Sombras & Segredos

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### Capítulo 2: A Reunião dos Especialistas

"Meia Noite*

Ainda atordoado pelo impacto do acidente, tentei me orientar. Sentia uma dor aguda na cabeça e um zumbido constante nos ouvidos. O carro estava destruído, e o mordomo, que havia me conduzido até ali, estava imóvel, preso entre o volante e o assento.

Antes que eu pudesse avaliar a gravidade da situação, um homem corpulento apareceu ao meu lado. Ele tinha uma barba espessa e ostentava um crucifixo de ouro e diamantes que pendia pesadamente em seu peito. Com uma voz firme e autoritária, ele me puxou pelo braço, ajudando-me a sair do carro.

"Venha, sente-se aqui," disse ele, conduzindo-me até um banco de pedra perto da entrada da mansão.

"Obrigadinho, padre," respondi, com um tom de sarcasmo. "Nada como começar o dia com um acidente de carro e uma ajuda celestial."

O padre não respondeu de imediato. Sua expressão era séria, quase severa. "Sou Padre Richard Cruz. Devemos nos concentrar no que está por vir, não no que já aconteceu."

Enquanto eu tentava recuperar o fôlego, uma mulher jovem e magra aproximou-se. Ela usava óculos e tinha um ar de inteligência e beleza. Ostentava uma aliança de casamento grossa em sua mão esquerda, que brilhava sob a luz das estrelas.

"Você está bem?" ela perguntou, com uma voz suave mas preocupada.

"Ah, só um passeio matinal padrão," eu disse, com um sorriso torto. "Nada como uma colisão para acordar os sentidos."

Ela sorriu gentilmente. "Sou Pastora Luana Brando. Aqui para ajudar, como todos nós."

Olhei ao redor, tentando entender o que havia acontecido. O mordomo não se movia, e a energia ao nosso redor era pesada e opressiva. Um jovem, claramente inspirado por Aleister Crowley, estava de pé a alguns metros de distância. Ele usava um anel de Salomão e tinha um cabelo comprido e desgrenhado, parecendo absolutamente despreocupado com a situação.

Um homem vestindo um short e uma regata que dizia "Pai de Santo" em letras hilárias, considerando a gravidade do acidente, se aproximou do carro e verificou o pulso do mordomo.

"Ele está morto," declarou o pai de santo com uma frieza que só a experiência poderia trazer.

"Bem, isso definitivamente coloca um fim em nossas perguntas, não é?" eu murmurei, observando a expressão impassível do pai de santo.

Foi então que vi uma mulher com olhos sombrios, permanecendo distante. Algo nela despertou meus instintos, avisando-me para manter distância. Havia uma aura de perigo ao seu redor, e eu sabia que ela não era alguém a ser subestimada.

Duas garotas, pálidas como a neve e vestindo roupas de marca, correram para me ajudar. Elas eram elegantes e bonitas, movendo-se com uma graça que contrastava com a urgência da situação.

"Venha, vamos levá-lo para dentro," disse uma delas.

"Com certeza, adoraria um tour da mansão após esse pequeno contratempo," respondi, enquanto elas me ajudavam a entrar.

Elas me ajudaram a entrar na mansão, uma construção opulenta com uma recepção luxuosa que exalava riqueza e poder. Não havia mais empregados à vista, apenas câmeras de segurança que monitoravam cada movimento. Fui conduzido a uma sala de estar suntuosa, onde me sentei em uma poltrona de couro macio.

"Eu sou Raquel Bravanel," disse uma das garotas. "E esta é minha irmã, Regiane. Somos filhas de Eduardo Bravanel, o dono desta residência."

Antes que pudesse responder, a jovem pastora sugeriu chamar uma ambulância. "Precisamos de um médico aqui, rápido."