13| Procure nas cinzas

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“Por mais que eu me afaste dos meus demônios, eu sempre acabo no mesmo maldito lugar.
Diante deles e com a alma mais fodida que antes, então se me ver correndo em sua direção, fuja para bem longe, não quero ser o motivo do medo em seus olhos, minha doce, nem tão doce Abby”

Zyan
01/ Outubro
2023.

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Os últimos dias tinham sido bem estranhos, apesar de Abby ter adorado a surpresa que eu fiz com as velas, ainda assim tinha algo que a fazia ficar triste, ela sempre fingia que estava tudo bem mas, desde a porra da visita da aquelas pessoas Abby tem agido estranho.

Como agora, ela esta sentada no sofá murmurando coisas inaudíveis e franzindo a testa como se estivesse falando com alguém, mais não tem porra nenhuma a sua frente, a não ser a televisão, que está desligada.

— Ok, já chega! — murmuro irritado enquanto caminho em sua direção.

Me sento diante dela que parece sair de um tipo de transe e então ela pisca me encarando confusa.

— Algum problema Zyan? — questiona e eu apenas a encaro de volta.

— Sim Abby, temos a porra de um problema

— Então diz ué! — resmunga cruzando os braços abaixo dos seios.

— Já faz dois malditos dias que você está agindo como uma doida, sempre falando sozinha, chorando pelos cantos, me ignorando como se estivesse na porra do mundo da lua.

— E isso é um problema?

— É Ratinha, isso é um problema!

— Um problema meu!

— Não, não vem com essa... não existe essa porra de problema “meu”, os problema são nossos! — suspiro frustrado enquanto seguro suas mãos — Então me diz logo o que que tá rolando?

Ela suspira e fecha os olhos por alguns segundos.

— O que tá rolando é que eu me sinto uma merda, me sinto a pior das pessoas do mundo Zyan... me sinto a porra de uma mentirosa....

— Como assim, do que você tá falando Abby? — a interrompi segurando seu rosto, enquanto ela negava freneticamente.

— Eu sou uma egoísta de merda por que eu sei onde eles estão, eu sei o que aconteceu com eles e mesmo assim....

— Eles quem, de quem você tá falando?

— Das pessoas que você matou! — dispara me olhando triste e ofegante

— Por que isso agora? — questionei e a vi soltar uma risada trêmula.

— Por que eu me importo, porque eu posso ajudar aquelas pessoas... por que eu posso acabar com a dor que estão sentindo... eu posso ajuda-los a por um fim em toda essa agonia... — uma lágrima escapa de seus olhos e ela a limpa rapidamente — Eu sei que não se importa, que não sente nada em relação a essas pessoas... que eles são apenas mais um número na sua lista de vítimas... mas eu me importo... e isso é agoniante pra cacete!

Desabafa passando as mãos por cima dos olhos molhados pelas lágrimas que rolaram por seu rosto.

Ela soltou um suspiro trêmulo e engoliu a seco.

Profano PARTE 01  Onde histórias criam vida. Descubra agora