Sexta-feira, 2 de maio
Virgínia Proença
- Vocês viram o que aconteceu ontem?
- Com a Nina? Coitada... - Verônica, irmã de Virgínia, comentou.
- Não. E ela ia fazer um banquete ontem. Já tinha escolhido meu vestido...
- Que horror, Valéria! A mulher deve estar sofrendo...
- Esperem um pouco! - Vânia, que estava mexendo no celular, interveio - Margarida está chamando a gente para ir amanhã ver como ela está. Parece que chamou os meninos da outra casa também...
- Deve ajudá-la um pouco...
- Tomara, Verônica... - Virgínia comentou.
Desconhecido
- CHORA! CHORA MAIS!
- VOCÊ NÃO PODIA! NÃO PODIA! Não...
- O que aconteceu, aconteceu. Não há nada que possa mudar.
A pessoa se retirou, batendo a porta com força.
- Errado. Sempre podemos mudar o curso da história...
Sábado, 3 de maio
Sônia Menezes
Era duas da tarde quando alguém tocou a campainha da sua casa.
- Boa tarde, Nina. - Margarida deu um abraço. - Viemos passar a tarde com você.
- Ah... Entrem, por favor... - Sônia disse, abrindo passagem.
Sônia, Margarida, Vânia, Valéria, Virgínia, Verônica, Telêmaco e Penélope se sentaram na sala.
- Nem quero imaginar como está sendo... - Margarida comentou, segurando as mãos de Sônia.
- Trouxemos um bolo. - Verônica comentou.
- Vou cortá-lo. Onde fica a cozinha? - Valéria falou.
- No corredor à esquerda. - Sônia respondeu, impassível.
- Trouxemos um desenho para a senhora.
- Ah... que amor...
- Aqui é a senhora andando no Pégaso no céu... - Telêmaco comentou.
- Penélope, Telêmaco... Por que vocês não vão ajudar a tia Valéria? - Vânia comentou.
As crianças saíram e Sônia colocou o desenho sobre uma mesinha ao lado do sofá, deixando as lágrimas escorrerem.
- Nós... nós estávamos... Íamos comprar a comida do banquete... Eu... eu falei para ele não correr...
- Oh... Se acalme, querida.... - Margarida a consolou.
- Eu... Ah... Eu ia... Agenor... Eu encontrei meu perfume favorito na mesinha dele... Poderia usar com meus brincos de Pérola... Acho que ele ia me dar de presente.... Eu ia dar a ele um relógio inteligente... Mas... nem...
Sônia ficou inconsolável e Vânia e Virgínia foram ao seu encontro.
- Preciso ir ao banheiro... - Margarida disse, depois de um tempo.
- Vai... - Verônica disse um tanto impaciente.
Após dez minutos, Margarida, Valéria, Penélope e Telêmaco voltaram à sala com bolo e chá.
- Beba um pouco de chá. - Virgínia disse, estendendo a xícara para Sônia.
- Não quero chá.
- Você precisa se acalmar. - Valéria disse, colocando a mão sobre o ombro de Sônia, que acabou cedendo.
Por volta das quatro da tarde, as irmãs Proença, Margarida e os irmãos Alvarenga voltaram para casa. Quando estavam saindo pelo portão, o grupo se deparou com os Xavier, que tinham ido prestar solidariedade a Sônia.
Dirce, Aurélio, Célia e Renato chegaram à casa 1 com flores e balões.
- Ah, minha amiga... Meus sentimentos... - Dirce abraçou Sônia.
- Quero que saiba que você pode contar com nosso apoio para o que quiser. - Aurélio se adiantou, colocando uma das mãos sobre o ombro da esposa.
- Muito obrigada. Isso significa muito para mim... - Sônia agradeceu.- Posso usar o banheiro? Tomar remédio para hipertensão é fogo... - Dirce pediu.
- Claro.
Dirce se retirou e Aurélio, Célia e Renato continuaram conversando com Sônia.
Domingo, 4 de maio
Gustavo Menezes
O homem chegou à casa 1 da Rua Ernesto Sabali pontualmente às sete da manhã. Ele havia combinado com o irmão e a esposa de chegar mais cedo, já que havia mais de um ano que não via os pais.
Gustavo apertou a campainha, mas ninguém respondeu. Pensando que a mãe ainda estivesse dormindo, ele procurou as chaves no seu molho e abriu o portão, e, depois, entrou na casa.
- Mãe? Mãe? Oi, mãe! Tudo bem? Mãe?
Nenhuma resposta.
"Talvez ainda esteja dormindo. Será que cheguei cedo demais?"
Gustavo entrou em cada cômodo da casa até chegar à porta do quarto.
- Mãe?
Como não obteve resposta, o homem abriu a porta cuidadosamente e entrou de forma delicada.
- Mãe...
Sônia estava deitada na sua cama. Gustavo foi até a beirada e se sentou, enquanto chamava Sônia.
- Mãe? Ei, mãe! Acorda! Sou eu, Gustavo! Mãe? Mãe? MÃE!!!!!!!
Isis Lopes
Era por volta das nove da manhã quando a campainha tocou. Isis abriu o portão e encontrou Valquíria.
- Olá!
- Oi. Entra aí.
- O que tem de bom para comer?
- Oh... Eu estou bem, obrigada.
- Para de graça.
- Humm... Tem suco, torradas e geleia de framboesa.
- Eu quero.
As amigas se sentaram à mesa da cozinha e continuaram conversando.
- Já sabe o que vai fazer no aniversário do Telêmaco?
- Vou passar lá depois do trabalho, já que é quinta-feira. Mas vou trazer os dois aqui em casa no domingo, já que Isadora inventou de fazer um bolo no sábado.
- Já estou imaginando... Já comprou o presente dele?
- Ainda não. Por isso, vou precisar da sua ajuda.
- Não conte com isso. Vou sair com o Rodrigo. E onde entram os "instintos maternos"?
- Não falo nada, Valquíria.
- Vamos logo assistir a nossa série antes que dê a hora e eu precise ir embora!
- Mandona...
- Que você ama.
- Palhaça...
Depois de alguns episódios, o celular de Valquíria começou a tocar freneticamente.
- Vê quem é! Logo agora que o mistério vai ser resolvido!
- Vou ver.
Isis olhava para Valquíria, que ficava cada vez mais pálida.
- Valquíria, o que foi?
- Isis, a Sônia da casa 1 faleceu em casa. Estão tirando agora de lá.
Estará no próximo capítulo
"- Você me enganou durante anos! Não me importo com o que aconteceu, mas você tinha que ter me dito a verdade!"
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O Mistério da Rua Sem Saída
Misterio / SuspensoMisteriosos assassinatos começam a ocorrer na pacata rua Ernesto Sabali e cabe a Isis, uma mulher de 30 anos, proteger seus filhos da ameaça. ⚠️Atenção⚠️ Contém violência e cenas sensíveis.