VII

183 20 5
                                    


Ela nadou como louca, pois a sua vida e a de Suika dependiam disso. A pequena estava agarrada ao pescoço dela, assustada de mais para falar. E Yuka nadou. Nadou com tanta velocidade que os braços e pernas doíam, ela não ousou olhar para trás, mas sabia que a luz se aproximava.

A pessoa que jogou aquilo estava na montanha, e a menos que essa pessoa fosse uma suicída, ou tivesse colegas com o líquido de reviver ali por perto, então aquele devia ser o limite da distância. Era um risco a correr, pois se nadasse para o alto mar, ficaria cansada e poderia se afogar.

Ela quase chorou de alívio ao chegar as rochas, e o corpo quase não teve força para se impulsionar para uma elevação plana. Suika a soltou, subindo na elevação e a puxando.

-- A luz parou... -- Yuka olhou para confirmar, e dessa vez as lágrimas realmente escaparam. Estavam a salvo.

Poderiam arranjar uma forma de ajudar. Yuka olhou ao redor, sem se permitir ceder ao cansaço.

-- A lancha -- Ela sussurrou, vendo que a lancha estava em um local não muito seguro -- Precisamos esconder.

Com dificuldade ela se levantou, e Suika tentou a ajudar como pode. As duas foram cuidadosamente, atentas a qualquer som, qualquer sombra. Quando conseguiram, elas procuraram um local mais afastado e esconderam a lancha. Yuka esperou até ter forças novamente e as duas nadaram de volta ao navio, subindo. Ambas se esconderam.

Entrar na ilha seria muito arriscado, estava cheia de inimigos, elas não sabiam nada sobre aquele lugar. O navio era mais seguro, e elas conheciam cada pedaço dele. Essa seria a sua vantagem. Elas ouviram pessoas andando, explorando o navio. E por cima de todas as vozes curiosas, puderam ouvir um grito. Kohaku.

Ela queria o laboratório móvel.

Yuka suspirou aliviada, a tensão do peito se desfez. Se ela estava bem, então Senku também estava, afinal, ele era o único do grupo que sabia como usar o laboratório.

-- Não faça barulho -- Yuka sussurrou para Suika, que estava com ela na estufa. A pequena assentiu, ainda tremendo, e ficou encolhida nos braços da mais velha. Yuka foi o mais sutíl o possível ao começar a percorrer os corredores, descendo. Ela abria e fechava portas com a própria respiração trancada, temendo qualquer barulho.

Ela achou o laboratório, e pegou a capa de disfarce dele, jogando por cima para que ficasse camuflado quando saíssem dali. Yuka segurou a alavanca que precisaria mover repetidamente, para tirar o laboratório dali. O problema era... já estava com os braços cansados por nadar tão rápido. Ela se virou para pedir ajuda de Suika, e ficou pálida ao não ver a pequena ali. Ela olhou de um lado para o outro, procurando, e seu sangue gelou ao ouvir uma comoção no convés.

Passos se aproximaram de onde estava e ela se preparou para lutar. Quando alguém surgiu pela porta Yuka apontava a kanata para o pescoço da pessoa, a poucos centímetos de distância. Guinrou congelou.

Ela suspirou e guardou a lâmina. Então Suika foi chama ele.

Com a ajuda de Guinrou ela conseguiu mover o suficiente para o convés se abrir, elevando a plataforma com o laboratório. Yuka estava pronta para conduzir o veículo, repassando a explicação do namorado sobre como aquilo funcionava. Guinrou abriu levemente a porta, e Suika entrou. Yuka já acelerou, acionando o modo " Anfíbio" para conduzir pela água.

-- Ali, podemos subir por ali -- Guinrou apontava desesperado para uma parte de terra baixa o suficiente para que não houvesse problemas em passar da água para a terra. Ela seguiu por aquele caminho, os levando para dentro da floresta, o mais escondidos o possível.

Quando parou ela desligou tudo, para que a luz não chamasse a atenção. E se recostou no acento, o corpo ficando fraco diante da tensão que se dissipava. Passado alguns minutos ela ouviu alguns toques na porta.

3.700 Anos de amor Parte 3 (Senku X Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora