Capítulo 10: Olhos Abertos para a Escuridão
**Luna**
Naquela noite, a mansão estava mergulhada em uma escuridão opressiva, e cada som parecia ecoar como um presságio sombrio. Ao lado de Meia Noite, meus passos eram cautelosos, enquanto minha mente estava imersa em um turbilhão de pensamentos sombrios. Eu estava com raiva, fria e determinada a não permitir que ele usasse mais ninguém para seus próprios fins.
"Não é correto usar as pessoas, Meia Noite. Não podemos manipular vidas para satisfazer nossos próprios propósitos." Disse, enquanto caminhava atrás de Meia Noite.
Ele me olhou com desdém, como se minhas palavras fossem apenas murmúrios insignificantes."Às vezes, Luna, somos forçados a tomar ações que podem parecer questionáveis, mas são necessárias para nossa própria sobrevivência. Você precisa entender isso."
Seu tom era áspero, e eu podia sentir a tensão entre nós aumentando a cada passo que dávamos. Caminhando pelos destroços da mansão, quase fomos esmagados por uma viga solta. Com reflexos rápidos, pulei e empurrei Meia Noite para a segurança. Ele riu, encontrando ironia na situação.
"Tão irônico Luna, não é? Com tudo o que há dentro desta mansão, foi uma simples viga que quase nos matou."
Continuamos nossa jornada pelos destroços, trocando palavras afiadas e sarcásticas. Gradualmente, a tensão entre nós começou a diminuir, e até mesmo um sorriso escapou dos meus lábios.
"Parece que a vida sempre nos surpreende, não é? Mesmo em meio ao caos." Disse ao reparar que Meia Noite não era um idiota por completo.
"Ah, a ironia da existência humana. Sempre nos mostrando como somos pequenos e insignificantes diante do grande esquema das coisas." Disse Meia Noite, com um tom triste ao me olhar.
No fundo acho que ele sentia remorso por eu ter me machucado no espelho.
Nesse momento, a conversa se tornou mais íntima. Abri meu coração para ele, contando sobre o ódio que sentia por meu pai, um mentiroso e traidor que nunca me viu como sua filha.
Meia Noite compartilhou um segredo sombrio de seu passado em troca, sobre a morte de seu irmão mais velho. Eles foram brincar em uma caverna proibida, invocaram algo terrível o demonio Pazuzu, pagaram um preço alto por sua imprudência, o demônio matou família, amigos e massacrou toda uma pequena cidade, parar o deter, tentaram prender ele em uma cuia, mas era inútil, o único jeito de prender um demônio antigo Sumério, era com um cadáver fresco assassinado por uma pessoa amada. No final ele me disse que conseguiu prender Pazuzu, mas custou a vida de seu irmão."Você usou o cadáver de um de seus parentes mortos por Pazuzu?" Perguntei curiosa.
A resposta de Meia Noite veio após uma pausa sombria. "Não."
Me senti tão burra por ter feito essa pergunta.
Minha mente girava com essa revelação enquanto continuávamos nossa jornada. Finalmente, chegamos ao saguão principal, um cenário de destruição apocalíptica. Fiações penduradas, luzes fracas e escadas desmoronadas criavam uma atmosfera de desolação. Meia Noite chamou por Raquel, ignorando minhas advertências. Seus olhos pareciam ver algo que eu não conseguia, algo que o impelia a agir.
As risadas das garotas ecoaram, e antes que eu pudesse reagir, elas correram para me abraçar. Mas Meia Noite me puxou para trás, erguendo seu boneco voodoo. Ele entoou cânticos sombrios, envolvendo as meninas em uma cortina de escuridão. "Manto de Legba, prenda o mal corrupto."
Um manto de escuridão em forma de almas gritando em agonia, parecia ter abocanhando Raquel e Regiane. Escutei gritos que pareciam estar mergulhando ainda mais fundo no abismo da escuridão.
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Sombras & Segredos
AdventureEm Sombras e Segredos, somos apresentados a dois protagonistas improváveis que se veem envolvidos em um embate sobrenatural de proporções épicas. Luna, uma jovem estudante de Bio agronomia, e Meia Noite, um feiticeiro insolente e enigmático, são jog...