Uma vontade instigante me envolveu, e decidi explorar uma forma de arte mais visceral. Nas sombras dos meus aposentos, senti o calor do meu próprio sangue pulsando nas pontas dos dedos. Era hora de transformar a essência da minha imortalidade em arte.
Com determinação, toquei a tela com as pontas dos dedos, deixando meu sangue fluir como tinta. A sensação era intensa, uma mistura de êxtase e poder enquanto eu criava traços que iam além da mera representação visual.
Os tons profundos de vermelho dançavam na tela, uma manifestação tangível da minha natureza vampírica. Cada pincelada era uma conexão direta com a essência da vida imortal que fluía em minhas veias.
Radu, ao adentrar a sala, surpreendeu-se com a cena. Seus olhos azuis imortais encontraram os meus, e por um momento, a comunicação entre nós não precisava de palavras. Meu sangue na tela era uma expressão crua do nosso amor, da nossa eternidade.
"Annya, esta arte é única, como tu és única," murmurou ele, a voz carregada de apreciação. "O sangue que flui em tuas veias é uma canção que ecoa nesta tela, uma canção imortal."
Naquela sala impregnada com o aroma do meu sangue, a arte se tornou uma experiência sensorial, uma jornada visceral que transcendia os limites da visão e mergulhava nas profundezas da nossa existência imortal. E assim, pintando com o próprio sangue, eu dava vida a uma obra que contava a história única de Annya, a Condessa de Bistritz.
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Diário de Annya Katerina de Borgonha
VampirosAqui estão alguns contos, anotações e rabiscos que Annya Katerina fez com o passar dos séculos. Cartas sobre ela, sobre sua história e os acontecimentos de sua não vida.