Intocável - Dark Romance

Capítulo 45

Tradução:
"Quando minha hora chegar
Coloque-me gentilmente na terra escura e fria
Nenhum túmulo pode segurar o meu corpo
Eu vou rastejar de volta até ela"

POV ELIJAH

Observo ela se remexer na cama, acordando de seu sono profundo e conturbado.
Ela se machucou por minha causa novamente.
Me ajeito na cadeira em frente a cama, minhas costas doem pelas boas horas que passei observando-a.
Dessa vez, foi mais fácil para Talita costurá-la, já que ela estava inconsciente, não ouvi-la gritar de dor foi um alívio.
Chary abre os olhos, dando de cara comigo, seu olhar transmite bastante intensidade por dois segundos, antes da dor atingir suas pupilas, ela geme baixinho, levando a mão até o abdômen machucado.

–Vai melhorar, eu prometo. – Minha voz sai rouca pelo tempo que passei calado.

– Você não descansou, Elijah? – Quase rio, ela está preocupada comigo.
Mesmo depois de tudo o que eu fiz.
Mesmo depois de estar com dor por minha causa.

– Não estou cansado. – Minto mal, já que meu ombro dói para um caralho.
Mas vou superar, não é o primeiro tiro que levo.

– Vem cá. – Ela sussurra, paraliso na cadeira, encarando-a com muita confusão.
Ela quer que eu deite na cama com ela?

– Não estou... – Começo, mas sou interrompido.

– Elijah.

Desvio o olhar, não consigo mais encará-la por muito tempo sem lembrar das merdas que eu disse.
Nunca me arrependi tanto na vida.

– Fica comigo... – Ela pede com tanto carinho, apoio os cotovelos nos joelhos e encaro o chão.

– Não mereço seu perdão. – Sussurro com raiva, de mim.

– Sou eu quem decide isso, porra. – Chary ergue a cabeça, e depois, com muito cuidado e paciência, senta na cama, ergo os olhos quando ouço-a levantar da cama, saio da cadeira em um vulto quando ela fraqueja e cambaleia, agarro-a pela cintura com maior cuidado que eu posso, por um milgare, ela deixa ser ajudada, Chary apoia a cabeça em meu peitoral, recompondo o fôlego que perdeu.

– Você tem que ficar deitada. – Ordeno com uma voz monótona, tentando ignorar a vontade crescente de beijá-la.
A respiração dela sai ofegante como se tivesse corrido uma maratona.

– Me deixa decidir o que eu quero, seu idiota. – Diz, com dificuldade, se soltando do meu aperto, encaro-a por alguns longos segundos.
E é ela quem se aproxima de mim, é ela quem cola os nossos lábios, e isso é o suficiente para que eu a puxe para mim e enfie a língua na boca dela com a intensidade de mil vidas, Chary ergue o pescoço para se aprofundar no beijo, entrelaçando os braços em meu pescoço.
A realidade me atinge como um soco.
Eu a magoei.
Nos separo do beijo e faço contato visual, ela faz um biquinho de frustração e é a coisa mais preciosa do mundo, enfio a boca em seu pescoço, apreciando o cheiro.
Abaixo lentamente, deslizando o rosto por entre seus seios, depois por seu abdômen, ajoelho no chão aos pés dela, exatamente como ela fez comigo, beijo o curativo bem em seu abdômen, e beijo novamente, deslizando as mãos por sua cintura.

– Me desculpa, Charlotte. – Sussurro contra a pele de seu abdômen. – Desculpa, minha Chary.

– Eli... – Ela chama meu apelido como se precisasse de mim.
Beijo seu ferimento mais uma vez.

– Eu a venero, Charlotte. Ao ajoelhar à você, entrego-te meu império – Continuo sem pensar muito em falar, porque já tenho a frase inteira marcada na cabeça. – Entrego-te meu coração exclusivamente para você, e se um dia, ele deixar de ser seu, eu mesmo o arrancarei de meu peito e te entregarei, porque o dia em que meu coração não for mais seu, será, definitivamente, meu último dia nessa terra, e mesmo assim, ainda será seu.