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Capítulo 1: O Convite Sinistro*Meia Noite*

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Capítulo 1: O Convite Sinistro
*Meia Noite*

Acordei ao som do meu despertador, um velho rádio de madeira que captava as ondas místicas da cidade.

Levantei-me lentamente, sentindo o peso das obrigações e dos espíritos que sempre me rodeavam.

Meu nome é Meia Noite, um Houngan voodoo, guardião dos segredos de Nova Orleans, herdeiro de Marie Laveau e dos mistérios ancestrais do Haiti.

Minha casa era um reflexo do meu mundo interior: paredes cobertas de símbolos e pôsteres antigos de Nova Orleans, com a figura imponente de Marie Laveau olhando para mim, como se me lembrasse constantemente da responsabilidade que carrego. Crânios humanos e de animais estavam cuidadosamente arranjados em prateleiras, cada um com uma história, cada um com um propósito.

Bonecos voodoo de várias cores pendiam do teto, guardiões silenciosos e atentos.

Enquanto preparava meu café, senti uma presença diferente, uma pressão no ar que só alguém como eu poderia reconhecer.

A energia ao redor mudou, ficou mais pesada, mais densa. Então, ouvi batidas na porta, firmes e decididas. Abri a porta e me deparei com um homem peculiar.

Vestido como um mordomo de um filme antigo, ele tinha uma expressão austera, mas o que mais me chamou a atenção foi a ausência de orelhas. Seu rosto, embora impassível, exalava uma estranha melancolia.

Ele não disse uma palavra. Em suas mãos, um envelope de papel grosso, amarelado pelo tempo, adornado com um laço vermelho e algumas rosas azuis, que brilhavam com um azul profundo e sobrenatural.

Peguei o envelope com certa hesitação, sentindo a energia pulsar dele.

"Pedido de Socorro", estava escrito em letras elegantes na frente.

Abri o envelope e li a carta dentro, assinada por uma família da elite de São Paulo os Bravanel. O tom era desesperado, implorando pela minha presença urgente para resolver um problema espiritual que os atormentava.

Antes que eu pudesse fazer mais perguntas, o mordomo virou-se e caminhou em direção a um limosine preta que esperava na rua. Ele abriu a porta de trás e fez um gesto convidativo para que eu entrasse.

Não havia muito a ser dito. Sabia que quando as forças do além chamam, eu devo responder.

Voltei para dentro, peguei meu baú de rituais, minha cartola e alguns dos meus bonecos voodoo feitos de osso. Cada um tinha uma história e um propósito específico, pronto para qualquer eventualidade.

Tranquei a porta e segui o mordomo até o carro.

A viagem pelas ruas de São Paulo foi silenciosa. O mordomo dirigia com uma precisão mecânica, sem desviar o olhar da estrada. As luzes da cidade passavam como vultos, e eu aproveitei o tempo para refletir sobre o que poderia estar me esperando. Bravanel não é um nome que não se mencionam levianamente, algo já me indicava algo profundamente errado.

Chegamos a um bairro nobre, onde as mansões erguiam-se imponentes como guardiões antigos de segredos ocultos.

A propriedade para onde nos dirigimos era a maior de todas, uma construção monumental que exalava riqueza e mistério. Na entrada, vi mais cinco carros alinhados, cada um sugerindo a presença de outros especialistas chamados para resolver o problema.

O mordomo fez uma curva para entrar na propriedade, mas algo aconteceu. O volante escapou de suas mãos e o carro acelerou descontroladamente.

Tentei segurar-me enquanto o veículo se dirigia direto para uma árvore gigante que guardava a entrada da mansão. O impacto foi violento. Senti o ar ser expulso dos meus pulmões quando colidimos. O carro parou com um ruído metálico ensurdecedor.

Tudo ficou em silêncio por um momento. Olhei para o mordomo, que parecia estar inconsciente ao volante. Empurrei a porta com esforço e saí do carro, sentindo a gravidade da situação pesar sobre mim.

Olhei para a imponente mansão, erguiase como se fosse alcançar o céu, agora ainda mais sinistra com a visão dos carros alinhados a sua frente, e a energia pesada que emanava dela.

Sabia que o verdadeiro desafio estava apenas começando. O confronto com o mal, algo já me dizia que teria que lutar com o tempo, e isso nunca é um bom presságio.

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