5. Casamento

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Após a conversa com Arthur, e uma grande bebedeira, Edward buscara na companhia de antigas amantes o conforto do corpo feminino, entretanto, apenas sentira que todas pareciam estranhamente erradas para ele. Uma conversa tediosa demais, um corpo esguio demais, olhos maliciosos demais. E por mais que suas necessidades de homem estivessem satisfeitas, ele não estava plenamente satisfeito. 

Talvez havia chegado a hora de considerar que o blefe do dia anterior sobre arrumar uma esposa, não fosse tão má ideia assim, afinal, Phillip tinha uma esposa, uma prole, e sempre parecia extremamente feliz. E apesar de o primo Marquês, ter uma personalidade muito diferente da sua, havia algo que Edward tinha certeza: homens são simples. E se algo deixava um homem feliz, muito provavelmente seria a felicidade de outro também. Contudo, ele tinha um pequeno obstáculo em seu caminho do qual ele tinha pouco ou nenhum conhecimento: o amor. Mas ele sabia quem poderia ajuda-lo, uma certa duquesa que certamente gostaria de vê-lo casado.

O duque entrara na sala de estar e avistara a duquesa bordando e praguejando, a mãe nunca fora um grande exemplo de comportamento feminino quando estava só, era uma mulher ousada, que dizia o que pensava na maior parte do tempo, o que após a viuvez apenas aumentara e a tornara uma casamenteira implacável.

- Meu adorado filho, a que devo tamanha honra da sua visita? - a mulher se quer tirara os olhos do bordado, parecia que ela sentia a presença das pessoas ao redor.

- Gostaria de discutir um assunto deveras do seu interesse minha duquesa Ellingham.

- Pelos céus! Senti até um arrepio na espinha com você falando assim. Que assunto um jovem como você teria, que seria interessante para uma pobre velha como eu?

- Meu casamento.

Genevieve espetara o dedo na agulha do bordado, mas se quer expressou som, dada tamanha surpresa com as palavras que saíram de seu primogênito.

- Será que morri e os anjos esqueceram de me carregar?

Edward riu.

- Como a senhora tem tanta certeza de ir para o céu mamãe?

Genevieve se levantou rapidamente, e puxou o jovem para se sentar e então iniciou sua investigação. Para Edward Ellingham estar falando de casamento, ou ele estava bêbado, ou havia batido a cabeça, ou algo realmente sério e novo havia acontecido. 

- Esqueça as piadas! Agora me conte...casamento?

Ele respirou fundo, sem saber ao certo como iniciar a conversa.

- Bem...as mulheres com quem me relaciono, não andam satisfazendo mais minhas necessidades...satisfazem a carne....mas eu sinto falta de algo, sinto que....

- Elas não satisfazem seu coração...- a mulher deu uma golada em seu chá com ar pensativo.- Mas o casamente, meu filho, também não satisfará seu coração, o que satisfaz o coração é o amor, o casamento é apenas uma consequência disto.

Edward sabia que sua mãe tinha razão, e ele não era exatamente um descrente no amor, apenas o achava complexo demais para um homem prático como ele. Suspirando fundo ele então confessou:

- É exatamente sobre isso que desejo falar com a senhora. - por algum motivo desconhecido, suas mãos ficaram ligeiramente tremulas e a voz um pouco menos firme e debochada que de costume. - Eu desejo amar, mas como sei que amo alguém? É um evento avassalador como as mulheres e os livros dizem?

A duquesa riu.

- Com certeza é, mas não para todos. Meu filho, o amor... - parou ponderando as palavras - o amor não é igual para todas as pessoas. Obviamente, o amor avassalador e desprovido de inteligência é o favorito dos autores e das donzelas, mas nem sempre ele se manifesta de forma tão clara.

Para sempre seu DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora