capítulo 25

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Amor não se conjuga no passado. Ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.

M. Paglia

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Dias corridos eram divertidos na visão de Dante.

Por que tinham coisas de mais a serem feitas e lhe sobrava pouco ou se não qualquer espaço para pensamentos.

O problema é que era uma pessoa eficiente, e quando o relógio marcava meio dia em ponto, seus trabalhos tinham se finalizado.

Pegou na geladeira sua marmita e a de Arthur, e tentando ao máximo disfarçar um sorrisinho bobo enquanto caminhava pelo corredor, abriu a porta da sala do noivo, dando de cara com ao menos seis velhos engravatados sentados nas poltronas com charutos empestiando a sala com cheiro de nicotina.

Aquela dúzia de par de olhos voltaram-se para si, claramente incomodados, talvez pelos olhos, talvez pelas tatuagens, talvez pensando na audácia de um subordinado da ordem entrar assim, sem bater, ou talvez nas alianças que dividiam e as marmitas de mesmo modelo mais cores diferentes em suas mãos.

Os bicolores de Arthur até então perdidos num papel, subiram até a figura do noivo na porta, um olhar trocado por dois ou três segundos, uma conversa silenciosa entre os dois.

- Perdão.- Murmurou Dante no seu habitual tom de voz antes de fecha-la e dar meia volta nos calcanhares para o salão central da base, bufou meio frustrado, a verade era que queria ter tirado aquele dia de folga junto a Arthur, era aniversario dele afinal, mas abarrotados de coisas como estavam, não tinham conseguido.

E agora não iria nem conseguir almoçar com seu noivo? O que ele iria pensar? Como se sentiria? Arthur era todo sentimental, sabia que ele ficaria meio amoado com aquilo.

Acontece que Agatha estava na escola aquele horário, Balu e Ivete tinham saído para almoçar fora, Carina tinha voltado para a Itália e Rubens não tinha aparecido naquele dia.

Dante se sentiu um adolescente num filme clichê dos anos noventa, perdido naquele mundarel de pessoas que via todos os dias mas que não era bem apessoado.

Poderia dizer que a mesa das montanhas musculosas eram os jogadores de futebol americano.

Os Leone hoje se substituiam por pessoas afundadas em papéis velhos, uma equipe investigando e se entupindo de café no processo, queria estar assim com Arthur.

E, mais ao longe, naquela mesa redonda, uma legião de roupas pretas, lápis de olho e acessórios chamativos se tinh lá, os olhos deles voltaram-se a Dante, então um burburinho em francês, e o loiro que Dante conhecia muito bem, acenando para si.

Dante estava meio travado, tinha pensado em ir ficar com Samuel, mas também não queria atrapalhar o amigo com aquilo. E não morreria em se sentar por meia hora com os obscurite.

Meio timido, caminhou até a mesa, se sentando ao lado do rapaz de pele negra e dreads louros, vestido dos pés a cabeça de vermelho, aquele era Dominic.

Puxando uma cadeira para o seu lado, Yuki, se sentou graciosamente, também com seu almoço em mãos.

Mark a sua frente, tinha achado Dante especialmente bonito naquela manhã.

- Você vai comer duas marmitas?- Questionou Mark, Dante era alto, mas não parecia comer muito.

- Há, não, uma delas é do meu noivo, mas ele tá em reunião agora.- Tinha dito despretensiosamente, afirmando duma maneira inocente a Mark que era comprometido, como se quisesse lembra-lo disso.

alinhamento milenar - DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora