Capítulo 53

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POV JASON

Ele sabe.
Todos sabem.
Os Viola sabem que Lotte é filha de Alexei e que ela vai se casar com Elijah Verdetto.

Descobriram ontem de madrugada e agora transformaram Elijah Verdetto em uma espécie de vilão, e Alexei se tornou um quase herói.
Alexei colocou na cabeça de todo mundo que Elijah sequestrou a filha dele e que agora a força a se casar com ela para que ele consiga se tornar o Capo Viola.
E todos acreditaram que Alexei, o pai preocupado, só quer salvar a filha das mãos cruéis do Verdetto.

E além de conseguir o apoio dos Viola para massacrar os Rosso, ele também pedirá o apoio dos Blu.
O clã Rosso será massacrado.

...

POV ELIJAH

São quatro da manhã e estou em uma boate.
Saí da cama com minha mulher e isso já é motivo o suficiente para todo o meu mau humor, mas ainda tenho outro motivo:
Vou ver meu pai.

Franzo o cenho ao sentir alguém se esfregar em mim, abaixo a cabeça e vejo uma filha da puta dançando em minha frente quase nua.

– Eu tenho dona. – Resmungo, completamente irritado. Procuro me afastar, mas a porra da mulher segura em meu braço.
Considero a possibilidade de dar um chute nela. – Você é surda ou só é burra, sua puta do caralho?

A mulher arregala os olhos por um segundo, mas não me solta.
Torço o nariz de desgosto, puxo meu braço e me viro para ir embora, enquanto a multidão se afasta para que eu passe.

– Eu não sou nenhum pouco possessiva, Roccio. – A mulher grita atrás de mim, a voz em uma tentativa fracassada de flerte.

Rio baixinho, e sem nem olhar para trás, digo:

– Ela é.

Continuo meu caminho com os murmurinhos surpresos da multidão ao meu redor, não venho nessa boate desde do dia em que espanquei o Viola aqui dentro.
Fecho a expressão completamente ao ver meu progenitor, ele está sentado com um uísque no sofá reservado da família, encarando as dançarinas peladas.
Porco desprezível.

– Buona notte, Roccio. – Ele não desvia o olhar para me olhar, reviro os olhos e me sento no sofá, virado de costas para as dançarinas.

– Por que me chamou? – Pergunto, ele solta uma risada sarcástica e vira o resto do uísque.

– Por que? Porque a porra do meu clã está caindo aos pedaços, caralho! – Ele grita para demonstrar autoridade, mas eu só sinto ainda mais vontade de rir.

– Gosta de brincar de chefe, mas você não é. – Ele se levanta do sofá enquanto fala e vem apontar o dedo para mim, cerro os olhos para ele, mantendo a calma forçada. – Toda essa merda que você causou é a prova disso.

– Então devo me inspirar em sua chefia? Me afundar em prostitutas enquanto outros ficam responsáveis por tarefas que deveriam ser minhas? – Falo sério e aparentemente calmo.
Meu pai arregala tanto os olhos que acho que vai me dar um soco.
Mas não faz isso, porque sabe que se fizer eu dou uma surra nele.
Cruzo os braços, ele balança a cabeça freneticamente, fingindo estar considerando a possibilidade de levantar a mão para mim.
Ergo uma sobrancelha e sorrio, realmente esperando que ele faça isso.
Ia ser bem satisfatório.

– Fiquei sabendo que sua namoradinha está sendo procurada por todos daquele maldito território Viola. – Cerro a mandíbula na primeira citação da Chary.
Respiro fundo e me mantenho sem expressão.
Meu pai encara as dançarinas nuas com um sorriso desprezível.

– Ela deve valer a pena, não é? Já que fodeu meu clã por causa dela. – Cerro os pulsos, sei o que ele vai tentar fazer, está tentando me fazer perder a paciência e está usando exatamente meu ponto fraco para isso. – Sua noiva não era uma das putinhas que trabalhava aqui?

Dessa vez não consigo disfarçar a reação bem, minha respiração se torna rápida, demonstrando minha completa irritação.
Ele não vai conseguir me tirar do sério.
Meu pai percebe minha mudança de expressão e sei que conseguiu o que queria quando me solta um daqueles sorrisos detestáveis.

– Fiz meu dever de casa – A ideia dele saber qualquer coisa sobre Chary me deixa tenso e cada vez mais irritado. – Sei que você espancou o Viola porque teve uma crise de ciúmes, mas como não sabia que sua puta só não estava fazendo o que fazia o tempo todo? Dar por dinheiro.

Ouço minha mandíbula estalar, ergo a cabeça para ele e encaro-o com aspereza.

– Acho melhor tomar cuidado ao falar de minha mulher. – Minha voz sai mais do que sombria, meu pai sorri e vira o olhar para mim.

– Se Alexei a quer morta, foda-se, eu mesmo a mato e acabo com essa porra de guerra sem sentido.

Não vejo e nem controlo meus movimentos, meu tempo de reação é tão rápido que já derrubei meu pai no chão antes mesmo dele terminar a frase, soco seu nariz e o som natural de ouvir um osso se quebrando me faz sorrir, ele tenta me socar no queixo, desvio com agilidade, soco-o tantas vezes que vejo seu rosto se desconfigurar aos poucos, ouço os gritos das pessoas à nossa volta, mas só consigo prestar atenção em como é boa a sensação do sangue do meu pai nos nós dos dedos.
Com o canto do olhar, vejo dois seguranças me rondando, um olhando para o outro, sem saber o que fazer.
Ninguém tem permissão para tocar em mim.
E mesmo se tivessem, ninguém quer tentar tocar em mim.

Sorrio entre os socos, escutando os gritos da multidão:
O Verdetto psicopata.
Paro no último soco quando vejo que ele está quase inconsciente, olho todos ao nosso redor com um sorriso, eles soltam gritos e suspiros de medo.
Volto o olhar para meu pai, seus olhos estão tão inchados que sei que não vê nada.

– Não vou matá-lo, mas quero que renuncie ao seu posto de Capo. – Imponho seriamente, ele não tem reação alguma, provavelmente está alucinando pela dor.

– O quê?

– Me torne o Capo Rosso, oficialmente. – Não saio de cima dele, quero que todos vejam que o Capo foi nocauteado.

– Nunca... Eu não... – Ele começa, tentando se mover.

– Então vou ter que te matar. – Dou de ombros, ergo o punho para mais um soco, bem entre o queixo, ele solta um grito de terror.

– Espera! – Paro o movimento e ergo as sobrancelhas. – Eu o nomeio o Capo Rosso, estou oficialmente me aposentando desse papel.

Abaixo a mão, considerando se devo ou não terminar o que comecei.
Eu gostaria muito.

– Se ousar ameaçar ou ao menos citar minha mulher novamente, juro que te mato. – Aproximo meu rosto do dele, completamente desconfigurado. – Não é uma promessa de filho para pai, é uma promessa de Roccio Vulcanica para você.

...

Notas da autora:
Estou nesse exato momento escrevendo os últimos capítulos de Intocável...
Essa história vai fazer falta.
Bjinhos, amo vocês.

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