Encantadoramente bela e astuta. Para todos, Eleanor Blackwood, é uma vítima inocente de sua impiedosa irmã mais velha, a gananciosa Victória. No entanto, a verdade que ela mantém escondida é um pouquinho mais perversa do que todos imaginam.
Com sua...
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ELEANOR BLACKWOOD
Vivi passou anos espreitando Aileen, percebo isso agora que tudo já passou. Nunca verbalizou sua falta de afeição por ela, mas eu a conhecia melhor do que todos os outros. Via as pequenas doses de crueldade que reservava apenas para a minha criada.
Quando os dias de Aileen estavam horríveis, fazia questão de piorá-los. Fazia ela percorrer a cidade todas atrás de comidas, papeis, penas. Qualquer coisa que surgisse em sua mente e, quando voltava, dizia que Aileen havia comprado tudo errado. Evitava a fúria dos outros empregados ao presenteá-los com tudo que Aileen havia comprado.
Mandava Aileen fazer trabalhos simples como organizar suas roupas ou joias. Quando terminava, dizia que não havia pedido que fosse feito daquele jeito e minha criada tinha de refazer todo o trabalho. No dia seguinte pedia que Ava, sua nova criada pessoal, arrumasse tudo novamente. Zombando do trabalho de Aileen.
Aileen era uma mulher orgulhosa e Vivi sabia exatamente como pisotear o ego dela. Eu achava que essas provocações eram a vingança de Vivi. Seu modo de aplacar sua fúria por Aileen ter espalhado boatos sobre ela e sua aparência. Eu estava enganada. Aquilo era somente um passatempo
A verdadeira vingança de Vivi não seria infernizar a vida de Aileen, mas sim se livrar dela completamente. E não foi do dia para noite. Levou longos seis anos até que Vivi finalmente atacasse Aileen de volta.
Me lembro que o último dia dela na mansão, começou de forma pacífica.
— Se continuar assim antes do seu aniversário teremos que comprar um novo guarda-roupa para a senhorita. — Aileen avisou de dentro do meu armário.
Depois dos onze anos comecei a crescer rapidamente. Lembro que naquela época eu e Vivi visitávamos a modista com frequência. Se tornou um dos meus momentos favoritos. Eu recebia a atenção indivisível de mamãe e de Victória. As duas sentavam-se no sofá elegante da Senhora Artwell enquanto eu ficava no centro da sala, girando em cima daquela pequena plataforma ao som dos seus elogios. Era perfeito.
E eu seria o centro das atenções de todos quando papai oficialmente me anunciasse como sua herdeira. Naquela época, Aileen havia conseguido a informação com uma das criadas que serviam vovô, vovó e Vivi na Ala Blackwood. Eles queriam deixar esse assunto acertado e a documentação devidamente pronta para caso algo acontecesse. Era algo comum e na época ninguém desconfiava que a saúde do vovô estava em declínio.
Nos três meses seguintes estudei com afinco. Etiqueta, Kersato, Finanças, entre tantas outras aulas. Passava dias estudando. Minha melhora foi tão notável que rapidamente chegou aos ouvidos da mamãe e vovó os elogios de meus professores. Isso rendeu um jantar em minha homenagem, um diadema de esmeraldas de presente e ainda mais confiança de que no jantar do anúncio eu seria escolhida.
Todos também achavam que eu era a opção lógica. A filha legítima de Sofia e Gerard Blackwood. Esse cargo era meu por direito. Aileen dizia que isso somado a minha dedicação tornava o famoso jantar apenas uma mera formalidade — como foi para o pai, afinal, vovô nem mesmo considerou Tia Rietta como uma possibilidade.