The Perfect Agreement [A EDITAR]

Understood ? No

Após aquela paralisia a qual fui submetida após aquele choque, em um impulso eu me levanto, caminhando em passos firmes e fortes até a saída da sala, propositalmente acabo esbarrando no homem ali, ouço passos atrás de mim, e eu acreditava ser de Shane, subo as escadas para meu quarto, o qual eu entro, e os passos que me seguiam se aumentavam, e antes da porta se fechar, Shane mostrou ser o autor deles, entrou e fechou a porta, me sento em minha cama e respiro fundo passando a mão na testa, ainda não estava acreditando naquilo.

-Ele não fez isso, ela... eles - falo olhando pra o nada.

Shane se senta ao meu lado, passando os braços em minha volta me abraçando para me confortar, e eu ainda estava em choque, como ela foi capaz de fazer isso.

-EU NUNCA GOSTEI DELE E NÃO VAI SER NESSA VIDA QUE EU VOU GOSTAR - exclamo para Shane, estava nervosa com a inconsequência de minha mãe.

Me encolho no abraço de Shane enquanto chorava, não me incomodava minha mãe estar com um homem mais novo, mas me incomodava o fato de ela sempre trazer pessoas diferentes para dentro de casa, e agora havia trago o garoto mais popular do meu colégio para dentro de casa, alegando serem um casal, eu não era obrigada a aceitar isso, além do mais, apenas eu saberia as consequências daquela ação de ambos dentro do colégio.

-Olha, nem eu sei o que dizer também, foi um choque pra você como foi pra mim também, totalmente estranho, ela é como uma mãe pra mim também, você sabe, isso não cabe... Não faz sentido. - ele disse acariciando minha mão, nunca havia visto esse lado dele, era algo totalmente novo para mim.

Mas algo maior passa por minha mente, o tanto que Styles já machucou garotas, o tanto que ele tinha fama de ser alguém que não tem cuidado com os sentimentos dos outros, eu tinha certeza que o interesse dele não era nos sentimentos, e sim no que minha mãe poderia proporcionar para ele, e não de forma sentimental ou carnal, mas sim os bens materiais.

-Shane ela não sabe como ele é, ela vai se machucar feio. - Falo preocupada me desvencilhando do abraço que recebia.

-Maya... - ele fica sem palavras.

-Vamos ver onde isso vai parar, eu nunca pude me intrometer em nenhum dos relacionamentos dela pra dizer que já tava feio, mas agora tá feio, muito feio, e eu vou ficar quieta, deixar com que ela veja sozinha, com os próprios olhos Shane, ela não faz ideia de como ele é. - Falo limpando as lágrimas que escorriam com as costas da mão.

-Maya quando ela perceber ela vai ver que estava sendo idiota e vai parar deixa ela. - ele diz e eu ignoro.

Puxo o cobertor para cima de mim, me ajeitando sobre a cama , só queria que meu cobertor abafasse tudo, que ele afastasse os monstros da vida real como afastava os monstros que ficavam de baixo da cama quando pequena, Shane estava ao meu lado novamente, havia se aconchegado com o cobertor como eu, e após nos distrairmos conversando de outros assuntos os quais Shane havia começado para me fazer pensar em outras coisas, decidimos assistir filmes ali, o meu amigo liga a TV e escolhe o filme, e o da vez era Jogos Vorazes, e então começamos a prestar atenção. Após algum tempo são ouvidos batidas na porta, e Shane levanta, dava para ver que era minha mãe, mas eu a ignorei.

-Shane, nós vamos para o parque e gostaríamos de saber se vocês querem ir também. - Disse minha mãe, e eu revirava os olhos encarando a TV com pause no filme.

-Vou falar com ela. - Disse Shane, que logo fechou a porta e caminhou para onde estava antes, ao meu lado na cama, ele estava com aquele olhar, olhar de quem pedia algo e eu bufei.

-Você não vai me fazer passar por isso, vai ? - ele assente e eu levanto, ouço suas palminhas animadas, as quais eu ignoro enquanto ia para o closet me arrumar, não era uma má ideia ir ao parque, quando chegássemos era só fingir que não nos conhecíamos, pensei comigo enquanto trocava de roupa, havia passado um tempo, já deveriam ser 19h ou mais, havia escolhido uma calça wide jeans claro, uma camisa social, um moletom branco, o qual eu deixei a gola da camisa para fora do moletom, escolhi uma bolsa baguete preta, prendi o cabelo em um coque alto e escolhi para os pés um coturno preto. Estava perfeito.

Ao sair Shane passava a mão no cabelo ajeitando-o, e então ele sai na minha frente, após me elogiar, e descemos as escadas indo até a saída, a qual eu fecho a porta atrás de mim após sair, e trancar, caminhamos pelo jardim até a calçada onde estava estacionado o carro de Harry, da janela do motorista que estava aberta dava para ver os dois rindo e trocando carinhos, o qual ao ver soltei um suspiro pesado e Shane ri em seguida entrando no carona atrás comigo.

Chegando lá guardei o celular o qual mexi o percurso inteiro, minha mãe esperou Harry trancar o carro enquanto eu e Shane saímos, ignorando eles, faríamos exatamente o que eu queria, fingir que não os conhecia, e ir beber algo forte e talvez encontrar alguém para beijar e terminar a noite.

-Shane - cutuco ele apontando pra uma barraca de bebida, ele sorri.

-Aah minha garota - ele fala.

Caminhamos até lá, escolhemos nossas bebidas no cardápio e pagamos pelas mesmas, degustamos a bebida, a minha era doce mas ao final o sabor do álcool se fazia presente, e a cada barraca de bebida parávamos pra experimentar as bebidas. Eu já estava sentindo os efeitos do álcool, a visão turva, os passos ficando leves e com isso gradativamente eles iam sendo trocados, tanto que acabava por esbarrar em alguém, Michael, o menino o qual eu namorava, bom, até então, parecia que a noite estava contra mim, pois o mesmo estava beijando outra menina, não chorei e muito menos fiz algum escândalo apenas

-Pelo menos ela é bonita, da próxima vez, termine com a pessoa antes de sair beijando outras - falo perto dele que estava me olhando com medo, talvez pela reação que eu poderia ter ali, e quando eu falo calmamente, pude perceber um pouco de tristeza alastrava seu olhar.

Shane para em minha frente, para verificar se estava bem, pois não havia feito nenhum alarde, e acabava de ver o menino que gostava, e ficava, com outra, mas não estava com cabeça para pensar em coisas ruins naquele momento. Caminhamos então até um pátio grande, de gramado, que ficava logo atrás dos brinquedos brilhantes do parque, nos deitamos no chão, e a sensação de tudo girar começou, o que me fez segurar o braço de Shane, que estava deitado ao meu lado, ele riu, e eu dei um risinho enquanto encarava, bom, ao menos tentava encarar as estrelas.

-Como se sente ao ver Mike com outra? - Shane pergunta se sentando, destacando um cigarro do maço e o acendendo em seguida na boca, eu respiro fundo é uma lágrima desce, aquela noite não estava para mim, não estava a meu favor.

-Não sei ao certo, nunca oficializamos nada, mas ele sempre deixava claro que eu era única, que nunca faria nada do tipo comigo, e lá está ele, se agarrando com seja lá quem for aquela menina - Falo me sentando em seguida - Espero que ela tenha mais sorte que eu com o Michael. Apenas.

Falo respirando fundo, e vimos ao fundo se aproximar alguem, o garoto então se senta ao nosso lado, olho sem entender para Shane, não o conheci, nunca havia o visto, e Shane parecia achar o mesmo, o garoto ali da um risinho e molha os lábios se inclinando para trás, apoiando o tronco sobre os cotovelos.

-É Maya não é ? Vi o que houve, vim prestar meus sentimentos pelo relacionamento que acabou. - Dou uma risada, prestar os sentimentos ? Ninguém havia morrido para aquilo, olho para Shane que também ria, e eu nego.

-Calma lá, ninguém morreu para você prestar seus sentimentos, pode ficar com eles. -Falo ainda em tom de risada e nego desviando o olhar para frente.

-Você é bem bonita sabia ? - comentou o garoto, e eu ri novamente, estava com a risada frouxa por conta da bebida, e como assim ? A cantada havia sido péssima, Shane o interrompeu.

-Se quer beija-la vá em frente, não precisa dessa enrolação, já viu que ela não tem mais ninguém. - Disse Shane, e eu assenti.

Não demorou muito para me sentir sendo puxada para trás, e meus lábios indo de contato com o do garoto, o qual nem sabia o nome, a luz baixa do local e a visão turva da bebida não deixava entender quem era, mas até então não era alguém para me preocupar, suas características não me eram familiares, mas seus lábios nos meus eram macios, gosto de álcool misturado a cerva, aquilo me fez pensar que poderia ser algum universitário, as pessoas de meu colégio não bebiam cerveja, apenas os que já estavam na universidade, e ao por a mão no contorno de sua mandíbula senti a mesma bem delimitada, a sua língua brincava com a minha, em uma sincronia perfeita, o ritmo ia aumentando, ouvimos passos, mas não foi suficiente para nos parar, só foi suficiente ouvir a voz de Sasha, um tanto estressada.