⁠❥⁠˙| 𝐂apítulo 6; 𝐎bscuridade

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ATENÇÃO! O CAPÍTULO A SEGUIR CONTÉM: VIOLÊNCIA E AGRESSÃO. CASO NÃO SE SINTA CONFORTÁVEL COM ESSE TIPO DE CONTEÚDO, PULE O CAPÍTULO!

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— Querido, vamos até o distrito. 


 Foi a primeira coisa que ela havia dito assim que chegou em casa, ainda por cima foi uma ordem. Me lembro disso de uma forma lúcida, como se tudo tivesse acontecido à alguns momentos antes, e não como centenas de anos atrás. Apesar de tudo, não sinto falta daquela época, nunca senti, e nunca sentirei. Meu pai ainda não havia chegado, então não faria tanta diferença se saíssemos agora, afinal o culto não iria começar tão cedo. 


 Assenti e saímos rapidamente da pequena casa em que vivíamos. Minha mãe pegou na minha mão, e de vez em quando me puxava para perto, mesmo quando eu não me afastava a uma distância muito grande. 


 Sentíamos o vento frio e solitário passar entre nós conforme andávamos até o famoso distrito do entretenimento. A luz da lua fazia com que enxergassemos com mais facilidade, apesar de que poderíamos tropeçar e cair por conta da velocidade dos nossos passos. A ordem repentina da minha mãe não me assustou ou sequer me surpreendeu naquela noite. Eu jamais prestava atenção no jeito peculiar em que os humanos agiam, ainda mais quando já fazia um tempo que ela estava estranha.


 Luzes vermelhas podiam ser vistas a certa distância, nos indicando que não demoraria muito para que chegássemos lá. Ouvir o barulho de vozes altas me causava incômodo. Eu não gostava daquele lugar quando era criança, ele exalava podridão e sexo. Não que isso tenha mudado nos dias de hoje, mas desde que virei um demônio percebi que as mulheres do distrito do entretenimento tem um cheiro e gosto único, do qual eu não estou disposto a ignorar. 


— Keiki! — Minha mãe gritou, avistando uma mulher conhecida em meio a multidão no distrito. — Aqui! 


 A mulher, também de idade mas não tão velha, nos avistou e correu em nossa direção. Seus cabelos negros e curtos balançaram com o vento, e ao chegar perto, me recordei das suas hipnóticas pupilas azuis. 


— Nobu? O que você está fazendo aqui à essa hora? — Ela respondeu, direcionando seu olhar para mim. — E por que você trouxe a criança junto?! 


— Hiromasa ainda não chegou em casa, — Nobu mencionou com desgosto em sua voz. — então é óbvio que eu não poderia deixar o Douma em casa sozinho. 


— Trazer uma criança de seis anos até o distrito do entretenimento é bem pior do que deixá-lo sozinho em casa. — Keiki resmungou, se abaixando e abrindo seus braços para me pegar em seu colo. — Vem aqui querido.


 Caminhei em sua direção, e permiti que ela me carregasse acima do chão, me acomodando rapidamente nos seus braços. 


— Nós precisamos conversar Keiki. 


— Certo, eu ainda tenho alguns assuntos para resolver aqui, então vamos até a casa Satoshi. O senhor que comanda o local teve que ir até outro vilarejo para fazer negócios, então ela teve que ficar fechada hoje. Podemos conversar lá.

𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐍ÇÃ𝐎 ❥ 𝐃𝐎𝐔𝐌𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora