Chapter 17

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Os dias estavam ficando cada vez mais difíceis. Bradley não havia voltado e Tristan não saía de seu quarto.

O menino não comia, não bebia nada, vomitava constantemente e apenas ficava deitado em sua cama, junto com a folha em que estava escrito a música que ele havia composto para o seu amado. Apenas ele e a lembranças, ele e as lágrimas.

Bradley estava diferente, ele andava por todos os lugares da cidade junto com seus pensamentos. Em cada lugar que ia levava um pequeno caderno consigo, escrevendo o que era necessário, pensando nos mínimos detalhes de seu plano para ter Tristan de volta.

Na maioria das vezes havia um cigarro de maconha junto com o menino menor, fumava para esquecer a dor que era forte e concentrar-se na criatividade.

Ambos sentiam a falta um do outro, ambos estavam sendo consumidos pela dor e pelo sofrimento.

Tristan resolveu descer as escadas de sua casa, indo em direção ao sofá e sentando-se ali.

Puxou uma almofada, abraçando-se a ela e sentindo o cheiro de baunilha que ali havia. O cheiro de Bradley.

Ali estava o cheiro dos dois, dos dias em que eles deitavam para olhar alguma série, dos dias em que o menor jogava vídeo game enquanto Tristan ainda acabava sua música.

Pegou a foto que havia na escrivaninha ao lado do sofá, colocado ela em seu coração, apertando-a ali.

Era uma foto onde o pequeno estava em suas costas e eles estavam gargalhando, Carolyn havia achado adorável e tirou a foto. Acabou por deixá-la como recordação do menino que ela nomeava como um novo filho.

Olhou para a foto, deixando lágrimas caírem de seus olhos, sentindo seu coração se apertar.

- I'm so sorry I can't stop myself from staring at you. - A voz do loiro saiu em um sussurro baixinho, seus compridos dedos passeando entre o porta retrato, pensando em passear novamente nos cachos de Bradley.

Os cachos era uma das coisas que Tristan mais sentia falta. Como quando o garoto deitava sua cabeça no peito do maior e ele enrolava seus dedos nos pequenos cachinhos que ali havia. Enrolando-os e soltando aos pouquinhos, ouvindo resmungos quando ficavam presos.

Em cada lado que ele olha havia uma lembrança diferente. Em cada lugar havia um pedaço de seu ex namorado. Ex namorado, porém não ex amor.

Em cada respiração ele se lembrava que seria melhor se o pequeno estivesse ali em seus braços.

Eles nunca precisavam estar perto para estarem juntos, mas Tristan sabia que era necessário um tempo longe para logo depois voltarem a se ver. Mas dessa vez não tinha uma volta, não tinha esse refúgio.

O menino respirou fundo e levantou seu corpo do sofá, largando o porta-retratos e a almofada no mesmo lugar e indo em direção à cozinha.

Viu uma carta em frente à porta e a pegou, guardando em seu bolso para ler depois.

Serviu-se um copo de água e voltou ao sofá, dessa vez ligando a televisão e livrando-se das lágrimas para poder ler a carta que provavelmente era de sua mãe que havia viajado pelo trabalho.

Pegou-a na mão e virou para o remetente.

Se seu queixo fosse móvel com certeza estaria no chão agora. O garoto nunca havia se sentido tão surpreso como sentiu-se no momento em que viu quem mandava a carta.

De: Bradley Will Simpson
Para: Tristan Oliver Vance Evans Third

Aos poucos abriu o envelope e tirou duas folhas de caderno dali. Largou o envelope e correu para seu quarto, a procura do caderno em que escreveu a música para ele, mas não estava ali.

Pegou a folha em que estava a música e as comparou, eram iguais.

Um sorriso apareceu em seu rosto, depois de um longo tempo. Seu coração se acelerou e ele sentou-se na cama para começar a ler a carta.

Hey, Trissy.

Espero que você esteja lendo isso, espero que eu tenha criado vergonha na cara e ter mandado essa carta.

Se você está lendo, eu mandei. Obviamente.

Não sou bom com palavras, como você já percebeu. Mas como você compôs uma música tão bonita para mim, achei justo devolver esse presente.

Abra a outra folha.

E não se esqueça que não importa o que aconteça eu continuarei te amando.

Com muito amor, Bradley.

O coração do loiro nunca esteve tão acelerado, ele poderia ter um ataque cardíaco ali mesmo.

Medo e curiosidade estavam em uma guerra dentro do menino quando ele abriu a segunda folha, mostrando versos perfeitamente feitos.

Sorrir e começou a ler a música, mesmo sem um ritmo fixo.

All I want is nothing more

To hear you knocking at my door

Cause if I could see your face once more

I could die as a happy man, I'm sure

When you said your last goodbye

I died a little bit inside

I lay in tears in bed all night

Alone, without you by my side

But if you loved me

Why did you leave me?

Take my body

Take my body

All I want is

And all I need is

To find somebody

I'll find somebody

Like you, oh, oh

Oh, oh, oh

You

Like you

See, you brought out the best of me

A part of me I'd never seen

You took my soul and wiped it clean

Our love was made for movie screens

But if you loved me

Why did you leave me?

Take my body

Take my body

All I want is

And all I need is

To find somebody

I'll find somebody

Like you, ohhhh

As lágrimas caiam de seus olhos como cachoeiras, deixando a folha em suas mãos molhada. Sem pensar duas vezes, pegou as chaves de seu carro e dirigiu até a casa de Bradley.

Chegando lá passou alguns minutos sentado dentro do carro pensando se isso era mesmo o certo. O menino havia o traído.

Mas o amor supera tudo, não é mesmo? O amor supera essas barreiras. O amor deles superaria.

Desceu do carro com a folha do caderno em sua mão direita, chegando até a porta e respirando fundo algumas vezes. E então batendo na porta com cuidado.

Demorou alguns segundos até um Bradley com somente uma calça de moletom aparecer na porta. Seus olhos castanhos estavam arregalados e Tristan sentiu vontade de beijar as enormes olheiras abaixo dos mesmos.

- Tristan? - Assentiu. - O que você está fazendo aqui?

O loiro sorriu, entregando a carta na mão do menor à sua frente.

- Eu quero que você cante.

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