Antônio ainda sonolento move seus braços em direção ao lado esquerdo da cama, procurando o corpo quente da bela mulher que dormiu ao seu lado na noite anterior. Mas tudo que encontrou foi o vazio. Coçou a cabeça ainda confuso devido a sonolência e chamou por ela duas vezes, não obtendo resposta.
Ele se sentia desconfortável pelas roupas apertadas do dia anterior e se odiou mentalmente por não ter pego qualquer pijama guardado no armário da casa que foi largado em alguma viagem que fizera com Clarisse. Estava tão cansado que só queria dormir e tinha medo de que Irene mudasse de ideia e o colocasse para fora do quarto.
Direcionou-se então ao banheiro para iniciar sua higiene matinal e saiu em busca da mulher pela casa.
Passou pelo quarto ao lado e sorriu em ver o menino dormindo esparramado na cama e lembrou-se de quando seus filhos eram pequenos. A respiração de Daniel era forte, o que denunciava o quão profundo ele estava dormindo. O menino parecia ser um bom garoto e Antônio não sabia ao certo o motivo, mas estava começando a se afeiçoar a ele.
Seus olhos varreram o quarto em busca de Irene, mas não a encontrou. Marchou rumo as escadas esperando encontrá-la no andar de baixo e quando chegou próximo a sala, pode ouvi-la ao telefone.
— Alex eu sei que você quer vê-lo, também sei que quer conversar e vamos fazer isso. Eu só estou te pedindo um tempo pra pensar, pode ser?
Seu tom de voz deixava evidente sua frustração, andava de um lado para o outro enquanto segurava firmemente o celular em sua orelha.
— Eu sei de tudo isso, também senti sua falta, mas quero que você entenda que me machucou. Não só fisicamente, mas emocionalmente também. Eu precisava de um tempo. Sei que você não é assim e entendo que se arrependa, mas...
Antônio congelou ao ouvi-la. Como ela poderia dizer que sentia falta dele? Sentiu a raiva e o ciumes disputarem em sua mente, decidindo com qual tipo de humor ele levaria o resto do dia.
— Daniel está dormindo agora, não vou acordá-lo apenas para você falar com ele, mais tarde eu retorno e passo o telefone para ele. Sei que pelo bem do nosso filho e da nossa família precisamos nos acertar e resolver tudo isso. Podemos almoçar amanhã? Hoje não, estou precisando pensar. Mais tarde te mando hora e local, até!
Ao ouvir as palavras dela, Antônio realmente desejou que estivesse morto de verdade. Ele estava nervoso e sabia que não era nem um pouco cuidadoso com as palavras, deixando com que seu temperamento levasse o melhor dele.
— Você vai voltar pra ele? - Seu tom era ríspido e frio, surpreendendo-a e fazendo com que ela finalmente notasse sua presença. Irene apenas levou a mão direita em direção ao seu peito e respirou fundo devido ao susto.
— Antônio, por Deus! Que susto! Teve aulas com Angelina? Deu para me espionar agora? - Ela estava tão estressada quanto ele, pois odiava quando Antônio queria ser controlador.
— Você não respondeu a minha pergunta. - Bufou.
— E nem você a minha. - Desafiou o mesmo.
— Você não brinca comigo, Irene. Esse homem te bateu! ELE TE BATEU! E você quer voltar para ele? - Naquele momento, Antônio já havia alterado a voz.
— Fala baixo, por favor! Vai acordar o meu filho. Quer se acalmar? E eu não disse que iria voltar para ele, disse que precisávamos conversar. E mesmo se eu fosse, não é da sua conta e você não manda em mim. Você é meu "ex-marido", lembra? - Ela sabia que Antônio gostava se ser controlador e mandão, mas Alex já havia drenado sua paciência o suficiente naquela manhã.
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memory - antorene
FanfictionNão se pode fugir do passado para sempre. O que seria de Irene e Antônio La Selva se a vida os fizessem se encontrar mais uma vez após ambos terem seguido com suas vidas e suas identidades falsas? Um amor tão grande jamais deixa de existir enquanto...