Chapter 21

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Bradley acordou com seu telemóvel despertando adiantado, o tomou em suas mãos e sentiu uma onda de tristeza invadir seu corpo ao ver o que o calendário marcava.

Dezoito de fevereiro: Hoje faz um ano que eu matei meus pais.

Seu corpo contraiu-se e ele abriu o lembrete, mudando-o.

Dezoito de fevereiro: Hoje faz um ano que meus pais estão em um lugar melhor.

Sorriu com a escrita, mesmo sentindo a dor estridente em seu peito. Levantou-se da cama, procurando uma roupa qualquer.

Colocou calças de moletom e um suéter de Tristan, sentindo o frio batendo em sua janela. Pegou sua carteira e andou em direção à porta.

Sua mente o pregava peças inconfundíveis e isso era extremamente doloroso, as memórias dos seus pais.

Lembranças de sentar ao lado da cama de sua irmã mais nova com um violão e cantar uma música para ela dormir, memórias de sentir os dedos compridos de sua mãe acima dos seus enquanto aprendia a tocar o grande piano que havia na sala.

Ele havia ido para outro lugar, talvez para outra criança, uma criança que ainda pode ter sua mãe para lhe ensinar.

Sentiu algumas lágrimas caindo de seus olhos, logo as expulsando com as mangas tão grandes do suéter. Seu corpo tremia, o frio estava rigoroso mesmo com a primavera aproximando-se. Não havia sol pelo horário que marcava o relógio.

Quatro e quinze da manhã. Bradley caminhava pelas ruas às quatro e quinze da manhã, em busca de flores.

Passou por várias floriculturas fechadas e bufou, indo em direção à um parque.

Quando sentou-se no banco, visualizou uma bela plantação de rosas vermelhas e brancas. Não pensou duas vezes até se arrastar ao lugar.

Colheu algumas, respirando o perfume delicioso que ali havia, então caminhou de volta para sua casa. Ele as arrumaria como um buquê e veria seus pais novamente.

Enfeitou as belas flores com algumas fitas e as deixou ao lado de sua cama, trocando sua roupa e saindo de casa novamente, dessa vez indo para a escola.

Quando viu Tristan, seus problemas desapareceram e ele o abraçou com força, sorrindo para a aliança em seu dedo.

- Bom dia, meu amor. - A voz manhosa do loiro soou contra os lábios do menor.

- Bom dia. - Lhe deu um selinho e virou-se para os meninos à sua frente. - Bom dia!

Eles sorriram e o abraçaram, comemorando a volta às aulas.

- Temos química hoje. - Tristan sorriu, fazendo cócegas em seu namorado.

- Química me traz boas lembranças.

Flashback ON

- Essa surpresa não pode esperar até nós chegarmos em casa. - Tristan tagarelava enquanto Bradley puxava sua mão.

- De jeito nenhum.

O menor olhou para os lados, procurando algum vestígio de alguém os olhando. Mas todos estavam com suas atenções em outras coisas.

Então abriu a porta do laboratório de química, agradecendo até mesmo à santos inexistentes por estar aberta. Entrou no local, puxando a mão do loiro e trancando.

- Brad?

- Shhh. - Ele disse baixinho, empurrando seu namorado em direção ao quadro negro que ali havia.

Devorou seus lábios como um necessitado e sua ereção mostrava que ele realmente era necessitado.

- Brad... - O maior gemeu quando sentiu o membro ereto de Bradley de encontro com o seu. - Aqui?

- Em qualquer lugar com você.

Flashback OFF

- Ainda está nessa planeta? - O loiro estralou seus dedos na frente do rosto de Bradley.

- Estava pensando que devíamos repetir o que aconteceu no laboratório de química.

Tristan soltou uma alta gargalhada, cobrindo sua boca com a mão e pedindo desculpas à professora que lhe fez uma careta.

- Devíamos mesmo. - Ele beijou o pescoço de seu namorado, logo depois virando-se para prestar atenção no quadro novamente.

- Você é mestre na arte de provocar. - Ouviu Bradley resmungando, enquanto colocava seus pés nas coxas do maior e apoiava suas costas na parede.

- Shhh. A professora está falando. - O menor rolou os olhos, mas voltou sua atenção para a mulher que tagarelava sem parar.

- Então. Hoje, como volta às aulas, vocês terão um pouco de diversão. - Bradley juntou suas sobrancelhas enquanto ouvia as palavras da professora. - Teremos um grande teatro na escola, todas as turmas participarão e será uma nota importante em todas as áreas.

O menor bufou, seguido de seu namorado ao seu lado.

- E durará o dia inteiro.

- Argh! - O moreno resmungou, um pouco mais alto que o previsto, sentindo todos o olharem e rirem. - Vocês estão pensando o mesmo que eu, não riam.

Os estudantes assentiram, sorrindo e voltaram sua atenção para outra coisa.

- Ninguém merece! - Falou arrastado, puxando a cadeira de Tristan para perto e descansando sua testa no ombro do menino.

- Ah, amor... Os meninos estavam falando que vai ter noite do vídeo game na casa do Con. Vamos?

- Claro. - O menor sorriu, deixando um beijo nos lábios do seu namorado e levantando-se, acompanhando a professora até o grande pátio onde seria o maldito teatro.

Encontraram James e Connor pelo caminho, ambos com expressão de cansaço e bufando a cada passo dado.

- Não sou obrigado. - Connor falou, revirando os olhos.

- Na verdade, você é. Quer repetir seu último ano? - Tristan falou, sua mão sobre o ombro do seu namorado, enquanto a dele descansava em sua cintura.

Sentiu um aperto em suas costelas e resmungou, olhando para baixo e vendo Bradley revirar os olhos.

- Por que você está tão emburrado com isso? Vamos lá, amor! Vai ser legal.

- Legal?! Tristan! Eu sou músico, não ator. - Ele falou, batendo o pé e cruzando seus braços.

- Ótimo! Você pode cantar. - Escutou a voz enjoativa da professora atrás de si.

- O que? Não. Não, de jeito nenhum! - Ele soltou seus braços, correndo em direção do seu namorado e escondendo-se em seu peito.

- Vocês são a banda The Vamps, não é mesmo? - Os meninos assentiram. - Essa é uma forma de passá-los de ano e torná-los conhecidos.

- Por mim tudo bem. - Connor falou, seguido de um resmungo de confirmação de James.

- Falta você, amor. - Tristan olhou para o menino ainda abraçado ao seu corpo.

- Qual o contexto e a música? - Bradley perguntou, olhando para a professora com óculos fundo de garrafa.

- Ótimo! - Ela bateu palmas animadas. - Será um baile, sejam vocês mesmos. A música é Forever Young. Vocês podem ensaiar na sala de música, lá tem os instrumentos necessários.

Saiu dando saltinhos enquanto Bradley olhava para Tristan com expressão zangada.

- Para sempre jovens, então?

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