05| Bons sonhos

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“Quanto mais tempo eu passo ao seu lado, mais eu percebo o quanto você é louco.
E que sua única intenção é partir meu coração, não importa qual caminho escolha, Zyan, tudo sempre termina com a minha morte"

ZYAN

— Acredita que ela ainda me chamou de doente? — resmungo indignado enquanto acerto o braço do homem que grita feito um porco — E depois me pediu para descontar... — Arranquei sua perna a jogando na cova – Minha raiva nela?

Encaro o homem quase morto e o cutuco com o pé.

— Eu sei que não deveria ter fodido ela como fiz, mas agora é tarde.

Seguro firme o braço dele cortando sua mão, ele grita e em seguida o som de seu crânio se partindo enche meus ouvidos quando o acerto várias vezes, segurei firme o taco de basebol agora manchado com o sangue do homem mais escandaloso do mundo.
Caralho nem parece que tem um pau no meio das pernas, cerrei os dentes arrastando seu corpo e o jogando junto aos outros na cova funda que cavei antes de matá-los.
Pego a pá e começo jogar terra em cima, mais a porra da minha mente não para de pensar em Abby e no quanto ela vai me odiar quando souber que levei sua amiga para o porão e que estou a torturando.
Nego com a cabeça, agora tô parecendo a porra de um homem com medo de voltar para casa e ouvir a esposa barulhenta.
Sorrio internamente.

É exatamente isso que está fazendo. – A voz soa voltando a minha mente.— Está fugindo o dia todo.

Eu só precisava relaxar e agora após quatro vítimas me sinto disposto a encarar a fera.

Ele ri.

Dizem que mulher com raiva é mais perigoso que um leão faminto.
Será verdade?

Espero que seja.
Por que estou ansioso para domá-la.

Sorrio internamente jogando mais uma pá de terra sobre os corpos esquartejados, isso demoraria, mas já estava ansioso para voltar e ver como estaria minha doce Abby.

Horas depois, volto para casa sorrindo satisfeito, abro a porta e a tranco assim que entrei, meus olhos percorrem o local mais não a encontro, entro no quarto e lá estava ela, deitada sobre a cama segurando o jornal nas mãos.
Ela ergue os olhos por cima do papel me analisando antes de suspirar e voltar a ler.
Vou para o banheiro e tomo banho tirando todo o sangue e terra do meu corpo, enrolo a toalha no quadril e volto para o quarto.
Visto uma cueca Box e uma calça de moletom estranhando a porra do silêncio.

— Algum problema? — pergunto encarando a garota que desvia o olhar do jornal me encarando com raiva.

— Sim, você é o problema — rosna parecendo enjoada

Sorrio ignorando seu mau humor.
Ela suspira provavelmente se lamentando por que todo seu esforço de ontem foi por nada, mas garanto que ela conseguiu salvar umas dez pessoas.

— Por que você mata as pessoas? — ela se ajoelha na cama sentando por cima dos calcanhares.

— Porque é bom — respondo voltando minha atenção para o guarda roupa.

— Como pode ser bom tirar uma vida? — me viro para ela que tem os olhos marejados.

— Você deveria saber muito bem como é — visto minha camisa e ela permanece em silêncio.

— Por que eu saberia? Eu nunca mataria…—  ela engole a seco e eu me aproximo.
Seguro seu queixo e encaro seus olhos.

Talvez ela não se lembre daquela noite assim como eu não me lembro de algumas coisas que ele faz. Talvez com ela seja exatamente a mesma coisa.

Profano PARTE 01  Onde histórias criam vida. Descubra agora