Capítulo 02

164 29 10
                                    


CAPÍTULO 02

Vesti um vestido roxo que achei mais longo e uma calcinha marrom, passei a mão por meu cabelo o jogando para o lado, ele ficou um horror por que aqui não tem pente, mais a intensão era essa, parecer o mais horrível possível.

Ou plano B, agir como uma criança, se ele for homem de verdade ficará com nojo, mais se ele tiver fetiche por crianças, então eu estaria fodida.

Suspiro e me benzo antes de sair do quarto.
Encaro o corredor vazio estranhando o silêncio e a falta de homens, então mesmo perdida eu subo a escada para o andar de cima, onde fica a sala.
E diferente do outro corredor, esse estava cheio de homens de terno, eles me olhavam e sorriam, murmurando algo como:

"Nosso chefe vai se dar bem hoje"

"Ela realmente é muito linda"

"Porra, olha só os peitos dela"

Abracei meu próprio corpo odiando o fato de estar sem sutiã e esse vestido é de alça fina e mesmo sendo folgado nos seios ele deixa uma bela visão deles marcados.
Da para ver o tamanho e imaginar a auréola rosa.

Droga, parecia que eu estava nua.

Um dos homens, que parecia estar com o semblante mais sério, segurou meu braço e me levou até o andar de cima, subimos uma escada grande e no topo encontrei a mulher ruiva que tinha uma marca vermelha no rosto, ela sorriu de leve e vi um pequeno corte em seus lábios.

— Ei, o que houve? — pergunto tentando me aproximar porém o homem intensifica seu aperto me puxando para o lado oposto.

— Eu sinto muito, menina — ela sussurra e se escora no batente da escada.
Ela me olha triste se desculpando enquanto eu ainda sou arrastada até o outro andar, lá em cima o homem me coloca diante de uma porta pintada com verniz e bate nela.
Alguns segundos depois ouço a voz grossa e imponente do homem.

— Entra — ordena e o homem abre a porta me jogando para dentro do enorme cômodo, caio de joelhos no chão antes de ouvir a porta sendo fechada, me deixando sozinha com ele.

Minha respiração acelera e eu me vejo tremendo, meus joelhos que já estavam ralados acabaram de ficar piores, meus olhos ardem mais eu me recuso a chorar.

Ergo os olhos e encontro ele de costas para mim, o homem solta a fumaça de seu cigarro enquanto olha pela janela do quarto.
Olho ao redor vendo um típico quarto suíte, as cores são neutras e escuras, os móveis novos e, não tem decoração apenas cores e portas, uma mesa de vidro e um sofá.
A cama com lençóis grossos estava bem arrumada, não haviam livros ou qual quer outra coisa que eu achasse interessante.

Então ele me manda ficar de pé e eu obedeço.

O homem me avalia dos pés a cabeça e seus olhos param em meus seios.

Em um movimento rápido e ingênuo cubro a parte superior do meu corpo.

Não, não, não, eu não devia ter feito isso!

Aí meus Deus...

Aperto meus braços contra meus seios me odiando por esquecer a principal regra da minha irmã.

"Jamais, haja como se nunca tivesse sido tocada ou olhada, não seja inocente ou ingênua, isso só vai despertar o interesse deles e vão achar. Dentro de suas cabeças de merda, que devem ver o que você tanto esconde, que devem ser os primeiros... que devem provar seu doce corpo puro, então  nunca... está ouvindo Lyanna? Nunca faça isso"

Ela disse, várias e várias vezes.

No entanto eu o fiz e a julgar pelo olhar que ele está me lançando, tenho certeza que ela tinha razão.

ImpuroOnde histórias criam vida. Descubra agora