Chapter 9

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Tristan estava deitado no sofá de sua sala vendo um seriado qualquer. Era sábado e sua mãe estava trabalhando.

Ele ouviu a campainha tocar e se levantou para atender.

- Você vive esquecendo as c... - Mas não era a mãe do menino.

Bradley estava parado a sua frente. O pequeno estava vermelho e soluçando pelo choro preso, usava apenas uma camiseta e uma bermuda.

O inverno estava rigoroso e ele estava extremamente molhado pela chuva que caía na rua.

- B-brad?

O pequeno não falou nada, apenas foi em direção aos braços de Tristan e se permitiu chorar ainda mais.

O loiro o puxou para dentro e fechou a porta, o abraçando forte logo depois.

Tristan estava com rugas de preocupação visíveis em sua testa e afagava os cachos do menor, enquanto tentava o acalmar.

Aos poucos Bradley parou de soluçar e estava preso em um choro baixo.

- O que aconteceu, pequeno?

- L-l-lembranças. - Bradley falava ainda com o rosto enterrado no peito do menino bem maior que ele.

Tristan entendeu. Algumas lembranças não são boas.

- Vem, vamos trocar de roupa e você me explica, okay?

Bradley assentiu calmamente e subiu até o quarto de Tristan, colocando uma calça de moletom e um sweater do maior.

Ele sumia nas roupas do loiro.

Adorável.

Eles se sentaram no sofá novamente e Tristan puxou o menino de cachos para seus braços.

- Pode me falar? - Ele perguntou, com calma.

- E-eu não s-sei. - Bradley chorava novamente.

Tristan estava com seu coração partido, ver seu pequeno daquele jeito era torturante.

- Você pode confiar em mim. - Ele falou fazendo carinhos nas costas do menino.

- M-minha f-família. Eu sinto falta.

O pequeno soluçava e Tristan o abraçava cada vez mais forte.

- O que aconteceu com eles?

- E-eles m-m-morreram.

O loiro sentiu um enorme peso em seu peito. A mãe de Bradley havia se morrido.

- Eu sinto muito, amor. Eu sinto muito.

- E-eu odeio l-lembranças. - Sua voz falhava a cada frase que era proferida e sua suas juntas estavam brancas.

Ele estava com raiva?

- As memórias são boas? - Ele assentiu. - Então pense nelas como boas, amor. Sinta-se sortudo por ter tido a chance de estar com ela e de ter feito essas memórias.

- E-eu sinto s-saudade. E-eu sou o culpado.

- Todos nós sentimos saudades de alguém. Você não é o culpado, amor. - Tristan afagava os cabelos do pequeno e lhe dava pequenos beijos no lugar. - Você ficará bem.

Os soluços haviam parado e a respiração do pequeno estava calma e pesada.

Bradley havia dormido.

Ele havia dormido nos braços de Tristan.

O maior o pegou no colo com cuidado - ouvindo pequenos resmungos saírem de sua boca - e o levou para sua cama, o deitando lá.

Ele me moveu até achar uma posição confortável e adormeceu novamente.

Ele estava ainda mais bonito.

Alguns cachos caiam sobre seu rosto e os outros estavam espalhados sobre o travesseiro, seus delicados olhos estavam fechados e sua boca entreaberta.

Bradley era um anjo.

Ele sentiu seus olhos azuis pesarem e se deitou ao lado de Bradley, fazendo pequenas carícias nos seus cachos.

O pequeno se mexeu mais um pouco e se virou para Tristan lhe dando um sorriso fraco. Ele deitou sua cabeça no peito do maior e o abraçou com os braços e as pernas, pegando no sono novamente.

O maior olhava diretamente para o menino deitado ao seu lado.

E percebeu...

Ele não poderia estar mais apaixonado.

Tristan sorriu e acabou pegando no sono com o pequeno em seus braços.

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