Uma vez alguém me disse que quem me conhecia melhor nesse mundo era minha mãe, que nem eu mesmo me conhecia por inteiro, e de fato, não me conheço por inteiro, mas certamente ela também não me conhece.
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Arthur estava no apartamento de Dante pela primeira vez.Não tinha visto mais do que a sala até agora. Na verdade não tinha tido tempo de ver.
Aaron havia lhes confidenciado um documento sobre a localização de um possível parasita de morte, e então não tinham parado por um segundo sequer nos últimos dois dias de ler, reler, tentar decifrar o que quer que fosse aquela língua antiga, mas depois de dois dias com muito café, Ivete quase os tinha posto para fora do escritório a pontapés, dizendo aos seus meninos que só poderiam voltar a mexer naquilo na manhã seguinte.
Dante tinha oferecido o apartamento para dormirem, lhe disse que seria melhor caso quisessem desobedecer Ivete e seguir madrugada a dentro teorizando juntos, mas naquele momento Arthur não tinha entendido o por que das bochechas dele terem se avermelhado.
Tinham passado no mercado, comprado algumas poucas coisas para agora.
As sacolas que Arthur segurava estavam no chão agora. Largadas ao lado de seus pés, já que o braço do Cervero estava ocupado demais envolvendo o pescoço de Dante no momento.
Um dos braços de Dante apoiado na parede, a outra mão firme em seu quadril, o puxando para mais perto, para que seus corpos se colassem.
Seus lábios unidos em um beijo tão bom, tão lento e tão quente que fizeram as pernas de Arthur bambearam, seu braço mais firme em seu pescoço agora, e os dedos dele afundando em sua carne, arrancando um suspiro do menor. Amava Dante, amava ser obcecado por ele, por aquele corpo perfeito, por aquela voz linda e aquela pegada que o tirava de órbita.
Os beijos dele descendo pelo pescoço, molhados, lentos, deixavam suas marcas que arroxeariam mais tarde, porém Arthur pouco se importava com isso, pensava só em como queria parar de ser torturado pelo lado meio sádico do namorado, em como queria que ele o quebrasse no meio.
- Amor, me mostra o seu quarto.- Pediu enquanto afundava os dedos naqueles fios loiros, lutando contra a vontade de puxar ele para o sofá azul só alguns passos dos dois.
Dante deslizou a mão de seu quadril para sua coxa, a apertando firme, vendo o namorado fechar os olhos, como quem aproveitava o momento. O rosto dele se afundando ainda mais no seu pescoço enquanto Dante sentia o mundo ao seu redor meio turvo, o sangue quente nas veias, não conseguia sequer pensar direito quando tocava Arthur, e tinha que confessar que no fundo aquilo lhe assustava.
- Vem.- Dante correu a mão da parede e segurou a de Arthur, sorrindo enquanto fazia menção de o conduzir até o quarto, mas o namorado pegou uma das sacolas, deixando ela pendurada no pulso enquanto se deixava ser levado por Dante.
A porta no fim de um corredor foi aberta, e o que Arthur viu fez seu cérebro fritar.
Tinha que dizer que o quarto que dividiam não era o mais bem decorado do mundo, na verdade as camas de solteiro tinham sido postas meio que a improviso, Ivete tinha comprado a cama de Dante num desses sites de desapego, ela era de madeira, destoava muito da de Arthur, mas no fim nenhum deles deu muito valor aquilo. O quarto deles tinha muitos pôsteres, a maioria refletiam Arthur, mas havia aquele em específico posto bem em cima da cama de Dante, um pôster de Rita Lee, bem ao lado da estante que antes recheada de suvenires que gradativamente foram sendo substituídos por livros, tinham aquela luz de Led que desgrudava em alguns lugares, mas que ainda funcionava, por mais que não a usassem tanto.
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alinhamento milenar - Danthur
Fanfic"O que existe além do que já foi dito sobre o amor?" Para Dante, Arthur sempre foi a representação mais bela, singular e pura dele, aquele homem que esteve para si em momentos corriqueiros, ou nos mais difíceis, o consolando com seus abraços apertad...