Através da música - Malila | Gp

16 - Ameaças

Maraisa:

Acordo assustada me encolhendo na cama, suada, o choro vem. Novamente os pesadelos me atormentam.

Náuseas embrulham meu estômago, eu já não comia direito, tudo estava desmoronando rápido demais sobre a minha cabeça.

Corro pro banheiro na intenção de tomar um banho, meu estômago ainda revirava. Sempre que eu acordava de um pesadelo ficava com flashs na mente, coisa que me dava ânsia de vômito.

— Tenho uma reunião agora, amanhã eu viajo só que volto a noite — Wendell entra no banheiro falando, fazendo meu corpo entrar em alerta — Maiara tá em casa, você sabe o que acontece se der a língua nos dentes — Ele se aproxima do box enfia a mao pra dentro e segura meu queixo o apertando — Você sabe não sabe?

Apenas balanço a cabeça assentindo.

— Ótimo!

Ainda apertando meu queixo ele puxa e me deixa um selinho nos lábios e sai.

Assim que eu escuto a porta do quarto sendo fechada corro pro vaso vomitando tudo que eu havia comido na noite anterior.

Wendell me dava ânsia de vômito.

A Maraisa forte, inponderável, impotente, inteligente, confiante entre várias outras coisas já não existia mais. Ela deu lugar pra uma Maraisa fraca, medrosa, burra e sem confiança em si.

Todas as vezes que saiu do banheiro olho em volta do quarto na intenção de achar a bendita da câmera.

Toda vez eu lembro de quando Wendell me contou sobre elas de como eu fui machucada aquele dia. Toda manhã depois de ter pesadelos esses flashs vinham em minha mente...

Flashback on

A porta do quarto de hóspedes é aberta de uma vez me assustando, me levanto de uma vez da cama.

— Wendell?

— Te espero no escritório, vamos ter uma conversa séria, agora. — Ele praticamente bate a porta.

Meu corpo reage a isso, me sobe um calafrio de medo. Ele parecia bravo, não era pra ele estar em casa hoje.

Respiro fundo tomando coragem, hoje não era dia de sentir medo.

Desço em passos lentos até o escritório, bato na porta e entro em seguida.

Eu não podia demostrar medo. Eu precisava da coragem pra poder terminar tudo com ele.

— Nos precisamos mesmo ter essa conversa — Digo seria.

— Vamos deixar esse seu papinho de que quer terminar pra poder ficar com aquela, aquela macho depois. Ou melhor, o assunto nem vai existir.

Arregalo meus olhos assustada.

Ele sabia, sabia sobre mim e Marília. Seus olhos estavam em fúria.

— Vem cá — Faz com o dedo pra eu dar a volta na mesa.

Ele estava sentado, eu dou a volta na mesa, ele abre o notebook.

Ele da play em um vídeo que era no quarto de hóspedes, que Marília me segurava no colo, estávamos saindo do closet aos beijos, ela me joga na cama e iniciamos nosso sexo.

Eu estava em estado de choque, aquilo não podia ser verdade. Ele tinha colocado câmera no quarto de hóspedes. Minha mão estava sobre minha boca, eu nem conseguia ver mais o que estava se passando na tela a minha frente.

— Eu já estava desconfiado, sabia que essa relação era mais que de amiguinhas.

— Você não tinha esse direito — Falo quase em sussurro ainda tentando raciocinar o que estava acontecendo.