22| Volte...

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"Mamãe, dizem que eu sou terrorista
What?
Eu não fiz nada de errado mas, eu entrei em uma lista negra
Mamãe, eles dizem que eu sou terrorista
Why?
Se o dia do juízo final está chegando, eu não irei para o céu."

Ic3 peak - TRRST

ABBY

.
Juntei as cartas do baralho outra vez sobre a cama e as organizei.
Meus olhos atentos a cada passo e a cada movimento fora do corredor, a cada som, a cada voz, sempre atenta e sempre na expectativa.
Há qualquer momento o investigador entraria e faria perguntas. Há qualquer momento eu estaria pronta para mentir.

Podia ser agora... ou da aqui a dez minuto, quem sabe?

Embaralhei as cartas com mais rapidez antes de espalha-las outra vez sobre o colchão.

A porta se abriu atraindo meu olhar, duas mulheres entraram no quarto e demorei apenas alguns segundos para reconhece-las.

A loira, minha mãe.
E a ruiva que estava com ela.

Ambas caminharam até mim parando um pouco longe da cama onde eu estava.

A loira parecida comigo estava com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo e usava uma calça social, a blusa azul por baixo e o terno preto a deixavam mais elegante, seu rosto estava limpo e ela usava apenas um rimel e um batom marrom que a deixava ainda mais jovem.

A ruiva usava uma saia envelope e uma blusa marrom de seda, também usava terno, só que azul escuro.

Ambas de salto alto, parecendo importantes e elegantes.

- Olá Abby - a loira me cumprimentou se escorando na parede e cruzando os tornozelos de forma desleixada.

- O que vocês querem? - voltei a olhar para as cartas colocando cinco diante de mim.

- Queremos conversar. - pontuou a ruiva.

- Sobre? - virei uma das cartas revelando um As.

- Sobre tudo. - a loira murmurou.

Ergui os olhos trazendo a carta comigo.

- Vocês tem cinco minutos. - declarei voltando a atenção para as cartas que eu revelava distraidamente.

- Nós pensamos que talvez você devesse... - a ruiva pigarreiou escolhendo as próximas palavras, ouvi quando a loira bufou.

- Eu quero que você não deponha contra sua irmã.

Parei a mão sobre a carta e ergui os olhos para ela.

- Por que eu faria isso? - virei a carta revelando um rei.

- Por que ela é sua irmã? - a ruiva tentou e eu apenas ri.

- Minha irmã... - murmurei virando a outra carta.

- Ok, já chega! - a loira rosnou se aproximando da cama para tirar as cartas da minha mão - Eu vim aqui te fazer uma proposta então presta bastante atenção.

Ela cerrou os dentes diante do meu olhar de tédio.

- Não estou interessada. - a encarei e ela bufou.

- Porra. Como pode ser tão mimada? - resmungou levando os dedos até o cabelo. - Eu sei que tá com raiva porque acha que eu te abandonei na droga de um orfanato e vivi todos esses malditos anos curtindo minha vida e fingindo que não tinha duas filhas por aí! Mais porra. Você nem se quer se deu o trabalho de me ouvir.

Profano PARTE 01  Onde histórias criam vida. Descubra agora