Vizinha forçada e amigos estranhos.

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Definitivamente ver o pôr do sol sentada naquele deck foi a melhor decisão que a loira tinha tomado naquele dia. O céu, em um tom alaranjado de antes, já começava a dar lugar ao tom escuro indicando que a noite logo tomaria conta do lugar e em breve já seria possível ver as primeiras estrelas brilharem naquela imensidão azul.

Aquela estava sendo a primeira parte boa daquele sábado.

Dia esse que tinha tudo para ser agradável, mas se o dia anterior havia sido um momento de paz, a partir do momento que Minatozaki Sana acordou e colocou os pés para fora do quarto, constatou que o fim de semana começara diferente.

Chou Tzuyu tinha voltado a ser a idiota de sempre e aquilo não deveria a incomodar, mas infelizmente incomodou.

Ambas não haviam trocado mais palavras que o necessário, durante o dia inteiro a morena havia caminhado por cada metro quadrado daquela enorme casa e, se tinha ficado no mesmo ambiente que a loira por no máximo cinco minutos, tinha sido muito.

Sana era cabeça dura e concordava que preferia estar em casa sem fazer nada durante toda as férias, mas tinha acordado no dia anterior disposta a tornar as coisas mais agradáveis, afinal, estava presa ali por duas semanas. A loira achava que estava tudo indo no caminho certo, mas por ironia do destino confirmou estar errada.

E agora estava ali, sentada, sozinha no pequeno píer e chateada. Sim...Minatozaki Sana estava chateada.

Mas com que direito?

Por quê?

— Eu sou mesmo uma idiota. — Murmurou para si em um tom baixo, acreditando que estava sozinha, mas estava errada.

— Falando sozinha? — O tom suave da morena fez-se presente e atraiu a atenção da loira que até então não tinha percebido a presença da mais alta que chegara há alguns bons segundos.

— Não importa. — Sana não a olhou, apenas continuou encarando a outra margem já notando uma certa movimentação do outro lado.

Tzuyu ponderou por alguns segundos, mas limitou-se a apenas enfiar as mãos geladas dentro do bolso de seu moletom.

— Estou indo para o luau, se quiser vir tudo bem, se não quiser... melhor ainda. — A morena disse em um tom ácido de pura provocação. Tom esse que a Minatozaki conhecia como ninguém.

Tzuyu seguiu para dentro da casa e após um longo suspiro a loira foi atrás. Sana achava que talvez ir ao luau servisse para colocar seus pensamentos em ordem por, nem que fosse, algumas horas. A loira definitivamente precisava de um pouco de distração e esperava encontrar aquilo naquela noite fria.

Ambas seguiram pelo caminho de terra que tinha na frente da casa e que passava por cima do rio por meio de uma ponte estranha e aparentemente nada segura. As mãos geladas da loira estavam enfiadas no bolso de seu moletom preto e ela caminhava a passos lentos alguns metros atrás da morena que seguia sem dizer nenhuma palavra.

Assim como no resto do dia.

Mais à frente, Tzuyu andava chutando algumas pequenas pedras enquanto divagava sobre si mesma. Ela não entendia o porquê de agir daquela forma, talvez fosse por defesa, se fechar em seu mundo era muito mais confortável do que ter alguém novo dentro dele.

Sua zona de conforto era ser a Chou Tzuyu que Minatozaki Sana conhecia bem e odiava.

Chaeryeong recebeu ambas com um enorme sorriso ao abrir a porta e ver as vizinhas paradas na frente da mesma, talvez o sorriso tenha sido maior para a morena, mas aquilo era apenas um detalhe. A garota era uma pessoa estranhamente simpática e não demorou nada para que Tzuyu e Sana se sentissem bem recebidas. Mesmo que Chaeryeong ainda fosse uma estranha que morava do outro lado do lago.

A casa era muito diferente da que as garotas estavam ficando, enquanto a de Momo possuía um estilo mais rústico, a de Chaeryeong era repleta de detalhes modernos vidros por toda a parte.

As três garotas adentraram a cozinha e graças a parede de vidro, Sana notou algumas pessoas ao redor da fogueira no lado de fora.

— Tem cerveja e refrigerante na geladeira. — Chaeryeong apontou e sorriu simpática. — Você pode ficar com a minha, morena. — A garota ofereceu a latinha para a Chou.

— Obrigada, mas não quero beber nada agora. — Tzuyu negou de forma educada e Chaeryeong apenas assentiu.

— E você? Não quer nada? — Se dirigiu a Sana, que até então apenas observava o lugar.

— Pode deixar que eu pego. — A loira sorriu sem mostrar os dentes. Não queria ser um incômodo.

— Ótimo! Vamos, Tzuyu? — Chaeryeong pegou na mão da morena com a mão livre. Tzuyu estranhou o contato repentino, mas deixou-se ser guiada para a parte de fora pela anfitriã. Não sem antes olhar para a loira que ficara para trás na cozinha e imaginar se ela ficaria bem sozinha por um tempo.

Sana observou a sua "inimiga" ser levada pela simpática vizinha e fez uma careta como se desaprovasse o ato. Se tinha uma coisa que Minatozaki Sana odiava era pessoas atiradas e que forçavam intimidade e para ela, naquele momento, Chaeryeong estava fazendo isso com Tzuyu.

Mas quem era ela para opinar sobre algo? Se não era com ela, então a loira apenas ficaria calada.

Caminhou até a geladeira e procurou uma latinha de refrigerante bem gelada em meio as tantas latas de cerveja e quando finalmente encontrou, quase caiu ao ver uma garota e um rapaz parados ao seu lado assim que fechou a porta da geladeira.

A loira não havia notado a presença dos dois que estavam na sala desde que ela havia chegado com Tzuyu.

— O-oi... — Iniciou desconfortável. De onde eles haviam surgido?

— Já notamos tudo. — A garota baixa disse sorrindo e a loira fez uma expressão confusa. Tudo o que?

— Do que está falando?

— Do seu lance com a morena bonita. — Foi a vez do rapaz falar. Aquela conversa estava muito esquisita.

— A Tzuyu? Não temos nenhum lance. — Sana riu nasalmente enquanto abria a latinha. Onde já se viu imaginar que ambas poderiam ter um "lance".

— Bobinha. — O garoto disse e levou um tapa no ombro da menor.

— Eu sou a Hanni, prazer. — A baixinha estendeu a mão para a loira que prontamente apertou de um jeito desajeitado por ainda estar se recuperando do susto que havia tomado.

— E eu s...

— E ele é o Changbin, praticamente minha sombra. — Hanni interrompeu o garoto que dava quase o dobro do seu tamanho.

Sana o cumprimentou e o viu fazer uma careta para a mais baixa.

— Vamos te ajudar com o lance. — Changbin falou e apontou para o lado de fora. Sana ia protestar e negar mais uma vez o mal entendido, mas o garoto foi mais rápido. — Hora da fogueira, Hanni.

E a loira seguiu sendo praticamente escoltada pelos dois para o lado de fora.

Ótimo aquela noite havia começado da maneira mais esquisita possível.

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decidi atualizar fora do dia pois estou de bom humor e feliz pq comprei os álbuns de kpop que eu queria, fora os pedidos no último capítulo

então aqui está, espero que gostem!!

Acaso Prometido || SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora