Macarronada e farpas trocadas.

156 33 56
                                    

Sana estava furiosa e muito, muito decepcionada. Com os braços cruzados de frente para janela do quarto que ficava no primeiro andar da casa, — quarto esse que ela havia escolhido para dormir assim que pisara no lugar — ela observava Momo andar de um lado para o outro no gramado enquanto tentava convencer Tzuyu de destrancar o seu carro e sair.

Sim, Chou Tzuyu tinha se trancado dentro do carro de Momo e, segundo ela, só sairia caso a amiga concordasse em a levar de volta.

— Você não vai falar nada? — Dahyun perguntou em um tom calmo. Ela estava sentada na confortável cama de casal que o quarto possuía. Havia seguido Sana até ali quando a mesma entrou furiosa ao ver Tzuyu chegar com a japonesa.

— Quem tem que falar é você, Kim Dahyun. — Sana usou de um tom tão seco que fez Dahyun arrumar sua postura. — Achei que seria apenas você e eu... — A Minatozaki virou-se desistindo de presenciar as outras duas no gramado. — Se fosse apenas a Momo eu não ligaria, sempre sou a que segura vela mesmo.

— Eu posso explicar...

— Estou esperando.

Minatozaki Sana estava irredutível. Dahyun sabia o quanto a amiga tinha um temperamento difícil, antes mesmo de esquematizar o plano ela já imaginava como seria a reação da loira, mas presenciar ela era bem diferente. Sana era assustadora as vezes.

— Bom... — Dahyun iniciou receosa sob o olhar atento da loira que permanecia em pé a sua frente. — Sabe a última vez que você e a Tzuyu se viram antes das férias?

— Óbvio que sim, ela quase me esganou por ter fodido com o trabalho idiota dela. — Sana bufou ao lembrar.

— Nesse dia a Momo e eu decidimos trazer vocês pra cá durante as férias, sem uma saber que a outra viria.

— E qual é o propósito disso?

— Ah, qual é, Sana! Você e ela parecem duas crianças irritantes que ficam de birra o dia inteiro. — A loira fez um bico que constatou o seu ponto de vista. — Minha paciência não é infinita, muito menos a da minha namorada.

— Se vocês acham que isso vai dar certo — Sana apontou para a janela. — Vocês estão muito enganadas.

Sana definitivamente não daria o braço a torcer por nada, nem mesmo por sua melhor amiga.

— Sannie... Vem aqui. — Pediu Dahyun, com a famosa expressão fofa que tinha efeito em todo mundo. E Sana estava incluída nisso.

A loira foi até a amiga e sentou-se ao seu lado sabendo que vinha conversa por aí. Era sempre assim que Dahyun tratava das coisas quando fugiam de seu controle, muitas brigas das duas eram resolvidas pelas conversas que a doce garota de cabelos azul escuro iniciava. Dahyun era muito boa com palavras e a Minatozaki sabia muito bem disso.

Ela sabia que Dahyun a tentaria convencer de que estava fazendo o certo.

— Eu nunca entendi o porquê de vocês duas se odiarem. — A coreana disse sincera olhando nos olhos da loira.

— Nossos santos simplesmente não bateram, isso acontece sabia? — Tentou soar indiferente.

— Não vem com essa, vocês nunca nem tentaram.

Dahyun tinha razão, ambas estiveram em guerra desde a primeira palavra trocada e nenhum dos lados sequer havia levantado a bandeira branca ao menos uma vez. Talvez porque haviam entrado na zona de conforto, mesmo que de confortável ela não tivesse nada. Aquilo era difícil de ser mudado, mas não impossível.

Pelo menos era assim que a azulada pensava.

— Não é assim tão fácil, a Tzuyu...

— É difícil? Sim, isso todo mundo sabe. — Dahyun a interrompeu. — Mas você também é. — Touché

Acaso Prometido || SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora