Chapter 13

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Tristan caminhava pelo centro da cidade, seu pensamento estava completamente preso em Bradley. Pela sua cabeça passava cenas da última noite, o corpo do menino, todos os centímetros do pequeno garoto pertenciam a ele. Enfim, Bradley era de Tristan. E ele queria oficializar isso.

Andava apressado atrás das flores perfeitas, de velas e todos os ingredientes para um belo jantar, para uma bela surpresa. Ele já não queria ficar longe do pequeno menino, não havia sentido sem seus curtos braços na nuca do menino maior.

Ele andava com um belo sorriso no rosto e cumprimentava todos que apareciam a sua frente, tudo estava perfeito. Nada poderia dar errado.

Tristan estava errado.

- Tris?

O loiro ouvindo a voz de seu ex-namorado atrás de si, não pode ser.  Virou-se com um sorriso no rosto, tentando não ser afetado pelas lembranças ruins que chegavam junto com esse menino.

- Hey, Ollie.

- Quanto tempo, que saudade!

O moreno - um pouco mais baixo que Tristan - o abraçou, colocando seus braços no pescoço do maior. Mas não foi correspondido, ele só queria que o menino em seus braços fosse Bradley e não Oliver.

Oliver. O menino que proporcionou a Tristan o pior dia de sua vida, o dia mais doloroso. Doloroso fisicamente e emocionalmente também.

- Vamos tomar um café.

- Hum... E-eu não posso, estou atrasado.  - Ele falava coçando a nuca, tentando livrar-se da sensação de estar perto do mesmo.

- Eu sinto sua falta, Tris. Pensei que poderíamos tentar de novo.

Assustado e surpreso, o garoto de olhos azuis começou a dar risada.

- Você só pode estar de brincadeira comigo.

- Isso é um sim? - Os olhos verdes do ex-namorado brilhavam, o que gerou uma risada ainda mais alta.

- Eu preciso lhe ensinar o conceito de ironia?

O moreno arregalou seus olhos e eles se tornaram mais escuros. Raiva era vista dentro dos mesmos.

- Eu sei que você ainda é apaixonado por mim, Tristan, você sempre foi. Enquanto eu te traía em todo final de semana você continuava ali, como um bobo pensando que eu te amava. Eu sempre quis um cachorrinho, sempre quis alguém que fizesse tudo para mim sem precisar de nada em troca. E você foi perfeito.

Já havia lágrimas nos olhos azuis do loiro, ele sentia seu corpo fraquejar a cada palavra cuspida da boca do outro homem.

- Você nunca vai achar ninguém, você não merece ninguém. É apenas um menino feio e bobo, que corre atrás e é bom com toda pessoa. Burro. Inocente.

Lágrimas caiam constantemente de seus olhos e ele só queria Bradley ali com ele.

Bradley.

Ele era amado, era visível para qualquer um o que Bradley sentia.

Então Tristan prensou Oliver na parede e apontou seu dedo no rosto do homem.

- Para sua informar, eu não precisei procurar ninguém para ser um 'cachorrinho' para mim. - Ele fez aspas para a palavra e continuou. - Eu achei uma pessoa que realmente me ama, me ama de verdade, Oliver. Eu não preciso o usar e não preciso ser usado.

O homem estava com os olhos arregalados e suspirando pesadamente.

- E você... - Ele apontou o dedo em seu peito. - Você ficou sozinho, está sozinho e se morrer sozinho isso me fará muito bem. Faça favor de não incomodar-me nunca mais.

Ele virou-se, deixando o homem extasiado no meio da rua.

As pessoas o olhavam e ele ao menos se importava, lágrimas caíam constantemente de seus olhos e ele esqueceu seus planos para o jantar. Correndo para casa de Bradley.

Deu três toques na porta e o menino apareceu usando apenas uma calça de moletom. Havia cobertores no sofá e ele estava com expressão cansada. O que indicava que havia acabado de acordar.

- Trissy?

- E-eu... Eu. - Tristan soluçava e o menor colocando seus braços nele.

- Amor, shhhh. O que aconteceu?

Eles sentaram-se no sofá e o loiro acabou acalmando-se aos poucos, respirando fundo e tentando formar uma frase concreta em sua cabeça.

- Eu encontrei com Oliver.  - Vendo a expressão confusa do menino, explicou. -  Meu ex-namorado.

- Oh, amor! - Bradley o abraçou com força, colocando sua cabeça no peito do maior.

Os seus braços curtos estavam na cintura do loiro e os do mesmo estavam nos cachos do pequeno, fazendo carinhos ali.

- Eu estava preparando uma surpresa, uma surpresa para você, amor. E ele me parou no meio do caminho, dizendo que sentia saudade de mim e mais coisas horríveis. - Ele respirou fundo. - Disse-me que ninguém jamais vai me amar.

- Uma surpresa?

Bradley levantou sua cabeça para olhar nos olhos azuis do menino.

- Não queria um pedido de namoro comum.

- Namoro? - Ele abriu sua boca em surpresa.

- É, amor.

O olhar do loiro estava no chão. Ele queria que a surpresa para Bradley funcionasse, ele queria ver seus olhos brilhando quando o pediria em namoro.

- Trissy. - O moreno chamou sua atenção, fazendo-o levantar seu olhar.

- Hum?

- Você quer namorar comigo?

O coração de Tristan parou por alguns segundos, como se ele não conseguisse faze-lo bater, o ar foi arrancado de seus pulmões. Todas as borboletas em seu estomago estavam fazendo voltas e ali brincando. Suas mãos soavam.

- Bem... Eu espero uma resposta. - O menino, com suas - curtas - pernas entrelaçadas ao corpo do maior, perguntou.

- Sim, eu quero!

- Sabe, amor... - Ele começou, se aproximando dos lábios do menino. - Ele estava errado.

Tristan fez uma cara confusa, arrancando uma bela gargalhada de Bradley. Ele passou suas delicadas mãos para a nuca do maior.

- Ele disse que ninguém jamais vai te amar. - A expressão confusa ainda estava ali. - Mas eu te amo.

Então ele beijou o loiro, sem se preocupar com a resposta, nem com a emoção. Ele sabia que era reciproco, até mesmo um louco sabia o quanto era reciproco o amor desses meninos.

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