Capítulo 12

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Quarta-feira, 3 de setembro

Dirce Xavier

 
Era dia de truco das idosas da Sabali e, daquela vez, seria na casa dos Xavier. Dirce era a mais empolgada do grupo em receber as amigas em sua casa, sempre preparando lanches e decorando a casa com a ajuda de Lígia, nora de sua cunhada.

- Terminamos por aqui, Dona Dirce. O bolo salgado está no forno, o recheio dos pasteis está pronto para ser usado e já coloquei os pães doces nas travessas. Preciso ir agora. A manicure marcou três horas e o ônibus demora.

- Muito obrigada, minha querida. Daqui a pouco, vou acordar a Liz.

Lígia saiu e, em pouco tempo, suas amigas chegaram.

***

Após algumas rodadas, as amigas decidiram fazer uma pausa e lanchar.

- Vocês se superam a cada dia! Esses pastéis estão divinos. – Olga comentou.

- Obrigada. Eu e Lígia sempre fazíamos no aniversário da Fabi até ela decidir comemorar a data com as amigas... Por falar em festa, deveríamos estar planejando a festa anual da Sabali.

- Claro que não, Neném. Festas não combinam com o que a rua vem passado. Só pensa em comemorar! – Margarida respondeu, exasperada.

- Me admira você! Não dá o menor apoio à sua nora. Não vê que a Cláudia tem andado cabisbaixa, mal interagindo com as pessoas?

- Deixa que eu e a Cláudia nos entendemos. Pare de querer dar opinião na vida dos outros!

- Também não precisa ser grosseira. – Olga comentou.

- Tudo bem. – Margarida respirou fundo – Desculpe. Podemos fazer a festa anual no sábado lá em casa.
 

Sexta-feira, 5 de setembro

Rodrigo Paiva

 
Mais um dia de trabalho concluído. Retornar para casa vinha sendo algo penoso e difícil. Embora não lhe faltasse vontade de se mudar daquele ambiente o mais rápido possível, ainda havia muito a se resolver na casa, principalmente dar destino aos pertences de seus familiares. Fora que a propriedade contava com o melhor valor de aluguel.

Após separar mais uma caixa de roupas que eram de Otto e Rodolfo a fim de levá-las para doação, Rodrigo decidiu sair um pouco de casa e tomar ares no portão. O rapaz pegou um picolé e se sentou na calçada. Alguns minutos depois, ele viu Isis com seus filhos se despedindo de Henrique.

- Isis? Crianças?

- Oi, Rodrigo.

- Oi, tio Digo!

- Como você está, meu amigo?

- Levando... Estou tirando algumas coisas do meu pai, do Otto e da Manu... Enfim, você sabe que vai ter festa aqui na Sabali amanhã?

- Ainda bem que meus pequenos têm uma festa de um amigo amanhã e já tínhamos confirmado presença. Não quero meus filhos com Seth e reptilianos...

- Isis... Não quer ir à festa amanhã com a gente?

A expressão da mulher mudou instantaneamente.

- Não! Não vá ao covil de Seth! Tem armadilhas! Reptilianos! Seus agentes estão infiltrados! Fora os jotuns, ETs...

- Acalme-se, minha amiga. Espere aqui com as crianças. Vou trazer picolé de limão para vocês. Eu insisto.

 
Sábado, 6 de setembro

O Mistério da Rua Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora