04| Em meu caminho

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"Nem todos os meus pecados devem ser seus, mas, se mesmo sabendo o que sou, você resolver ficar.
Saiba que isso é para sempre.
Eu nunca a deixarei ir doce, não tão doce Abby."

ZYAN


Bati minha mão contra a parede do banheiro à socando várias vezes até que meus punhos ficaram dormentes e a raiva diminuiu.

- Onde malditos infernos você me meteu? - rosno para a voz mais não obtenho nenhuma resposta - Quer saber vai se foder.

E eu aqui parecendo um louco falando sozinho.

Yeah, com certeza um louco. - Ele sorri e minha vontade é de matá-lo. - Relaxe Zyan, tudo ocorreu como o esperado, e eu não disse que valeria a pena?

Que se foda o que você disse.
Não entende que não posso deixá-la entrar, eu nunca deixo ninguém entrar.

Só que ela não precisa entrar, porque ela já está dentro. Aliás...- ele faz uma pausa enquanto solta uma risada sádica - foi você que esteve dentro dela garantindo isso.

Engulo a seco me relembrando do corpo dela embaixo do meu.
Grudado ao meu.
O frio não nos atingia e eu me senti completo como nunca antes.

Ela é a garota.

Eu sei.

Me viro pegando a toalha.

Não deixe levá-la de você como fizeram antes.

Cerrei os dentes me lembrando dela, a única que esteve em minha mente, e foi tirada de mim.
Mais isso não vai acontecer com a Abby, mesmo que pra isso eu precise queimar a porra do mundo inteiro.

Saio do banheiro rolando os olhos pela cozinha até parar nela.
A garota ainda está com minha camisa que caiu perfeitamente em seu corpo, ela corta algo em cima da pia, se vira e o joga dentro da panela, me viro e vou para o quarto.
Troco de roupa colocando apenas uma calça, volto para cozinha e a vejo mexendo a panela.
Pego o Machado ao lado da pia sendo seguido pelo olhar da garota, como se quisesse perguntar algo mais hesita a cada maldito minuto.
A ignorei e sai para a cortar mais lenha para lareira e outras para armazenar.
Passo bastante tempo entre cortar a lenha e a guardar no galpão em frente a casa, deixo mais alguns pedaços no local quase cheio.
Limpo minha testa com o dorso da mão e meus olhos vão para uma tábua na parede, me aproximo tocando o pequeno corte entre duas brechas, uso a faca que estava no meu cós para remover a tábua que sai com facilidade, meus olhos brilham ao ver uma espécie de armário estreito, nas paredes vários arranhões mostrando que alguém esteve preso aqui.
Passo a mão por elas admirando o autor dessa ideia de punição.
Olho para baixo onde havia um martelo e pregos, provavelmente usados para fechar a tábua.
Me agacho e os pego, o pequeno lugar estava sujo e empoeirado, limpo o que dá, tirando as outras coisas velhas que haviam.
Me afasto olhando para aquele lugar assustador.
Para quem ficar preso nele, é óbvio.

Saio do galpão e entro na casa, olho ao redor logo após fechar a porta e vejo a garota diante da mesa, ela já estava vestida e o cabelo molhado assim como a roupa diferente da que estava, mostra que ela tomou banho.
Abby coloca os pratos já com comida na mesa e depois pega o suco na geladeira.
Ela me encara mais logo desvia o olhar voltando sua atenção para o prato, a garota senta diante da mesa e começa a comer.
Lavo minhas mãos e me sento em frente a ela.
Pego o jornal e abro nos Obituários vendo meus rastros de destruição da semana passada, fora a foto dos jovens que estampa a capa do jornal, continuo olhando para as boas notícias ignorando seu olhar sobre mim, mas isso começa a me incomodar pra caralho.

Profano PARTE 01  Onde histórias criam vida. Descubra agora