco, ficar um pouco em silêncio:

— Tá bom, odeio uma pessoa desconhecida invadindo minha intimidade, mas tá, eu tento.

Marília abaixa a cabeça e me deixa um selinho nos lábios.

— O notebook, o que você fez?

— Está na gaveta — Ela aponta — Não vai ver de novo essas coisas por favor.

— Acho que tenho que entregar tudo pra polícia, eu queria ver o que tem lá primeiro, o vídeo nosso que o Wendell me mostrou estava lá.

— Hm... então eu vejo, e coloco no pen drive o que for pra polícia.

Através da música - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora