14. Home.

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Irene ao descer as escadas se deparava com um Antônio emburrado e extremamente mal-humorado sentado no sofá. Ela sabia que ele não estava nada feliz com ela indo almoçar com outro homem, mas de certa forma o ciumes dele a agradava. Ela gostava da sensação de ser cuidada por ele e o ciumes era como se ele voltasse a prestar atenção nela.

— Antônio? – Chamou suavemente, esperando que ele finalmente a olhasse.

— Hmm. – Apenas murmurou em resposta, estava com raiva.

— Vai ficar rosnando para mim? – Ele não respondeu e isso começou a deixá-la com os nervos a flor da pele. — Danielzinho dormiu tarde e provavelmente não vai levantar por agora. Tem certeza de que não quer que eu o leve comigo?

— Achei que ia querer ficar sozinha com aquela anta, é ou não é? Você ta até arrumada e toda alegrinha. Deve estar super ansiosa para se encontrar com ele, não é? Pode deixar que eu fico com o menino para o casalzinho se divertir. – Irene engoliu em seco as palavras ásperas de Antônio, mas conhecendo sua natureza, ela sabia o que esperar.

Ela queria dizer qualquer coisa para tranquilizá-lo, mas sua cabeça no momento estava uma completa confusão. Irene sabia que Alex queria ver o filho, mas não queria que Antônio pensasse que ela não voltaria. Deixar Danielzinho com ele em casa, era a sua maneira de dizer a ele que estaria de volta no final do dia. Confiava naquele homem cegamente, mesmo que ele já lhe tivesse dado diversos motivos para não o fazer.

— Não pretendo demorar. Qualquer coisa, me liga. – Ela aguardou a resposta dele por alguns instantes, mas quando ele não disse nada, ela sentiu que era a hora de ir.

***

O almoço corria bem, mas Irene se sentia entediada. Seu corpo estava presente, mas sua mente estava longe. Se cumprimentaram com um beijo, ele chorou e lhe pediu perdão diversas vezes, mas Irene não sentia nada. Certamente ela ainda tinha sentimentos por ele, mas era como se aquele homem na sua frente fosse um completo estranho aos seus olhos.

— Onde esta nosso filho? – Alex perguntou, olhando diretamente em seus olhos enquanto levava a taça de vinho branco aos lábios. Seus olhos estavam cravados nela e ela sabia que ele não acreditaria em uma palavra que ela dissesse a seguir.

— Deixei-o com a babá. Não achei que era o momento certo para trazê-lo. Não tinha certeza de que rumo essa conversa tomaria. – Ela não sentia que estava mentindo, pois era parcialmente um dos motivos para não estar com o filho ali.

— Ele é meu filho, tenho o direito de ver ele. – Ela pode notar a rápida mudança em seu tom, adquirindo um tom severo e razoavelmente alto. Seus punhos se cerraram sobre a mesa e Irene sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Deveria ter pensado nisso antes de fazer o que fez na frente dele. – O local demasiadamente cheio e publico fez com que ela adquirisse coragem para enfrentá-lo.

— Eu sei que errei, mas já pedi desculpas milhares de vezes. O que mais eu preciso fazer?

Irene apenas o ignorou e moveu sua atenção para outra coisa, quando viu um certo prato ser servido para um homem desconhecido que estava sentado na mesa a frente deles. Rapidamente chamou o garçom e pediu para que preparasse o prato para viagem, o mesmo informou que era apenas um acompanhamento e depois da mesma insistir, ele lhe disse que daria um jeito. Seu sorriso era largo e orgulhoso. De repente, era como se o homem na sua frente não existisse mais.

— Que maluquice é essa? Desde quando você come gordura? Que coisa nojenta! O que está acontecendo com você? – Seu desdém era palpável, sempre fora arrogante. Ele sabia que poderia estar relacionado com seu amante e ao pensar que talvez o amante de sua esposa estivesse com seu filho, sua carne tremeu. Tentava o seu melhor para parecer calmo, não queria que ela fugisse do seu alcance de novo.

memory - antoreneOnde histórias criam vida. Descubra agora