Acabei sozinha.

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Pov Vanessa: 

Devastada, eu olho para o horizonte.

Por que o meu amigo me tratou dessa forma? Sei que o abandonei, mas não parecia ser por isso… acho que tem mais alguma coisa!

— Amiga…

Levo um susto, com a voz, tão de repente.

Olho para trás e vejo a minha amiga totalmente encharcada e com uma expressão confusa em seu rosto, provável que eu também esteja.

— Oi?

Pergunto curiosa.

— Por que o meu irmão foi embora daquele jeito?

Eu suspiro.

— Não faço ideia! Acho que ele tá me escondendo algo…

Falo tristemente.

— Poxa, não fica assim…

— É inevitável, sabe? Me sinto mal, acho que no fim a culpa é toda minha.

— Não, ele tá sendo idiota. Ele não consegue se confessar e agora tá descontando em você. Ele deveria desencanar disso de uma vez.

— Mas desencanar, do que seria? Não estou entendendo…

Vejo a minha amiga colocar as mãos em sua boca, como se tivesse falado demais. O que me escondem?

— Desembucha Vivian, você sabe de algo?

Ela suspira.

— Como eu te conheço, sei que não vai desistir até que eu conte, então lá vai…

Ela suspira novamente e eu a olho atentamente, esperando que me revele o problema.

— O Natan… ele… você sabe…

— Ham? Fala de uma vez!

— Ele gosta de você Vanessa.

Ela fala como se tirasse um peso dos ombros, mas como assim? Gostar de mim?

— Em que sentido você fala?

— Ah, só pode ser brincadeira!

Ela fala irritada.

— Não, isso tudo é muito sério, infelizmente…

Falo indignada e ela revira os olhos.

— Não é possível! Ele é apaixonado por você, não percebe? Desde a infância, ou seja, lá quando se viram pela primeira vez… ele é doido por você desde sempre.

Arregalo os meus olhos, assustada com essa informação. Isso é sério mesmo? Mas, por que ele gosta de mim? E por que nunca me disse nada? Estou confusa, com tudo isso, é tão estranho. 

— Tem certeza?

É a primeira coisa que sai da minha boca.

A minha amiga gargalha.

— Se não fosse as centenas de vezes que ele me falou sobre você, eu diria que não tenho, mas como não é caso…, sim, Vanessa, eu tenho a absoluta certeza.

Ela fala ironicamente, o que me estressa, isso é um assunto sério e ela está achando engraçado.

— Isso não tem graça! Será que dá para levar com seriedade, por favor?

Bufo irritada.

— Ah, esquece isso. Você namora, tá lembrada? Esquece esse assunto, é até melhor para o Natan. Se ele não te contou até agora, é porque não quer conversar sobre. 

Olho para a Vivian e ela está com um semblante calmo, nada disso parece ser tenso para ela, a minha amiga não liga. Sentimentos não devem ser esquecidos, isso é tolice, eles não desaparecem assim! É preciso conversar sobre. 

— Você não liga para isso, Vivian, não adianta conversar com você.

Ela bufa, ao ouvir as minhas palavras.

— Isso não é novidade para mim, Vanessa. Eu sempre soube. Quer que eu finja surpresa? Tô cansada desse assunto.

— Eu entendo, mas a sensibilidade já é o suficiente. O teu irmão sofreu com esse sentimento, imagino o quanto ele deve ter se sentido sufocado, por não dizer. É preciso conversar sobre isso, até para ele superar.

Falo indignada.

— Ah, tá. Faz o que achar melhor.

A Vivian pega a sua prancha e sai sem olhar para mim.

— Aonde você vai?

— Para casa. 

Ela some, igual ao Natan.

Me vejo sozinha na praia, somente tentando entender esses sentimentos dentro de mim, que não param nenhum instante. Me sinto estranha.

O meu melhor amigo gosta de mim e eu nunca percebi, sou mais péssima do que imaginei.

Me sento sobre as minhas sandálias novamente, olhando as ondas quebrarem.

De repente sinto o meu telefone vibrar em meu bolso…

Vejo algumas notificações do Pietro.

Nossa, a irmã dele chegou…

Suspiro desconcertada. Ah, é muita informação!

Eu me levanto angustiada e vou até o mar, olho atentamente e após isso, molho os meus pés. 

— Ah, caramba! Que gelo.

Falo sozinha.

A água tá muito gelada, como a Vivian surfou aqui? Mas querendo ou não, isso aliviou um pouco o meu estresse, vou entrando no mar e então mergulho.

Fico um bom tempo nadando no mar, vejo muitas pessoas diferentes vindo até a praia, ao longo do dia. 

Percebo que o sol já está se pondo.  Quanto tempo fiquei? Eu não comi nada, estou desde muito cedo aqui.

Saio do mar, completamente encharcada e congelada.

Meus lábios estão rachados e eu tremo constantemente

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Meus lábios estão rachados e eu tremo constantemente.

Mal sinto as minhas mãos e pés, que estão avermelhados.

Suspiro pesadamente, sinto o meu estômago doer.

Vou praticamente de arrastos até onde deixei as minhas coisas, pego o meu telefone e me surpreendo quando o vejo sem bateria.

Deus meu! 

Notas da autora:

Em breve mais capítulos. Avaliem!

Eu, você e Jesus 2. (ROMANCE CRISTÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora