Capítulo 05

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CAPÍTULO 05.

26/janeiro
2000

Sept-tours, França

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A noite caiu tranquila sobre a mansão.
Eu podia ver as estrelas enquanto caminhava da cozinha até meu quarto, quase chorei de frustração quando entrei no corredor e as janelas sumiram, desci a escada e fui levada até meu quarto, o homem me colocou para dentro e fechou a porta.
Minha barriga estava cheia e eu tinha acabado de jantar então só me restava descansar.
O sono não me atingiu e eu tive medo de reviver o terrível pesadelo que me atormentava, suspirei pegando a caixa de cima da poltrona tirando meu caderno e o lápis, comecei um desenho de Santiago e depois fiz um da mansão, fiz um de seus músculos e um dos seus olhos e seu cabelo.
Queria guardar tudo nessas folhas de papel, desenhei o jardim e eu sentada sobre ele.
Meus olhos pesaram e eu acho que já passavam das dez da noite, já que, quando eu vim para o quarto, após a janta, eram apenas sete horas.
Suspirei ajeitando os últimos detalhes da pintura do jardim, a porta se abriu e eu levei automaticamente os olhos até ela, a ruiva apareceu e me deu um sorriso amigável, me levantei e fui até ela.

A abracei e ela retribuiu.

— Você está bem? Te machucaram? — ela perguntou e eu balancei a cabeça afirmando estar bem.

— Estou ótima e você, por onde andou?

— Tive uma missão — ela engole a seco e depois abaixa os olhos — Ele quer que você vá ao quarto dele...

— Agora?

— Sim — responde em um sussurro e eu concordo.

— Então, vamos — ela me olha como se pedisse desculpas e eu apenas segurei sua mão de forma discreta — Tudo bem...

Sussurrei e ela engoliu a seco.

A ruiva saiu e eu a acompanhei subindo a escada até o outro andar, onde alguns homens estavam de prontidão, ela me levou até a porta do quarto dele e bateu.

— Pode entrar — ele mandou e eu respirei fundo.
Ela segurou minha mão me confortando e eu acenei enquanto entrava no quarto.

— Mandou me chamar? — pergunto assim que entro no cômodo.
Ele está diante da mesa de vidro e há um copo em suas mãos, ele se aproxima e me entrega o copo e uma pílula.
Olho para ele e para o remédio, meu corpo treme involuntariamente.

Ele mudou de ideia? Por que? Quer dizer, eu achei que... achei que ainda me mandaria para casa...

Tiro os olhos da pílula indo até o rosto do homem que me olha de forma indecifrável.

— Toma logo, Lyanna — ordena e eu balanço a cabeça negando.

— Não. Eu preciso fazer a ligação antes... depois prometo que irei tomar. — peço em um sussurro então ele me encara confuso

— Acha que isso é para te matar? — ergue uma sobrancelha e eu umedeço os lábios — É uma pílula do dia seguinte Linda, para não ficar grávida.

Justifica e eu ofego surpresa.

— Ah — abro a boca mais não consigo completar uma frase.
Ele sorri olhando para o copo.

— Claro, vou beber — sorrio levando a pílula aos lábios, foram segundos, então um som de tiro.
O vidro da janela se quebrou em milhares de pedacinhos e Santiago se abaixou, o copo caiu das minhas mãos e eu tremi me jogando no chão.
Vários tiros foram ouvidos em seguida e ele cerrou os dentes pegando sua arma.

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