𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐍ÇÃ𝐎 ❥ 𝐃𝐎𝐔𝐌𝐀

❥⁠˙| 𝐂apítulo 5; 𝐎 Suposto Deus

— Está pronta Nana? — Seiko perguntou terminando de amarrar seu cabelo no topo da cabeça. 

— Sim. — Falei nervosa enquanto me levantava cuidadosamente. 

 Ambas estávamos vestindo kimonos exorbitantes pela ideia da própria Seiko em dar uma boa impressão quando chegássemos no tempo. Meu kimono era roxo estampado com delicadas flores brancas, e a garota usava um kimono vermelho, também decorado com flores, porém estas eram de tonalidade amarela e laranja. 

— E-então, o que acha? — A garota perguntou nervosa, girando o seu corpo.

— Está linda! — Respondi fascinada batendo palmas. 

 Infelizmente meu nervosismo conseguia ser percebido ao longe, pois seria hoje que nós iríamos conhecer o suposto deus de quem os habitantes do vilarejo tanto são gratos. Também seria a primeira vez que Seiko o veria, mas, por conta dos boatos, a mesma estava nervosa e queria chamar a atenção do deus, caso ele realmente fosse tão bonito quanto diziam. 

— Será que ele vai gostar? — Ela perguntou indecisa, enquanto desmanchava seu coque e ajeitava o cabelo. 

— Você vai se casar com ele? — Perguntei com os olhos semicerrados. 

— O-o-o que?! — Seiko disse arregalando seus olhos. — N-n-não Nana! 

— Então por que você se importa tanto se ele vai gostar ou não? — Questionei curiosa. 

— A-ah é que... — Seiko gaguejou e logo fechou os olhos, parecendo pensar em algo. — E-eu realmente não sei! Só quero dar uma boa impressão! 

 Suspirei e andei até a garota que estava em pé olhando para o lago pela janela, talvez fosse um costume seu. 

— Você está perfeitamente bem, então não se preocupe! — Falei tentando acalma-la. 

 Seiko suspirou, e perguntou se eu estava pronta para irmos. Assenti e perguntei como eu estava, recebendo a mesma resposta que eu havia dado anteriormente. Antes de Seiko ter decidido ir com seus cabelos negros soltos, eu já havia feito a mesma decisão, pois eu estava impaciente demais para fazer qualquer coisa nos meus cabelos esbranquiçados. Saímos do cômodo, e nos despedimos de Izumi que estava brincando com outra criança ao lado do senhor Nakazo e um outro senhor de idade, na sala. 

— Promete que não vai demorar muito Nana. — Izumi disse meio triste. 

— Eu prometo meu pequeno. — Respondi sorridente. 

 O garotinho mostrou um grande sorriso banguela, me abraçou novamente, e correu até o outro garoto, dizendo que iria ficar brincando até que eu voltasse. Fazia quatro dias desde o ocorrido no lago, e desde então, eu e Izumi andávamos bem próximos, já que sempre que eu estava com tempo livre, nós brincávamos. Talvez fosse pelo fato de que eu nunca tive irmãos, então ter alguém próximo disso, me deixava bem feliz. Também era o mesmo com a Seiko, afinal ambas temos 18 anos, então conversamos com bastante frequência, e acabamos criando um pequeno vínculo. O senhor Nakazo se despediu dos meninos, e do outro senhor que se chamava Tatsuya, responsável pela ferraria do vilarejo, passando a nos acompanhar porta a fora.