Bruxaria por uma vida

152 17 21
                                    

O ano era 1873, um jovem de 19 anos, chamado Tom Kaulitz, era o braço direito de Mirco Skelmes, grande governador da cidade Cosme, no litoral. Um dos piores lugares de se morar naquela época era em Cosme, Cosme por mais que traga uma imensa história religiosa, havia uma série de assassinatos por estar nas redondezas, um rumor de um grupo de vampiros,transformando pessoas indefesas em vampiros ou em vítimas mortas,cadáveres, deixando famílias em desespero.

- Já foram dezenas de vítimas! -Tom dizia indignado- Você ao menos viu o tanto de crianças orfãs?

- Mas é claro que eu vi, Tom. -Mirco falava irritado e se aproximando de Tom- A culpa não é minha se os Valdmof conseguem se esconder na população.

- Eu só estou preocupado com você, a Charlotte e o Bill. Você sabe que os Valdmof estão tentando entrar no castelo.

- Senhor! -uma empregada chegava perto da porta- A Charlotte! A Charlotte sumiu com o Bill!

Mirco olhava furiosamente para Tom, que olhava desesperado e nervoso para seu chefe. A tensão pairava solta na sala, até que com um simples movimento de mão, Tom ergue sua espada junto a Mirco, que saem com pressa da sala.

Alguns cavalheiros iam atrás dos dois homens, que rondavam o castelo inteiro a procura de Bill e a princesa Charlotte. Tom suava frio, ele não queria que nada de mal acontecesse com seu irmão, seu olhar era frio e sem emoção, mas por dentro, o garoto tinha medo de perder seu irmão, a única pessoa que ele tinha, pois seus pais faleceram na força por acharem sua mãe bruxa.

Os cavalheiros batiam sem parar em todas as portas, a procura da princesa, Tom e Mirco por outro lado, estavam a procura de Bill.

- Bill! -Mirco dizia com uma voz rouca- Onde este menino está? -ele dizia em tom de irritação.

- Bill! -Tom dizia entrando em uma sala- É o Tom! Onde você está? -Tom dizia nervoso.

Depois de uma busca pelos 5 primeiros andares do castelo, os guardas seguiam Tom e Mirco, que entravam com pressa em todas as salas, até que em um momento, Tom se depara com a pior cena de sua vida, algo que o marcaria para sempre, e por séculos. A luz foi acendida por chamas de tochas, Tom e Mirco entram com pressa, quando seus olhos se arregalam e se arrepiam. Tudo que o garoto via, era o corpo de seu irmão morto naquela sala, fazendo o homem cair sobre joelhos no chão, derramando um mar de lágrimas.

Um dos maiores guerreiros de Cosme, teria perdido seu amuleto, seu companheiro, seu irmão. Mirco se agacha perto de Tom, acariciando seu ombro. Seu olhar era de pena, por mais que a relação dos dois seja sobre nobreza e trabalho, Mirco considerava Bill como seu irmão.

- Ele está dormindo -Tom dizia em lágrimas- por favor, acorde! -Tom sacudia o irmão.

- Ele está morto, Tom. -Mirco dizia ainda perto do amigo- Não temos o que fazer.

- Não, você está mentindo. -Tom parecia desesperado- Ele está vivo, eu sinto isso. -seu tom era de choro.

- Tom, ele está gelado. Infelizmente não temos o que fazer...

- Não diga isso! -o garoto se vira para Mirco em lágrimas- Ele está vivo!

Os cavalheiros olhavam em choque para a cena, junto a Mirco. Até que em poucos segundos, o rei se vira para seus nobre guerreiros.

- Levem-no para Hemiliana! -Mirco dizia com afirmação- Nós vamos ver ele vivo.

Tom enxuga as poucas lágrimas de seu rosto, o homem olha com desespero a Mirco. Aquela mulher era sinal de perigo extremo. Hemiliana era a bruxa conselheira do castelo, que apenas a nobreza a recorria para assuntos extremamente importantes.

O corpo de Bill era levado por dois guardas, que seguiam os passos de Tom e Mirco até a torre mais alta do castelo, o som era de tensão, os suspiros cansados dos cavalheiros ecoavam pelas escadas. Tom mais do que nunca tremia como se estivesse sem casacos em um inverno extremamente frio.

- Hemiliana! Minha cara! -Mirco dizia entrando no esconderijo da bruxa- Preciso urgentemente da sua ajuda, querida.

- E como posso ajudar? -Hemiliana se vira para Mirco e Tom, com um corvo ao seu lado.

- Preciso que ressuscite um rapaz. -os cavalheiros depositam o corpo de Bill sobre a mesa de madeira.

- Mas uma vítima, estou certa?

- Infelizmente sim, querida. Você conseguiria me ajudar. Eu não posso perder um guerreiro como ele.

- Não se preocupe, majestade. Eu farei o que for necessário.

Tom olhava receoso para a situação que se meterá, ele não parecia convencido que uma mulher teria todo esse poder para ressuscitar seu irmão. Porém, Tom arriscou, arriscou tentar ter seu irmão novamente, ele estaria disposto para isso, tudo para ter seu irmão novamente.

A mulher pega alguns potes de vidros,ervas e um saco que carregava em sua cintura. Hemiliana coloca sua capa e seu capuz, o clima era tenso, todos os homens daquela sala olhavam para Hemiliana nervosos. A mulher cuidadosamente pega algo de sua bolsa, fazendo um símbolo na testa do corpo morto de Bill. Hemiliana jogava ervas pela volta do corpo de Bill e na sua barriga.

- Se afastem um pouco, e se segurem em algum objeto. -Hemiliana misturava alguns fracos de vidros.

Os homens se afastam da bruxa, se segurando em objetos espalhados pelo porão. Hemiliana começaria ali seu feitiço. A mulher suspira e enquanto jogava uma mistura no corpo do rapaz, recitava algumas palavras.

- "Cosme o ressuscitará como salvou nosso mundo do inferno,e das mãos de Jack, o destruidor. Os dois irmãos serão transformados em vampiros, e viverão por séculos esperando a escolhida por Cosme, tendo os três jeitos de Valentia. Como nos testamentos da velha bruxaria, eu declaro a promessa por sangue de Cosme."

Fumaças rodeiam o corpo morto de Bill, fazendo tudo a sua volta levitar. Hemiliana permanecia de olhos fechados, se concentrando ao máximo para tudo ocorrer bem. O corpo de Bill sai aos poucos da mesa de madeira, fazendo o rapaz voltar a sua temperatura normal, seus olhos aos poucos iam se abrindo, seus dedos começavam a se mexer cuidadosamente. Tom olhava em choque para a cena, era visível sua alegria mas ao mesmo tempo desespero. O corpo de Bill era deixado sentado sobre a mesa de madeira, fazendo aquela fumaça sobre seu corpo ir embora.

- Como se sente, Bill?

- Bem... -Bill dizia atordoado- Onde estou?

- Está bem, querido. Você está a salvo, não se preocupe.

Tom se aproxima do irmão, o abraçando. Tom sabia que daquele dia em diante, ele teria eternamente a cara de um jovem de dezenove anos, mas por séculos, teria a companhia do seu irmão, Bill.

"O que a lenda diz é que ainda nos dias de hoje, os dois irmãos ainda vagam pelas ruas de Cosme, procurando sua amada."

-O contador de histórias paranormais, Jon Brow.

Presa dos KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora