Apagões e calmaria.

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A brisa tímida tocava o rosto da azulada, assim trazendo o cheiro da maresia e bagunçando seus cabelos soltos. Na varanda da única casa que existia naquele pedaço de praia, Dahyun apoiava as mãos sobre o parapeito de madeira e aproveitava o momento enquanto podia desfrutar da imensidão azul um pouco mais a sua frente. Surpreendeu-se ao sentir mãos maciais tocar-lhe a cintura e um arrepio tomou conta de seu corpo quando a sua namorada depositou um beijo molhado em sua nuca descoberta.

— O que está fazendo aqui? — Momo a virou de frente para si e a azulada pode desfrutar do corpo da namorada apenas coberto por suas roupas íntimas. — Vamos voltar para o quarto... — A de fios negros pediu manhosa.

— Eu estava pensando no que aquelas duas podem estar fazendo agora. — A coreana respondeu, passando os braços ao redor do pescoço da outra que fez uma careta em desaprovação a resposta.

— Elas vão sobreviver. — Momo pausou por alguns segundos e colocou uma mecha do cabelo da namorada delicadamente atrás de sua orelha. — E nós duas vamos aproveitar esse tempo juntas, tudo bem? — Dahyun assentiu.

— Você tem razão. Eu só fico um pouco preocupada mesmo. — Momo entendia a preocupação da namorada, ela também ficava. Mas Tzuyu e Sana já eram crescidas o bastante para se virarem sozinhas.

— Elas vão ficar bem, Hyun... — O tom de Momo foi arrastado e fez a mais baixa estremecer em seus braços. — Vamos voltar para o quarto...

— Você está impossível hoje, sabia?

— Estou? — A japonesa indagou cínica, mas logo aproximou o rosto em direção ao pé do ouvido da namorada. — Eu preciso que me esquente, estou com frio. — Aquela frase havia saído mais sugestiva do que ela mesma planejara.

Se a azulada não havia cedido até agora, aquele foi o momento exato que ela parou de pensar nas duas amigas e focou na sua namorada. Aqueles seriam longos dias.

Longos e prazerosos dias.

[...]

— Chou Tzuyu!

Uma escova de cabelo foi atirada com violência em direção a porta. Se a morena não possuísse bons reflexos aquilo, com certeza, deixaria um belo de um galo em sua testa. Mas ela não tinha culpa, não imaginava que a loira tinha ido trocar de roupa no banheiro do corredor principal.

Tzuyu fechou a porta rapidamente e segurou o riso. Com certeza se a outra ouvisse ela rir naquele momento daria um jeito de fazer o objeto atravessar a porta e acertar bem no meio de seu rosto.

Ela não podia arriscar, certo? Certo.

— Foi sem querer, eu juro! — A morena mantinha o corpo encostado a porta e tentava se explicar.

Ela não queria parecer uma pervertida.

— Cala a boca! Você estava me bisbilhotando! — O grito ecoou de dentro do cômodo. Sana estava uma fera.

O que tinha acontecido era que, no fim da noite, o frio se instalou no ambiente e a loira havia ido ao banheiro para colocar roupas de frio, mas não esperava que a morena acabasse entrando no banheiro por engano e se deparando com ela apenas de calcinha e sutiã.

Tzuyu sentiu-se envergonhada, viu Sana apenas de costas para si, claro, mas ainda assim era constrangedor.

— Por que diabos eu iria te bisbilhotar? Tenho coisa melhor para fazer, sendo bem sincera. — Sana bufou dentro do banheiro e tratou de se trocar logo.

Tzuyu ainda estava na porta do lado de fora e foi quando tudo ficou escuro que a morena ouviu um grito agudo vindo de dentro do banheiro que ela notou que aquela noite seria um pouco diferente.

Acaso Prometido || SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora