Sombras & Segredos

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Capítulo 3: A Revelação do Pacto
*Meia Noite*

Eduardo levantou-se, imponente e seguro de si, a voz carregada de prepotência.

"Concordo com Meia Noite, ele tem razão," disse Eduardo, direcionando seu olhar penetrante para mim. "Nenhum pacto vem sem um preço. Mas vamos aos fatos."

Ele ajustou o paletó e comentou a narrar a história que trouxe todos ali.
"Meu pai, Artur Bravanel, era um homem ambicioso. Há trinta anos, ele viajou até um antigo templo na Síria, um local sagrado dedicado a Baal. Lá, ele fez um pacto com o demônio, oferecendo algo de imenso valor em troca de riqueza e poder.

O que exatamente foi oferecido, ele nunca me contou. Mas o resultado foi imediato: nossa família prosperou como nunca."

Eduardo fez uma pausa, como se pesasse cada palavra, antes de continuar.

"Porém, há dez anos, eu sofri um acidente que deveria ter sido fatal. Desesperado para salvar minha vida, meu pai fez um segundo pacto, desta vez com Valac. Esse pacto não só estendeu minha vida, mas também aumentou ainda mais nossa riqueza. No entanto, desde então, as coisas começaram a mudar. Meu pai adoeceu misteriosamente e morreu pouco tempo depois. E agora, os demônios voltaram para cobrar seu preço."

Olhei fixamente para Eduardo, sentindo a familiar raiva fervilhar dentro de mim.

"Nenhum pacto vem sem um preço," repeti, minha voz carregada de frustração. "Você realmente acredita que pode barganhar com demônios sem enfrentar consequências terríveis?"

Eduardo ergueu o queixo, sua expressão de arrogância permanecendo intacta.

"Eu não sei o que foi tratado nos detalhes," admitiu ele, "mas sei que precisamos quebrar esse pacto antes que seja tarde demais."

Fábio, o pai de santo, acendeu um cigarro com um movimento casual e olhou ao redor, exalando a fumaça.

"Óxente, num tô sentindo presença maligna aqui, não," disse ele com sua voz arrastada e cheia de gírias baianas.

Raquel, uma das filhas de Eduardo, interrompeu, seu olhar fixo em mim.

"Se vocês passarem a noite aqui, vão ver," afirmou com uma certeza que não deixava espaço para dúvidas. "Os empregados não conseguem ficar dentro da casa à noite. Eles veem aparições, vultos."

Margareth, a sacerdotisa de Lilith, começou a fazer um espetáculo, agitando as mãos dramaticamente e pronunciando palavras em tom grave.

"O demônio está realmente cercando esta família," disse ela, mas seu teatro era tão óbvio que não consegui evitar um sorriso cínico.

Era uma performance de segunda categoria, claramente uma tentativa de ganhar credibilidade.

Enquanto isso, Luna, observava atentamente os quadros pendurados nas paredes. Ela fixou o olhar em uma foto antiga de dois homens jovens, que se pareciam muito com Eduardo.
"Quem é este?" perguntou ela, apontando para um dos homens na foto.

Eduardo ficou em silêncio por um momento, a dor evidente em sua voz quando respondeu. "Meu irmão, André. Ele morreu há duas semanas em um acidente de carro."

Todos na sala ficaram em silêncio, compreendendo a gravidade da situação. Richard, percebendo a necessidade de ação, tomou a liderança.

"Precisamos nos organizar e procurar sinais de atividade demoníaca na casa," disse ele com autoridade. "Vamos nos dividir em grupos."

Fui designado a fazer dupla com Margareth, uma combinação que claramente não agradou a nenhum de nós. A expressão de desgosto no rosto dela era evidente, mas não havia espaço para discussões.

Enquanto nos separávamos, passei por uma porta que dava para um corredor longo e luxuoso, adornado com quadros e lustres que refletiam a opulência da família Bravanel. Mal havia entrado no corredor quando ouvi um som metálico atrás de mim.

Virei-me para encontrar Margareth com uma adaga na mão, que ela havia tirado de algum compartimento escondido em seu vestido. A lâmina brilhava sob a luz suave, e ela a apontou diretamente para mim.
"Assustado?" perguntou ela, um sorriso malicioso nos lábios.

O corredor parecia fechar-se ao nosso redor, a tensão palpável no ar. Eu sabia que esta noite seria muito mais perigosa do que qualquer um de nós poderia ter imaginado