Acaso Prometido || Satzu

Atos inesperados e a vizinha.

Silêncio.

Isso era o que definia aquele início de tarde na grande casa de campo.

Tzuyu havia acordado durante a manhã e agora se encontrava na cozinha, estava disposta a fazer um bolo. A morena nem sempre cozinhava em casa por ficar ocupada com os estudos, mas tinha decidido que durante as férias praticaria isso e estava cumprindo.

A parte ruim é que ela acabava cozinhando para Sana como consequência, mas ela preferia não pensar muito sobre esse tópico.

E por falar na loira, ela ainda não havia acordado. Bom...ao menos não da última vez que Tzuyu havia checado. A morena não sabia, mas a loira tinha medo de tempestades desde pequena e durante a madrugada uma chuva forte tomou conta do local, chuva essa que Tzuyu só notou depois que acordou e encarou as árvores molhadas pela janela do seu quarto.

Minatozaki Sana tinha ficado boa parte da madrugada acordada, andando de um lado para o outro dentro do quarto e escutando música para amenizar o baralho. Se Dahyun estivesse ali, a loira com certeza correria para debaixo de suas cobertas e pediria para dormir com ela, mesmo que isso significasse dividir a cama com Momo também.

Na cozinha a morena estava abaixada em frente ao balcão, procurando algo para mexer a massa e não notou quando uma figura pequena adentrou o cômodo sonolenta e, a passos lentos e silenciosos, dirigiu-se ao balcão sentando em um dos bancos. Tzuyu tomou um leve susto ao levantar e ver a loira ali, mas logo se recuperou.

— Estou tão feia assim? — Sana indagou manhosa. Tzuyu a olhou com a sobrancelha arqueada perguntando-se o porquê daquele tom arrastado para si, mas assim que viu um bocejo da loira constatou ser tudo questão de sono.

— Um pouco talvez. — Decidiu brincar. Sana não era feia, mas não admitiria isso assim tão fácil para a outra. Com certeza ela se acharia e passaria isso na sua cara por meses.

— Idiota. — A Minatozaki apoiou os cotovelos sobre o mármore e pôs o queixo sobre as mãos. Ainda estava com sono, queria ter conseguido dormir um pouco mais. — O que está fazendo?

— Uma poção mágica que vai fazer você sumir. — Tzuyu não conseguiu segurar.

Sana fez uma careta em reprovação.

— Por que?

— Por que o que? — Tzuyu perguntou enquanto batia a massa em um ritmo qualquer. Estava de pé em frente a loira com os cabelos em um coque no topo de sua cabeça e o avental um pouco sujo.

— Por que me odeia tanto? — A mais alta ouviu e parou o que fazia, olhou a garota a sua frente, esperando que aquela pergunta fosse uma brincadeira, mas Sana parecia bem interessada em saber a resposta.

Definitivamente a loira era estranha quando acordava.

— Porque você é irritante? — Tzuyu perguntou retoricamente fazendo a loira enrugar a testa em sinal de descontentamento.

— Eu não sou irritante!

A morena sorriu nasalmente.

— E mesmo se eu fosse isso não é motivo suficiente para me odiar.

— Você me odeia sem motivo algum, não tem o que reclamar.

— Sem motivo? Tzuyu, você é a pessoa mais chata que eu já conheci. — O ego da loira havia ficado ferido. Sana havia acordado estranhamente sentimental demais.

— Então você não é irritante, mas eu sou? Essa é a sua lógica? — Tzuyu apontou a colher em direção a loira em um gesto automático qualquer, mas surpreendeu-se quando ela passou a ponta do dedo sobre a mesma e provou da massa em seguida.