01| Corra!

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{♧Nova versão♧}

“Um pouco de veneno em mim, eu consigo provar sua pele em meu dente.

Eu amo te ouvir respirar.

Eu juro por Deus que você nunca irá embora”

— Tag, you’re it, Melanie Martinez

27/agosto

2023

ABBY


Abro meus olhos despertando do breve sono, minhas pernas se movem obrigando meu corpo a levantar da cama.

Me sento usando as mãos para me apoiar. passo os dedos entre os fios do meu cabelo o amarrando em um coque bagunçado. Levanto e ajeito minha cama, ponho minhas roupas no cesto e vou para o banheiro tomar  banho e fazer minhas higienes. 

Me arrumo sem pressa passando hidratante por meu corpo e perfumando minha roupa e pescoço.

Encaro com desdém a saia que sou obrigada a usar no trabalho e a visto por cima da cueca Box que uso como short.

Ajeito a blusa branca que mais parece um uniforme de colegial e termino colocando um sobretudo que vai até minha coxa, para garantir que não serei assediada até chegar no trabalho. 

Pego minha bolsa verificando se minhas coisas estavam dentro, pego meu celular e vejo várias mensagens de Karlla. Mando a ela uma mensagem avisando que eu já estava indo e desligo a tela do celular.

Calço meu tênis o ajeitando sobre meus pés, apago as luzes do pequeno cômodo e sai fechando a porta, guardo a chave na bolsa enquanto caminho até a escada, desço os três andares chegando na recepção. 

— Boa tarde Hélio — cumprimentei o senhor de meia idade que é síndico do prédio e lhe entrego um envelope. 

O homem olha para o papel amarelo e depois olha para mim antes de pegá-lo.

— Tô pagando três meses adiantado —  aviso antes de dar as costas pra ele e sair. 

Ajeito minha bolsa ao meu ombro e começo meu caminho até o trabalho, as ruas movimentadas estavam cheias, pessoas caminhando apressadas, cachorros latindo, crianças birrentas e suas mães loucas.

Tudo comum em um mais um dia normal.

Era fim de tarde e todos estavam voltando para suas casas, exaustos depois de um dia de trabalho. 

Dobro a esquina pegando um atalho por um beco no fim da pequena rua, uso uma escada para subir no muro, passo por cima dele caindo quase de joelhos no chão, Ajeito minha roupa virando a esquerda para chegar na principal, passo mais algumas ruas e por fim paro em frente a enorme boate com luzes em verde neon que iluminam o nome; inferno.

Eu diria que combina perfeitamente, afinal esse lugar tem sido meu inferno particular nos últimos anos desde que completei dezoito anos e tive que me virar sozinha.

A vida é bem fodida com garotas órfãs que não são adotadas por alguma família mesquinha e chata. 

E eu era uma delas.

Entro no local indo direto para trás do balcão onde Karlla sorri exibindo metade dos seios que estão para sair do decote de sua blusa.

Tiro o sobretudo o colocando no armário pequeno do chão junto com minha bolsa, pego apenas meu celular vendo a hora. 

Profano PARTE 01  Onde histórias criam vida. Descubra agora