Em Sombras e Segredos, somos apresentados a dois protagonistas improváveis que se veem envolvidos em um embate sobrenatural de proporções épicas. Luna, uma jovem estudante de Bio agronomia, e Meia Noite, um feiticeiro insolente e enigmático, são jog...
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Capítulo 7: Os Segredos de Luna
**Luna**
Minha vida não deveria ter tomado esse rumo. Antes de me tornar conhecida no meio do ocultismo, eu era apenas uma estudante de Bio agronomia. Tudo mudou quando, quase por acidente, exorcizei o filho de um político influente. Esse evento transformou meu mundo. Eu havia fugido de um pai abusivo e encontrado na Wicca um refúgio e um meio de autossuficiência. Mesmo assim, nunca me achei válida o suficiente, sempre escondendo meus talentos e fingindo ser apenas uma pastora milagrosa.
Agora, ao lado do Padre Richard e do Pai de Santo Fábio, tentávamos desmanchar uma barreira mágica desconhecida. Era como tentar desarmar uma bomba sendo daltônica.
"Padre, acho que estamos lidando com algo muito além de nossa compreensão imediata," disse, tentando manter a calma.
Richard franziu a testa. "Se não pode ser útil, fique calada."
Respirei fundo. "Padre, por favor, precisamos ser racionais. Esta barreira é extremamente complexa. Qualquer movimento errado pode piorar tudo."
"Não precisamos de suas lições de moral," retrucou ele, com impaciência. "Eu lido com o mal todos os dias."
"Eu só estou tentando ajudar," repliquei. "E sua abordagem impetuosa não vai nos levar a lugar nenhum."
O sigilo com o pentagrama flutuava acima da minha cabeça, sinalizando meu poder. Eu sabia que estava deixando minhas emoções tomarem conta, então respirei fundo e tentei me acalmar.
"Precisamos cooperar, Padre," disse mais suavemente. "Vamos tentar outra abordagem juntos."
"Você acha que sabe tudo, não é?" ele perguntou, cheio de desprezo. "Eu vejo o mal diariamente. Você é só uma criança brincando de mágica."
"E você é só um teimoso, mas aqui estamos," murmurei, tentando conter minha frustração.
De repente, um grito ecoou pela mansão, interrompendo nossa discussão. A energia maligna no ar era palpável. Corremos pelos corredores que pareciam se contorcer com a pressão crescente. Chegamos ao quarto de Ruby e vimos Meia Noite, Margareth e as irmãs Bravanel cobertas de sangue, em choque.
"O que aconteceu?" perguntei, embora já imaginasse a resposta.
"O magista está morto," disse Margareth, sombriamente. "Ninguém viu nada."
O Padre Richard perdeu a compostura. "Isso é inaceitável! Alguém aqui deve ser responsável!"
"Calma, Padre. Vamos resolver isso juntos," Fábio tentou acalmar, seu sotaque baiano dando um tom mais suave à situação. "Estamos todos no mesmo barco."
"Você está do lado de quem?" Richard perguntou, desconfiado.
"Do lado da sobrevivência, só isso," respondeu Fábio.
Os olhares cruzados entre nós estavam cheios de desconfiança. Estávamos à beira do colapso. Sem perceber, a tensão explodiu e uma batalha de magos começou.
O Padre Richard ergueu seu crucifixo, que parecia derreter e se reformar, o ouro liguido parecia multiplicar seu tamanho enquanto serpenteava o corpo de Richard, criando uma armadura de ouro ao seu redor. Ele avançou sobre Margareth com força devastadora, seus golpes destruindo paredes ao redor.
"Isso é ridículo!" gritei, tentando me afastar da linha de fogo. "Precisamos nos concentrar na barreira!"
Margareth desviava dos golpes com agilidade, levantando seu vestido em pleno ar, a escuridão começou a emanar, manifestando demônios de sombras que agarravam e mordiam o Padre. A luta se arrastava pelos corredores, enquanto eu tentava desesperadamente escapar.
Fábio pegou as irmãs Bravanel, uma em cada braço, e correu. Eu não fazia ideia de onde Meia Noite estava. Corri pelos corredores da mansão, tentando evitar os destroços da batalha entre Richard e Margareth.
Finalmente, entrei em uma sala para me esconder. Para minha surpresa, era uma biblioteca enorme. O barulho da batalha lá fora parou, mas o medo de olhar para ver quem tinha ganhado me manteve alerta.
Um pentagrama místico flutuava no ar à minha frente, eu conhecia isso, era como um sexto sentido Wicca. Segui seu caminho pelo meio das prateleiras de livros, até me deparar com um espelho grande e negro, cheio de símbolos egípcios em uma cabeceira antiga. O pentagrama começou a girar descontroladamente.
"O que é isso?" murmurei, mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa.
O espelho parecia pulsar com uma energia estranha e ameaçadora. Sentia que estava prestes a descobrir algo importante, algo que poderia mudar o rumo de nossa situação desesperadora.
